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Desde o seu anúncio, Marvel’s Guardians of the Galaxy foi recebido com certos temores. Afinal de contas, a Square Enix já tinha falho com os Vingadores há um ano e as esperanças estavam lá embaixo com a sua base de fãs. Porém, para a surpresa de todos, o jogo surgiu como um estouro digno das aventuras cinematográficas e, além de trazer uma excelente história, também honrou com louvor esta jornada espacial com os nossos heróis mais duvidosos possíveis.

Enquanto viajam pela galáxia tentando resolver seus próprios problemas e, óbvio, os dos outros em seu caminho, o grupo de Peter Quill explora a alma da equipe que conhecemos e amamos. Você irá bem mais a fundo de suas motivações e intenções, assim como terá exposto o passado do líder do grupo de diversas formas. Claro, ao som de muitas músicas dos anos 70 e 80.

Como um membro honorário do grupo, você se sentará ao lado destes personagens dentro da Milano e vai explorar diversos planetas e ambientes em busca de uma forma de sobreviver e fazer a maior quantidade de coisas boas possíveis no trajeto. Óbvio que faturar uma graninha no meio disso tudo será essencial, então se prepare que a aventura exigirá não apenas muito de suas habilidades, mas também do seu próprio senso moral para desenrolar.

Imagem do review de Marvel's Guardians of the Galaxy
Essa equipe da pesada vai se meter em altas confusões

Seja bem-vindo aos Guardiões da Galáxia

Apenas para situar o público, Marvel’s Guardians of the Galaxy começa mostrando nossos heróis com o time formado por um ano. Ou seja, há um grande clima de desconfiança e deslealdade entre os ex-bandidos. Drax implica fortemente com Gamora, afinal de contas ela continua sendo a filha de Thanos. Rocket e Groot tem uma forte aliança e tramam o tempo todo. Já Peter é a cola que tenta mantê-los unidos, fazendo o bem de um lado e tentando sobreviver ao clima pesado do outro.

Este é um detalhe muito importante não apenas da trama, mas do gameplay. Durante os combates, a desenvolvedora Eidos Montreal entrou de cabeça nisso e traz além dos combos em conjunto, força o protagonista a motivar o trabalho em equipe e dispersar certas discussões que rolam em meio das batalhas. Pois é, nem uma enxurrada de inimigos impede eles de falarem e brigarem entre si.

Vou ser extremamente sincero com vocês, esse fator é extremamente divertido e me pegou de surpresa. Eles não param de falar por um minuto sequer e dá para perceber o quanto se esforçaram para que agissem naturalmente como vimos nas outras mídias. Se você fala algo de duplo sentido, Drax se intromete por não ter compreendido bem o sentido daquilo. Rocket sempre reclama quando você toma o caminho fora da rota principal e fica tirando sarro de você por todo o tempo. Gamora tenta equilibrar as ideias, mesmo que isso signifique desequilibrar a sua moral.

Imagem do review de Marvel's Guardians of the Galaxy
Eles não param de falar, nem por um minuto e isso é incrível

Em Marvel’s Guardians of the Galaxy, mesmo controlando apenas Peter Quill, os demais marcam presença de forma firme e ninguém sentirá falta de nenhum membro pela jornada. Isso eu posso assegurar, todos carregam essa jornada com o herói principal. Seja o Drax pegando abruptamente o Rocket e ameaçando jogá-lo por cima de um abismo ou uma discussão para decidir se jogam uma lhama espacial fora da nave, eles parecem ter uma vida própria e que segue a sua própria agenda no meio da trama. Olha, achei isso incrível e me pegou bastante durante a jogatina.

Obviamente que a diversão e imersão não são tudo, com grande parte do game sendo uma enorme exploração de ambientes e de combates sequenciais. Neste ponto alguns jogadores podem reclamar, já que ele é linear ao extremo e as áreas não são muito abertas ao público. Em vários títulos isso é muito ruim, mas não aqui. Se levar a trama como uma viagem com os seus amigos, compreenderá que o caminho não importa, mas sim as coisas que viverá dentro dele.

Conforme avançava pelos capítulos, desejava cada vez mais ouvir a opinião dos personagens e saber como eles reagiriam às coisas que apareciam em minha tela. Estava pronto para ouvir as referências ao Universo Marvel, levar um tapa na cara da realidade em certos momentos onde até eu acreditava estar fazendo o que era o certo e ser guiado pelo espaço em direção aos vários planetas e locações que fazem parte disso. Imaginem isso em meio às explosões, gritos do Drax e ao “Eu sou Groot!”. Desculpem, mas não liguei nem um pouco para a linearidade dentro disso.

Imagem do review de Marvel's Guardians of the Galaxy
EU SOU GROOT!!!

Tiro, porrada e bomba

Falando em explosões, as batalhas de Marvel’s Guardians of the Galaxy também são bem interessantes se vão fisgar aqueles que reclamaram horrores dos Vingadores. Pode respirar tranquilo, você não vai enfrentar um monte de máquinas sem vida e chefões que não fazem o menor sentido. De aberrações espaciais, monstros gigantescos e até a própria Tropa Nova, os conflitos são cheios de gás e munidos de muita música.

Peter pode atirar nos seus oponentes com sua pistola em forma de laser comum ou disparos elementais, quais serão explicados devidamente conforme a história te mostra. Só não pense que esta é a única forma que terá de lutar. Ele também pode sair na mão, literalmente, com seus oponentes e dar ordens aos demais para usarem suas habilidades especiais. No início isso pode ser bem limitado, mas ganhando pontos você pode desbloquear táticas mais pesadas de combate para usar.

Este fator de Guardians of the Galaxy dita muito do tom dos confrontos, mostrando diversas opções de acordo com o seu avanço. O próprio protagonista também tem a sua “árvore de habilidades”, que pode ser aprimorada e ampliar as opções que você tem em batalha. Acredite, foi bem útil investir na técnica de flutuar com a bota a jato enquanto atira, me salvou em mais de uma situação desesperadora.

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Algumas batalhas exigirão diversas estratégias distintas

A diversidade de oponentes também vai exigir muito dos jogadores, quais pegarão muita gente desprevenida. Em alguns casos, esqueça o tiro e cause mais dano com um baita de um socão na fuça dos vilões. Em outros, vá para longe e atire neles como se não houvesse amanhã. Terão casos onde as armas elementais podem congelar o oponente ou eletrocutá-los, paralisando um pouco os seus movimentos e até permitindo uma sequência de golpes especiais.

Neste ponto não tive uma reclamação possível, com Marvel’s Guardians of the Galaxy executando uma baita gama de opções para você vencer ou perder as suas lutas. Nem tudo será uma chuva de tiros desenfreada e poder explorar isso torna cada combate único e cheio de adrenalina. Tenho de dar o braço a torcer de que foi uma das experiências mais legais que tive em 2021 nos videogames e olha que tivemos muita coisa bacana pelo ano.

Vale comentar que, no PlayStation 4 pelo menos, o jogo dava uma leve travada dependendo da quantidade de oponentes e isso atrapalhava um pouco. Até a música engasgava e isso incomoda depois de acontecer em determinados momentos onde a hype não poderia ser cortada. Acredito que uma atualização possa ajudar neste fator, mas está ficando cada vez mais claro que a geração anterior está sendo forçada ao máximo para adaptar os novos games. Se você tiver o PS4 Pro ou o PS5, seria o mais indicado para que este tipo de situação não ocorra.

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Você pode pausar a qualquer momento para tirar uma foto também

Isso é Guardians of the Galaxy!

Ainda que Marvel’s Agengers tenha sido um grande fracasso na tentativa de adaptar HQs, dê uma chance aos Guardians of the Galaxy. Ouso comparar a aventura deles com o Spider-Man da Insomniac Games, onde captou perfeitamente a alma dos personagens envolvidos e trazendo uma grande homenagem a toda sua história. Quando a aventura termina, você com certeza estará pedindo por uma sequência e cabe apenas ao tempo dizer se isso chegará logo ou não.

Isso porque eu nem falei das referências, que chovem na tela. Richard Rider é citado mais de uma vez e Mantis não faz parte da equipe aqui, o que não significa que ela não apareça durante a jornada. Já o Cosmo é cômico e rigoroso, assim como várias falas sobre Thanos, a própria Tropa Nova e diversas outras raças apareçam com frequência. E fique atento, pois isso tudo não impede de uma ou outra citação a alguns heróis da Terra. Isso significa algo? Talvez…deixarei a opção aberta às interpretações.

Além disso, esse não é o primeiro rodeio de Peter Quill e seu bando no mundo dos games. O grupo já teve sua própria aventura pela Telltale e os Guardians of the Galaxy são parte essencial de Marvel Ultimate Alliance 3. Não espere que falem sobre eles, apesar de que no novo título você também tem um sistema tímido de escolhas. Você pode opinar em determinadas situações, seja para impedir conflitos internos ou decidir quem servirá como isca em certos momentos. Isso afeta a equipe no geral e gera pequenas mudanças na trama, mas não impactará tanto no resultado final.

Imagem do review de Marvel's Guardians of the Galaxy
As referências aparecem a todo momento, até na infância de Quill

A grande verdade é que essa é uma baita de uma adaptação às histórias do grupo. Ainda que compare com as suas aventuras do Universo Cinematográfico Marvel, o jogo deixa os heróis em um patamar bem alto. Nos filmes tivemos apenas duas aventuras com cerca de 4h, além dos grandes crossovers que foram Guerra Infinita e Ultimato. Com mais profundidade nos videogames, é óbvio que isso agradaria qualquer fã. Isso sem falar na trilha-sonora, que só pode ser equiparada com sua contraparte dos longas-metragens.

Marvel’s Guardians of the Galaxy é uma baita jornada daquelas que vai demorar bastante para esquecer. Ouso afirmar que não teremos um grupo que interaja tanto quanto neste game e isso fará bastante falta em qualquer outro título onde tenhamos o controle de qualquer equipe. A Eidos Montreal está de parabéns, conseguiu criar um material digno de ser uma das melhores adaptações de videogame com o Homem-Aranha, Batman e Injustice nessa última década.

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