Desde que os primeiros carros deixaram a linha de montagem uma pergunta voltou a mente da humanidade, qual piloto era mais rápido? Os anos se passaram, a tecnologia e habilidade dos pilotos continuou a evoluir e hoje temos mais tipos de corridas do que podemos contar. Agora após três anos desde seu último título da série, GRID Legends traz de volta uma grande série de jogos de corridas.
Conheci a série com GRID, com o segundo título, que ganhei de minha tia, junto com o PC que ela montou e me vendeu em sua loja. Uma máquina na época, rodando o jogo no talo sem problema algum. Mas assim como minha tia partiu, a série acabou ficando na pendura e poder revisitar a mesma com GRID Legends me trouxe boas memórias daqueles tempos.
Porém em relação ao segundo título e a outros jogos de corridas, GRID Legends acaba passando um pouco abaixo do radar e do que esperava sinceramente.
Cada parafuso traz uma história
Em GRID Legends somos apresentados a vários tipos de eventos, nove no total para ser mais exato. Touring, tuner, GT, drift, track day, Open Wheel Racing, trucks, eletricos e especiais. Ou seja, cobrindo uma grande gama das corridas automobilísticas, além de abertura para veículos marcantes nas corridas especiais. O grande foco de GRID Legends é o modo história, que traz a narrativa de idas e vindas da Seneca Racing Team
Equipe liderada pelo habilidoso e pragmático Marcus Ado, que nos acolhe após ver nosso desempenho nas primeiras corridas do modo história. Mesmo mostrando resultados nas corridas, a veterana e antiga estrela da Seneca, Yumi Niko, irá fazer de tudo para nos levar aos limites para provar nosso valor. Sempre correndo conosco, mas nunca liderando dependendo da habilidade do jogador.
Nessa parte admito que muitas vezes a narrativa acaba não correspondendo com a habilidade do jogador. Em determinado capítulo, mesmo ganhando todas as corridas em primeiro, a narrativa diz que a pontuação geral da equipe na GRID Cup precisava melhorar. Mesmo levando ouro em todos eventos. Ou seja a narrativa não é o ponto forte do jogo caso queira sempre vencer, agora caso seja apenas para completar os objetivos de cada episódio, se torna mais crível.
Mas caso não tenha interesse no modo história, há o modo carreira. Dividida em quatro categorias, novato, semipro, pro e Gaunlet. Mas mesmo na categoria novato, algumas corridas farão com que o jogador de tudo de si no controle dos vários automóveis e provas espalhadas pelos eventos. Por isso sempre dirija concentrado e usando o máximo de sua habilidade.
Suor, óleo e faíscas
Durante a evolução como piloto, ganhamos pontos de experiência que aumentam o nosso nível de piloto, além de dinheiro. Com este dinheiro adquirido durante os eventos, o jogador pode comprar novos veículos, melhora-los ou investir em si, seu companheiro de pista e como nunca pode faltar, um excelente mecânico! Afinal, por mais que suas qualidades no volante falem alto, você vai precisar de um empurrão do equipamento.
Como em um motor bem regulado e no ponto, todas as partes devem trabalhar juntas para garantir o melhor resultado e assim, é sempre necessário manter o nível dos carros, do seu parceiro e mecânicos equivalentes ao seu. Não adianta você terminar sempre em primeiro e seu parceiro em último convenhamos, ainda mais se for em um evento de contagem de pontos.
Caso o bolso esteja leve demais e você não possua o veículo necessário para determinada corrida é possível fazer um empréstimo de um veículo inicial daquela classe. Caso aceite o empréstimo, acabará recebendo apenas metade do valor total adquirido durante aquele evento. O que pode acabar atrasando um pouco o desenvolvimento, mas ainda assim é melhor do que nada.
Acelerando sozinho, ou com outros
Com certeza as corridas de GRID Legends são divertidas, mas o modo online deixa tudo ainda mais emocionante. Mas como no modo carreira, caso não tenha os veículos necessários para jogar determinadas corridas é possível fazer o empréstimo mesmo no modo online. Ou seja, isso pode acabar ocasionando uma certa desvantagem para o jogador, afinal seus oponentes podem ter carros melhores.
Por isso é sempre bom conhecer seu estilo de direção, durante a preparação da corrida online e em certos outros eventos é possível alterar certos aspectos do veículo. Como a relação de marchas mais curtas ou longas, molas, maciez dos amortecedores, barras estabilizadoras e frenagem. Caso conheça a si mesmo como piloto de controle, pode ser que a velocidade seja o último atributo a reinar na competição.
Porém no modo multiplayer foi onde encontrei meu maior inimigo, a curva de retorno. Quando estou jogando um jogo de corrida e acabo derrapando, uma das maneiras que sempre consigo retornar o controle é ao inverter a força e tentar usar a inércia para me reposicionar. Em GRID Legends isso é quase impossível, caso tente acelerar na contra mão o jogo trava o motor do veículo em velocidades minimas.
Dando um grande foco a mecânica de rewind, que no modo offline, faz com a corrida volte no tempo até uma determinada parte. No modo online no entanto, você é lançado de volta a corrida diretamente no local onde ativou a mecânica. Porém o jogador sempre começa com três rewinds, que podem ser aumentados, mas não em grandes números. Ou seja, caso acabem, você deve rezar e fazer o máximo para não ficar com o carro ao contrário.
Sem aquaplanagem ou derrapagem
Outro grande ponto que não senti muita firmeza em GRID Legends foi a própria direção em terrenos molhados ou sob aspecto de neve. Pouco impacto do gelo ou agua sob as pistas, algo que senti muita falta e certas vezes até acabei jogando o carro com mais força de aceleração ou frenagem necessária em certos eventos.
Há vários comandos de rádios que tanto durante o modo competitivo quanto online fiquei em dúvida sobre sua necessidade. Fora informações sobre a corrida como posição de colegas, rivais e nemesis – Oponentes que “agredimos” durante a corrida e ficam nos marcando -, além de um status de danos atuais do veículo.
GRID Legends é um jogo divertido, muito bonito e pouco exigente para computadores. O que abre as portas para aqueles que desejam jogos menos exigentes que Forza, Assetto Corsa ou Gran Turismo. Porém não se esforça para marcar os jogadores em nenhum momento grande ou particular. Foi uma boa lembrança dá época de GRID 2, mas, admito que o título de 2013 ainda me agrada muito mais.