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O hack ‘n’ slash sempre foi um campeão entre os gêneros de games. Com grandes títulos e incontáveis memórias, muitos jogadores ficaram horas e horas abrindo caminho através de grupos de inimigos que não paravam de avançar. Grave Keeper é um título do gênero, porém não possui nada de memorável ou de marcante, deixando o jogador apenas com um gosto azedo na boca e o arrependimento de ter gasto seu tempo e energia com o mesmo.

Trazendo um gameplay travado e repetitivo, o jogo não consegue ser nem um pouco interessante ou inovador tanto no gênero, história e até mesmo no que deseja entregar. Sendo mais parecido com um projeto de faculdade do que um jogo que realmente foi criado para entreter.

Um passeio sem fim

Logo quando iniciamos o jogo, somos apresentados a nosso herói, chamado apenas de “Caçador de recompensas”, e descobrimos que estamos dentro do castelo do antagonista, o Rei Esqueleto. Ao adentrar na câmara do monarca putrefato, nosso herói é arremessado para fora do castelo pelo próprio vilão, que agora enviou suas tropas mais uma vez para nos matar. Assim começa um ciclo vicioso onde a cada determinado nível alcançado iremos repetir a mesma batalha diversas vezes.

É aí que você se engana minha querida.

Exatamente isso que você leu. Grave Keeper não possui uma história interessante com um final, ou lugares a serem explorados, ele é apenas um hack’n slash sem profundidade alguma, diferente de títulos como Dungeon Stars ou Dragon’s Crown. Você upa até determinado nível, luta com o rei esqueleto, é lançado para fora do castelo e recomeça até atingir um nível maior que o anterior para no fim recomeçar tudo de novo.

Controlamos o personagem utilizando as teclas W, A, S, D, enquanto o mouse controla a mira. Apertando o botão esquerdo se dispara a besta do personagem e com o botão esquerdo se ataca usando a arma corpo a corpo, e também é possível apertar espaço para utilizar a habilidade especial que estiver equipada. Não são comandos difíceis ou complexos, mas ainda assim a mira muitas vezes não funciona como deveria, aparecendo em lugares errôneos e abrindo espaço para que tomemos dano.

Esse impedimento da mira atrapalha e muito o aproveitamento do jogo, tendo em vista que sempre estará lutando em mapas apertados e entupidos de mortos vivos, demônios, ou esqueletos. A falta de um botão de defesa ou esquiva também deixa muito a desejar, pois o balanceamento de dano dos inimigos é desproporcional. Os guerreiros e chefes de nível tem um dano menor em relação ao dano infligido por arqueiros ou magos, e após determinado tempo o próprio mapa começa a possuir elementos que podem te matar, como meteoros, trovões e explosões de magma.

Quem está mais morto por dentro? Eu ou o Boss? R: Sou eu.

Agora, caso tenha saco para enfrentar os comandos travados do jogo nas lutas, é hora de aprimorar seu equipamento. Sempre que derrotamos um Boss, recebemos itens, ouro, poções e caso tenhamos sorte, uma habilidade diferente. Abrindo o inventário, podemos escolher o que manter e o que queremos desequipar e vender, e uma vez que tenhamos equipado o item, podemos utilizar o ouro adquirido para fortalecer os itens, sejam eles espadas, bestas, armaduras ou habilidades.

O jogo também conta com outras duas moedas: gemas e runas. Com as gemas, é possível avançar até determinado nível sempre que se reseta o jogo, a fim de adiantar um pouco o progresso do jogador. Pois caso esteja entre os últimos resets, o jogador terá de se aventurar até o nível 600 para poder enfim poder parar as maquinações do Rei Esqueleto. Com as gemas também é possível comprar baús e outros itens mais prestigiosos. Já as runas servem para melhor atributos do personagem e comprar minions e familiares.

Sai fora mermão, todo dia isso bicho.

Enquanto luta com as hordas do Rei Esqueleto, o jogador irá explorar diferentes mapas, porém todos com os mesmos três temas: cemitérios, inferno e salões de um castelo. Porém algumas vezes o sistema se torna tão aleatório que saímos de um cemitério, entramos no castelo e quando vamos para a próxima câmara, estamos no inferno. Essa falta de coerência tira a imersão do jogador, algo que já é horrível em grandes jogos e que em um projeto pequeno como esse é pior ainda.

Agora, falando da parte gráfica de Grave Keeper, tenho que admitir que a nostalgia veio forte quando comecei, porém não sei se foi algo proposital ou apenas coincidência. Os gráficos cartunescos do jogo me lembram constantemente dos jogos 3D que vinham nos CD-Roms das revistas de banca. O que não é algo ruim, afinal de contas o gráfico do personagem e do Rei Esqueleto são bem interessantes, remetendo a algo que uma criança desenharia e imaginaria.

Vou é embora. Olha o tamanho do braço do cara!

Grave Keeper é um título que não inova, não traz nada de novo e de alguma maneira consegue errar em fundamentos já conhecidos de jogos do gênero. Claro que é impossível de se esperar um Dark Souls, Dragon’s Crown ou Devil May Cry de uma proposta como essa, porém o jogo poderia ter sido muito melhor trabalhado e planejado antes de ir para a produção. O menu possui duas outras opções de jogo, versus e luta magnífica, porém até agora não consegui acessar nenhuma das duas para descobrir do que se trata.

Acredito que o jogo teria se saído melhor como um mobile, pois cobrar vinte reais em um título como este chega até a ser desonesto, de tão fraco. Além disso, o próprio jogo aparenta ter sido uma proposta mobile de início, pois sempre que abrimos o jogo, recebemos ouro por nosso tempo inativo no jogo. Grave Keeper é um título que não tem muito à frente, e provavelmente acabe sendo enterrado, como o rei esqueleto. A diferença é que ele não vai voltar.

Review – Pepper Grinder

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