Forts me foi apresentado como uma mistura de Angry Birds com Worms. À primeira vista o jogo até parece mesmo que suga das características dos dois, principalmente pelo seu estilo gráfico cartunesco. Mas o título é muito mais do que isso e me surpreendeu positivamente.
Tiros, bombas e explosões
A história é a seguinte: as reservas de petróleo no mundo estão escassas e disputadas pelas três potências mundiais. Na verdade, os rumores indicam que só existe mais um grande poço disponível e seu papel é justamente conquistá-lo. À partir daí a guerra começa, o pau quebra e você tem que se virar. Forts é um RTS todo em 2D, baseado fortemente (desculpe o trocadilho) na física. Como todo bom RTS, precisamos colher recursos para a construção das fortalezas e armas.
As estruturas podem ser feitas como bem entendermos, para onde quisermos, sendo necessário cuidar para que não desabem. É possível aumentar a estrutura tanto na horizontal quanto na vertical e usar materiais diferentes, para uma maior proteção, por exemplo. Mas é preciso ficar atento, pois essas estruturas tem que ser bem pensadas para que se mantenham firmes e protegidas.
A cada nova missão são dados desafios a serem cumpridos, e é possível passar de fase somente vencendo a missão principal, que é basicamente destruir o forte do inimigo antes que ele destrua o seu. Mas isso não te garante novas áreas a serem exploradas. Para cada um desses desafios cumpridos ganhamos uma gota de petróleo. Junte a quantidade suficiente e aí sim pode desbloquear o próximo mapa.
Muitas arminhas
A variedade de armamento é bem legal. Existem metralhadoras, snipers, morteiros e canhões de laser, por exemplo, e todas essas vão sendo desbloqueadas a medida que a campanha vai sendo jogada e você vai evoluindo. Neste quesito, nenhuma novidade aqui.
O interessante mesmo é como tudo acontece em tempo real. Não existem ataques por turnos, como em Worms. Não dá para perder tempo planejando cuidadosamente cada movimento. Todo mundo ataca, se defende, constrói e conserta as estruturas junto, somente respeitando o tempo para recarregar as armas e para cada reparo e/ou construção. O jogador tem que ficar atento a tudo enquanto vai construindo, atacando e se defendendo. A ação fica frenética e é necessário ser bastante rápido para reagir à certas situações.
Ainda é preciso se atentar com a física, pois ela é um fator de extrema importância e sempre está te afetando. O posicionamento das armas tem que ser feito com atenção, pois uma mal colocada pode fazer com que sua estrutura perca o equilíbrio e caia. Ou então pode ser um alvo fácil para o adversário, fazendo com que se perca tempo e recursos na sua reconstrução. Seu forte precisa ser firme, com bons alicerces, do contrário vai resistir pouco aos ataques ou mesmo desabar sozinho.
Um problema que achei é que a dificuldade em determinados momentos é bem baixa ou bem elevada, não havendo equilíbrio, e isso pode tornar a jogatina um tanto tediosa. Em determinadas ocasiões chegava a ser frustrante o tempo que gastava para conseguir derrubar um forte. Sua estrutura era refeita bem rápido, enquanto minhas armas demoravam muito para serem recarregadas. Mas isso é algo que pode ser corrigido pela EarthWork Games através de um patch futuro.
É o caos!
Tudo que jogamos na campanha serve como aprendizado para o que é possível fazer no multiplayer. É um pouco difícil encontrar partidas online, pois acredito que a quantidade de jogadores ainda seja pequena, mas quando encontramos a diversão é muito grande.
Um verdadeiro caos toma conta da tela e a guerra realmente chega ao seu nível máximo de loucura. No modo tradicional e no Skirmish aparecem os Comandantes, representados por nove personagens especiais com diferentes características e que podem ser usados para te dar uma certa vantagem. Também é preciso saber decidir entre melhorar as características das suas construções ou dos comandantes. Balancear corretamente isso é vital para o sucesso nas batalhas.
Visual simplista e cartunesco
Por trás disso tudo temos gráficos simples, bonitinhos, mas que não chegam a chamar atenção – diferente de Worms W.M.D., por exemplo. Não são usados muitos efeitos, o que deve tornar Forts jogável até mesmo em PCs mais antigos. Claro que isso é uma vantagem, aumentando o público a ser alcançado, mas achei um pouco frustrante. Poderiam ter caprichado um pouco mais nessa parte.
Os efeitos sonoros também não se destacam. Claro que, assim como os gráficos, não atrapalham a diversão. Só acredito que hoje em dia uma atenção maior precisa ser dada à esses aspectos técnicos. Afinal, a PC Master Race é implacável. Outro detalhe, para quem gosta de localização, é que infelizmente não está disponível em português, nem mesmo nas legendas.
Como falei no começo da análise, Forts é uma grata surpresa, vale o valor pago e a diversão é garantida. Os produtores conseguiram colocar algo novo em um estilo que tem recebido pouca atenção ultimamente, e eu sinceramente não esperava que fosse tão bem executado.