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A exploração do mundo apocalíptico é algo que sempre foi explorado pelos desenvolvedores de games. Porém, a série Fallout foi a que mais se destacou com o tema. Não bastasse o enorme número de prêmios e mods existentes para Fallout 4, a Bethesda trouxe uma adaptação para VR quase que perfeita para redescobrimos a Boston destruída do título. A sensação de realidade e imersão, atrelado aos gráficos quase que perfeitos, fazem da experiência algo bastante singular.

Fallout 4 VR exige um PC poderoso: mesmo com uma Geforce 1080, o game dá umas engasgadas. Já no início do gameplay percebemos algumas quedas de frame rate, mas nada que comprometa. A qualidade gráfica dentro do VR ficou exuberante, provando que é possível sim ter gráficos AAA mesmo nessa geração de óculos virtuais. O som e efeitos ficaram excelentes, onde a localização espacial gerada pela diversidade de sons (presentes no jogo original) garante uma imersão completa – com o uso de um bom headset, claro.

Imagem do jogo Fallout 4 VR
Pip-Boy dos infernos.

A melhor forma de jogar ainda é o modo teletransporte ou locomotion quando comparado com o caminhar contínuo. Mesmo com todas as adaptações do campo de visão ou limitação da velocidade da mudança de imagens, ainda é bastante enjoativo jogar neste modo. Já no modo teletransporte, precisamos estar mais atentos para os locais onde vamos para não sermos pegos de surpresa por inimigos ou posições estranhas onde pode, inclusive, ficar preso por algum glitch existente do jogo.

Pip-Boy Nightmare

O bastardo Pip-Boy, o famigerado dispositivo que você usa durante todo o jogo para acessar mapas, características do personagem, inventário completo, rádios locais e quest a serem selecionadas, será o seu maior pesadelo. Usá-lo é uma das experiências mais frustrantes durante o jogo, que por pouco não estraga tudo – os desenvolvedores deram uma ligeira melhorada após inúmeras reclamações.

Imagem do jogo Fallout 4 VR
O craft e upgrade de armas fica confuso com a interface do Pip-Boy.

Inicialmente, durante o combate ou navegando pelas opções do Pip-Boy, você tinha que trazer seu punho até próximo ao seu rosto para que o menu aparecesse dentro do Pip-Boy. Detalhe: isso não pausava o jogo. Lógico que durante a batalha ou intensa movimentação isso significava morte certa ou frustração no nível máximo. Em outras palavras, movimentar os cursores dentro do Pip-Boy não é nada intuitivo. Atualmente já é possível selecionar um modo onde o Pip-Boy é projetado na sua frente e o game é pausado, e mesmo assim continua bastante complicado.

O combate é uma das partes mais proeminentes e divertidas. Assim como no game original temos o VATS: um sistema de mira onde, de acordo com suas habilidades, localização e arma utilizada, gera uma porcentagem de acerto em determinada parte do corpo dos inimigos, deixando-os mais vulneráveis ou mantado de uma forma mais rápida. O VATS, as mortes e o combate – com o imenso arsenal de Fallout 4 – gera um fator diversão excepcional. São cabeças explodindo, membros voando e muito sangue de forma bastante realista e divertida. Provavelmente você irá se ver abaixando, fechando um olho para mirar com o sniper (apesar do scope ainda não estar funcionando) ou simplesmente levando sustos com os Ghouls e outros inimigos aterrorizantes.

Imagem do jogo Fallout 4 VR
O V.A.T.S. em ação: intuitivo e prático de usar.

Onde enfiaram as minhas mãos?

Fallout 4 é um jogo de 100 horas ou mais, principalmente se contarmos os inúmeros mods existentes que poderiam ser migrados para VR. Apesar de estar satisfeito com a fase atual do game, os inúmeros problemas com a interação (cadê as mãos?!) e o desastroso Pip-Boy fazem com que a frustração tome conta do jogador durante boa parte do tempo. Não conseguimos saber de forma intuitiva o que podemos interagir ou não no mundo ao seu redor, o que prejudica a experiência toda. Até a mudança de arma, seja parado ou em combate, é uma tarefa difícil de realizar no VR.

O uso da Power Armor transmite uma sensação de imponência, porém os mesmos problemas andando a pé ficam mais evidentes principalmente no quesito localização, pois o mapa e cursores de direção ficam na parte inferior da visão, sendo necessário abaixar a cabeça para ver. De fato isso passa a sensação e dimensão correta ao estar dentro da Power Armor. Ainda assim é um tanto confuso abaixar a cabeça para ver onde iremos e qual direção devemos continuar seguindo. Felizmente nada disso estraga a maravilha de estar com uma minigun em mãos e metralhar seus inimigos sentindo o feedback do controle do Vive.

Imagem do jogo Fallout 4 VR
Se no game original os cenários são vastos, imagine a sensação no VR.

Depois de testar Doom VRF, Skyrim VR e agora Fallout 4 VR, cheguei à conclusão que é viável sim fazer um game nível AAA para VR. Os três títulos VR da Bethesda provaram isso como também demonstraram as limitações que devem ser superadas para lidar com os enjoos, movimentações bruscas, o tracking e a interação com o ambiente à sua volta. Explorar melhor o multiplayer e melhorias gráficas ainda é um importante limitador para o deslanche da realidade virtual, onde esperamos que nas próximas gerações tudo isso seja equacionado. Mesmo com os pontos negativos aqui colocados, Fallout 4 VR é altamente recomendado e é bem provável que a Bethesda continue melhorando e implementando novidades ao longo do tempo.

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