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O campeão voltou. Depois de cambalear em F1 2014 (que mesmo saindo em 2014, não teve versão para os consoles atuais) e em F1 2015 (que veio fraquíssima em conteúdo e com uma inteligência artificial absurdamente ruim), a Codemasters voltou a acertar a mão no ano passado, com F1 2016. Para este ano, F1 2017 traz melhorias em quase todos os aspectos, com um modo carreira aprimorado, dezenas de opções de configuração dos monopostos, e até a volta dos carros clássicos, ausentes na franquia desde 2013.

Hoje não? Hoje sim!

Games da Codemasters geralmente são difíceis (Dirt Rally que o diga…), mas F1 2017 só é complicado para quem quiser que seja – afinal, F1 tem regras complicadas, e há punições para ultrapassagens cortando o adversário ou quaisquer outros comportamentos antidesportivos. Isso pode ser novidade para quem gosta de automobilismo, mas não manja tanto assim do mundo da F1. Eu digo isso porque F1 2017 oferece opções para todos os tipos, desde para o jogador que quer as regras mais relaxadas e oponentes mais difíceis, até para a galerinha do Dark Souls que quer se sentir no campeonato desse ano.

Além de ter 100 níveis de dificuldade para a inteligência artificial dos oponentes (isso, você usa um slider que vai de 1 a 100), dá para ligar e desligar dezenas de ajudas e assistências, mudança de marcha com ou sem embreagem, controle de tração e de estabilidade, enfim, tudo aquilo que sempre existiu em jogos como Forza, Gran Turismo ou Dirt, mas que caem como uma luva em um esporte complicado e cheio de detalhes como a Fórmula 1. Sim, você vai esquecer que seu carro não é abastecido entre o treino qualificatório e a corrida, e ele vai sofrer uma pane seca em plena prova por causa disso (aconteceu comigo uma vez).

O game é bonito e muito bom de jogar, mas tem umas lentidões aqui e ali.

Vida de piloto

Além do longo modo carreira, com todas as etapas da temporada 2017 da Fórmula 1 e treinos e qualificatórias antes de cada corrida, cada etapa ainda conta desafios (que rolam dentro dos treinos livres), em que o jogador ganha experiência para evoluir os atributos da sua equipe, e ainda dão uma boa aula sobre como funciona a economia de freios e de combustível em uma corrida, por exemplo, até conceitos de estratégia para as provas. São desafios legais, e, na boa, fazê-los ensina muito sobre como um carro desses funciona.

Esse modo usa aquela encheção de linguiça com o pessoal da equipe falando com o jogador, mostrando os bastidores e tudo mais, mas há um relativamente complexo sistema de evolução de pontos de atributos da equipe, que o jogador distribui como num RPG mesmo, em especialidades da engenharia e mecânica. É mais ou menos como fez DiRT Rally com aquele sistema de evolução dos mecânicos, mas com um certo grau de liberdade a mais por permitir ao jogador escolher onde gastar os pontos.

Dá para jogar campeonatos mais rápidos também (e curtos, apenas com classificação e corrida), cada um com um tema diferente – há um de pistas tradicionais, outro de circuitos de rua, e ainda alguns com os carros clássicos selecionados pela Codemasters.

A volta dos clássicos

Entre os doze clássicos (ausentes desde F1 2013), a máquina que provavelmente mais vai se destacar entre os fãs brasileiros é a bela McLaren MP4/6 pilotada por Ayrton Senna e Nigel Mansell no campeonato de 1991 – a versão de 1988, dirigida por Senna e por Alain Prost, também está presente no game, mas como DLC para quem adquiriu a edição de lançamento.

Uma legítima representante da era de ouro da F1, quando todas as equipes eram patrocinadas por marcas de cigarro.

Além das McLaren, estão presentes a campeoníssima Ferrari F2002 que levou Michael Schumacher ao título de 2002, além da monstruosidade que foi a RBR RB6, que ajudou Sebastian Vettel a conquistar o caneco de 2010. Uma curiosidade rápida: este carro da RBR foi projetado pelo mito Adrian Newey, que assina outros três carros que estão em F1 2017: as Williams de 1992 e 1996 e a McLaren de Mika Hakkinen de 1998.

O mais legal é a forma como esses monopostos foram inseridos no modo carreira, sob a forma de eventos especiais. De repente, entre uma corrida e outra, o jogador é convidado a disputar uma prova especial com um desses modelos clássicos. Não apenas é uma maneira de homenagear esses carros durante a campanha, sem precisar de uma opção separada só para isso (que continua existindo), mas também dá uma “quebrada” na rotina do modo carreira.

Há certos probleminhas técnicos: testamos num Xbox One comum (sem ser o S), e a taxa de quadros por segundo sofria um pouco em certos momentos, e também vimos um pouco de “tearing” em uma cena ou outra, e não podemos afirmar se isso ocorre no Xbox One S, no PS4 ou no PS4 Pro. São problemas técnicos perdoáveis, porque no geral o game é muito bonito, com pistas e veículos bem modelados. Mais do que um excelente game de corrida, F1 2017 é um raro exemplo de jogo de esporte realizado com o máximo de fidelidade possível, recomendado para qualquer jogador que tenha o mínimo de apreço por jogos do gênero.

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