Para quem estava com saudades de um bom jogo de estratégia, apresento Exorder. Desenvolvido pela Solid9 Studio e distribuído pela Fat Dog Games, o game foi lançado inicialmente em março de 2018 e agora recebe uma versão para o Nintendo Switch. É um jogo de estratégia em turnos naquele clássico formato de tabuleiro, onde suas unidades tem um número de casas que podem andar até executarem suas ações. Esquema bem parecido com o que já vimos em diversos outros títulos.
O jogo começa quando o reino de Cerulean perde seu rei. O velhinho, sacana que só, antes de morrer diz que a coroa deve ser disputada entre seus dois filhos, a jovem princesa Beyla e o seu irmão bonitão, alto, forte e que faz sucesso com a mulherada XXX. É lógico que nessa disputa você inicialmente assume o papel do desafiante mais fraco. Sua vitória vai levar o reino a desconfiança e os reinos vizinhos não vão pensar duas vezes antes de atacar. Além, é claro, de um príncipe rancoroso que acha que merecia mais o trono do que sua irmã. E é com esse pano de fundo que o jogo se desenrola.
Um tabuleiro, algumas peças e muito desafio
A mecânica é bem simples e similar ao que já vimos em jogos como Fire Emblem, Xcom e o já saudoso Advance Wars. Você move suas peças e executa ações ou ataques e então passa a vez pro adversário. Existem algumas cabanas ou bases que podem ser dominadas ao posicionar uma peça sobre eles. Essas estruturas geram dinheiro por turno e permitem a criação de novas unidades.
Ao início de cada missão você recebe o briefing com os objetivos a serem cumpridos para se obter a vitória. Nessa simplicidade é que está a beleza de Exorder. O jogo é muito desafiador, beirando a frustração por algumas vezes. A inteligência artificial do exército inimigo é bem apurada, eles vão atacar sempre no seu ponto mais fraco ou proteger o ponto fraco deles.
A jogabilidade foi totalmente adaptada pra você jogar com touch, o que é uma coisa que eu sentia falta nos jogos de Switch. Claro que você pode usar os controles normalmente (até para o caso de jogar na TV), mas esse tipo de jogo flui bem com controles na tela. O tamanho do tablet não é o ideal para se jogar usando apenas a tela, mas é questão de costume. Os gráficos são bem simples, lembrando em muito os de jogos mobile atuais, porém com mais profundidade e realmente com cara de jogo completo, sem aquela pegada de jogo de celular.
Para quem é fã do gênero
O jogo possui 12 missões principais, o que poderia parecer pouco se não fosse a grande dificuldade, o que torna bem complicado chegar ao seu final. Exorder possui um multiplayer online que promete ser multiplataforma, mas infelizmente não conseguimos testar pois não achávamos adversários no sistema de matchmaking, talvez pelo fato do jogo não ter sido tão popular e só ter chegado agora para a plataforma da Nintendo.
Também peca um pouco pela falta de inovação, já que a mecânica é muitíssimo similar ao que já existe por aí, sem qualquer novidade para o gênero. E olha que nem é um gênero saturado, pois não existem grandes jogos desse estilo. A desenvolvedora se focou em fazer (muito bem diga-se de passagem) o que já havia sido feito outras vezes. A história não compromete, mas também não instiga o jogador. Ela tá ali só como desculpa pra você batalhar, dá para pular os diálogos e cutscenes tranquilamente.
Quem tem saudades do gênero certamente vai se deliciar com Exorder, especialmente aqueles com mais experiência. No início dos anos 2000, quando só se jogava CS nas lan houses, sempre fui aquele cara chato que não completava o time do game mais popular e preferia jogar Red Alert, Generals ou Warcraft III. Sei que não são em turnos como Exorder, mas tem a premissa da estratégia, gerenciamento de recursos e unidades que são características dos títulos deste estilo.
Já é o segundo ou terceiro review que cito isso, mas não canso de dizer: existem certos jogos que parecem ganhar um bônus de diversão quando são jogados no Switch. A plataforma da Nintendo parece o lugar ideal para esse tipo de jogo. Que mistura a casualidade de um jogo onde as missões podem ser levadas como uma partida, mas sem necessariamente ser fácil como um jogo casual normalmente é. Me lembrou muito o clássico Advance Wars, que por longos meses foi o único cartucho que esteve dentro do meu saudoso Game Boy Advance e me rendeu horas de diversão e irritação.