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Sendo o jogo de estreia do estúdio sueco BandanaKid, Elli mistura elementos de plataforma com puzzles. Nessa aventura acompanhamos a protagonista Elli – que dá nome ao jogo -, a guardiã dos ‘Cristais do Tempo’, responsável por cuidar de toda a ordem e existência do universo.

Infelizmente nossa antagonista, Gharti, aparece durante a comemoração de 600 anos de Elli para acabar com a festa, tendo muita inveja da última por ser uma guardiã, algo que ela mesma queria ser. Então, para provar que pode ser uma guardiã melhor para o universo, ela decide roubar os Cristais do Tempo, e nós precisamos ir atrás dela para recuperá-las antes que o pior aconteça.

A inveja mata

Toda a aventura é situada na terra dos Mandrágoras, pequenas criaturas que habitam estas regiões e que são responsáveis por manter tudo funcionando. Porém, em sua fuga, Ghasti acaba por abalar a ordem destes locais, obrigando-nos a ajudar os Mandrágoras a restaurá-los.

Os cenários são bem variados, indo desde planícies até interiores de ruínas antigas. Todos são muito bonitos e bem detalhados, com ambientes vivos e coloridos, realmente nos apresentando uma ambientação bastante rica. Estes cenários costumam ser vastos e possuem um amplo espaço para exploração. Nesse sentido, o estilo artístico em alguns momentos me lembrou muito o do jogo RiME, com cenários de praia e ruínas.

Contudo, alguns deles são menores e existem simplesmente para – no bom português – encher linguiça, pois não há nenhum objetivo lá, nada para ser explorado, apenas servindo como uma transição de um local para outro. Digo isso pois cada um dos ambientes é dividido por ‘salas’, as quais você adentra por através de um portão ou elevador, não estando diretamente interligados – por essa razão, não vejo muito sentido em existirem locais sem nenhum objetivo aparente.

Imagem do jogo Elli
Belas paisagens.

Ao final de cada sessão de salas, encontramos um dos Cristais do Tempo que Ghasti deixou para trás, que se não forem recuperados por um guardião podem destruir o tempo e consequentemente o universo.

Para tal precisamos passar por uma fase especial, a qual muda quase que completamente as mecânicas de gameplay, transformando o jogo em um plataforma 2D, que acrescenta algumas habilidades únicas deste modo, como pulo-duplo e teleporte de curta distância. O objetivo deste modo é concluir a fase antes que um portal de destruição (semelhante a um buraco negro) nos alcance, então precisamos ser rápidos.

Apesar de apresentar belos cenários e ambientações, os modelos dos personagens em geral não possuem muitos detalhes, algo ainda mais perceptível quando em close, com expressões que muitas vezes são estranhas – e um tanto medonhas – nas cutscenes.

Puzzles everywhere

Todas as fases possuem puzzles e/ou mecanismos que devem ser solucionados/acionados para que possamos avançar. Os puzzles são bem interessantes de início, porém se tornam repetitivos em pouco tempo, o que torna o gameplay tedioso nesse sentido. Afinal, a dificuldade destes quebra-cabeças não progride conforme o jogo avança, ou seja, não tornando eles mais elaborados, apenas mais longos de se solucionar.

Imagem do jogo Elli
Belas vegetações.

Em compensação, no quesito exploração, apesar de limitado, Elli nos entrega uma boa sensação de aventura. Tendo locais secretos para acessar e itens para coletar escondidos, além da variedade de ambientações. Elli, além dos movimentos básicos como andar, pular e carregar itens (como caixas, pedras e vasos), possui poderes únicos com seu cajado, ao passo que ela pode usá-lo como uma sonda para revelar plataformas e itens ocultos.

Durante as fases encontramos Mandrágoras espalhados por elas, que irão falar conosco, seja com um simpático ‘olá’ ou até com frases motivacionais. Eles também irão indicar locais onde poderemos encontrar itens escondidos, como as ‘Moedas de Chapéu’ – tradução do jogo para Hat Coins.

Estas ‘Moedas de Chapéu’, assim como as gemas, ficam espalhadas pelos cenários, porém as moedas estão escondidas. Como o nome sugere, elas servem para comprar chapéus para a personagem, enquanto as gemas servem para comprar vestuários e cajados diferentes. Pessoalmente não entendi o sentido de uma moeda exclusiva para adquirir chapéus, mas nenhum dos itens serve para melhorar suas habilidades, sendo unicamente para personalização.

Imagem do jogo Elli
Homem, digo, Mandrágora de pouca fé.

Toda a história é contada através de diálogos entre os Mandrágoras ou Ghasti. Estes diálogos costumam ser bem divertidos, havendo uma boa chance de arrancar um sorrisinho no decorrer. E para nossa sorte, o jogo está totalmente localizado em português brasileiro (menus e legendas), que conta com algumas falhas na tradução, mas nada que atrapalhe a experiência. Elli, por sua vez, não dialoga com ninguém, sendo uma protagonista sem falas.

Já a trilha sonora é bastante interessante e agradável de se ouvir, com músicas que compõe bem cada passo da jornada de Elli e incrementam ainda mais toda a sensação e sentimentos ali contidos.

Velhos problemas

Mas como nem tudo são rosas, a câmera pode ser um grande inconveniente, pois apesar deste ser um jogo com ambientes em 3D, você não possui controle sobre a visão da personagem. Isso atrapalha especialmente quando precisamos executar saltos em plataformas angulares, pois acaba-se perdendo a noção de perspectiva devido ao ângulo em que a câmera está posicionada e consequentemente morrendo por um salto falho. Isso te obriga a realizar toda a sequência da fase novamente.

Além disso, me deparei com alguns bugs bem pontuais em determinadas sessões do jogo, como passagens bloqueadas ou mecanismos que impedem nosso avanço, porém eles já estão sendo corrigidos e possivelmente podem não existir mais quando você estiver jogando.

Imagem do jogo Elli
De boas sentado na estátua curtindo o fim dos tempos.

Elli me surpreendeu pela qualidade e vastidão que apresenta em seus cenários, isso para um jogo relativamente simples é fascinante, além de rodar muito bem no Switch, tanto no modo docked quando no portátil. É um jogo que vale muito para os amantes de boas aventuras e puzzle. Embora não apresente uma história rica, tão pouco envolvente, ainda assim pode te entreter. Acima de tudo, garante boas horas de gameplay.

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