Donkey Kong Bananza marca um retorno triunfante do gorilão mais icônico da Nintendo após mais de uma década de ausência significativa em títulos inéditos. DK ressurge em um dos jogos mais criativos da nova geração, marcado pelo carisma, bom humor e belíssima direção de arte. O novo título não só honra o legado da franquia, mas apresenta inovações surpreendentes, especialmente ao colocar Donkey Kong ao lado de Pauline, dividindo o protagonismo e numa versão de 13 anos, fazendo com que as mecânicas se relacionem com musicalidade e impactando diretamente a jogabilidade.

Donkey Kong Bananza

Ainda lembro de ligar o meu Nintendo 64 e jogar Donkey Kong 64 achando que seria a evolução máxima daquela franquia que conquistou uma legião de fãs no Super Nintendo. Essa mesma mágica acontece novamente, 25 anos depois com a chegada do Nintendo Switch 2, que perdeu a chance de ter um excelente jogo como parte do seu lançamento pelo receio de ser uma franquia com apelo menor que Mario Kart.

Quando a vida te der bananas, faça uma bananza

Para os fãs de longa data, a continuidade da franquia acontece com muito respeito à história, pois Donkey Kong Bananza evoca a nostalgia ao inserir referências e easter eggs dos clássicos Donkey Kong e Donkey Kong Country, inclusive com fases que contam com progressão lateral e a presença de membros lendários da família Kong. Encontros com Cranky Kong, menções ao Jumpman e à rivalidade de DK com Mario, ressoam como fan service, ao mesmo tempo em que expandem o universo e seguem num tom atualizado para dialogar com as novas gerações, em clima aventuresco, mas sem abandonar a essência construída desde o lendário arcade.

Donkey Kong Bananza

A narrativa de Donkey Kong Bananza consegue surpreender não apenas pela irreverência, mas por ser envolvente e divertida, mesmo estando longe de ser o principal esforço do mesmo time de desenvolvimento responsável por Super Mario Odyssey. DK e Pauline precisam descer às profundezas do subsolo para deter a ambição de Void Kong, presidente da corrupta Void Company que, ao lado de Grumpy Kong e Poppy Kong, ameaça dizimar o ecossistemas em busca do Núcleo do planeta e sua lendária riqueza. A partir desse plot inicial, você precisará avançar por mais de 15 níveis, conhecendo múltiplos biomas e ecossistemas subterrâneos, numa jornada épica dessa aventura ao melhor estilo coletaton em busca de bananas, além de solucionar como levar Pauline de volta à superfície.

Com diálogos engraçados, momentos de descobertas para os protagonistas e revelações importantes que conectar Donkey Kong Bananza ao Super Mario Odyssey, a jornada de Pauline e DK é marcada por muitos momentos incríveis, inovações em mecânicas e liberdade para trilhar seu caminho como preferir, fazendo com que aos poucos você descubra mais sobre a história que quer ser contada, de maneira sutil e prazerosa de acompanhar sem se tornar repetitiva ou enfadonha. Mesmo com um nível de dificuldade muito aquém da franquia, conhecida por diversos momentos realmente difíceis em jogos anteriores, Bananza preza pela conquista dos objetivos sem complicar o método para que isso aconteça, porém sem comprometer a diversão e o engajamento.

Donkey Kong Bananza

Essa integração com Super Mario Odyssey, que acontece por conta de diversos indícios ao longo do jogo, também acontece na maneira como Donkey Kong Bananza se apresenta, oferecendo liberdade de exploração e com level design interessante, aliados à nova mecânica de destruição possibilitada pela força de DK. A possibilidade de destruir praticamente todos os cenários utilizando os punhos, pulos e arremessos, levando em conta a densidade do ambiente ao redor, faz com que a exploração livre ganhe camadas ainda mais interessantes e faça você se perder por horas pelo mundo em busca dos Cristais de Banândio, além de otimizar os poderes do DK através da progressão de uma árvore de habilidades. Isso sem contar as inspirações vindas diretamente dos novos The Legend of Zelda, com portais que nos levam para locais que lembram as dinâmicas dos shrines, com puzzles e desafios muito interessantes.

Quando adicionamos a presença de Pauline e sua musicalidade, conhecida por conta de Jump Up Superstar em Super Mario Odyssey, temos todo o estilo que já conhecemos da franquia Donkey Kong, reforçada pelo recente filme de Super Mario Bros. para desenvolver a mecânica de transformações de DK. Com o poder ancestral encontrado ao longo da jornada, você poderá assumir formas animais temporárias, ativados com L1 + R1, graças aos poderes de Pauline, para ampliar drasticamente as possibilidades de exploração e combate. Bananza Kong potencializa a força de seus punhos, Bananza Avestruz permite voos breves, Bananza Zebra otimiza sua velocidade, Bananza Cobra agiliza a travessia, e, por fim, Bananza Elefante oferece um arsenal devastador. Cada transformação pode ser aprimorada conforme a coleta de itens, facilitando a conclusão de desafios conforme progredimos no jogo.

Donkey Kong Bananza

Toda essa criatividade é acompanhada, além do potencial oferecido pelo Switch 2, mas com controles simples, precisos e responsivos. Mesmo com seu tamanho, a movimentação com DK é prazerosa, enquanto Pauline é jogável no modo cooperativo local, porém sua voz pode ser utilizada como apoio na exploração ou até mesmo como parte da estratégia em batalhas. O gameplay cooperativo é um dos diferenciais desse título por trazer o trabalho em equipe para a resolução rápida em em diversos desafios e puzzles, promovendo interações divertidas e surpreendentes para ambos os jogadores.

Som na casca, Pauline!

Infelizmente toda essa mágica sofre de um terrível problema que acompanha jogos de aventura 3D há muitos anos. A câmera sofre durante momentos de destruição mais intensos ou quedas em locais mais profundos, sendo fácil perder o personagem de vista, impactando a navegação e, por vezes, a precisão nos combates. Alguns chefes também carecem de desafio, sendo facilmente superados graças aos poderes de DK e Pauline, o que pode frustrar jogadores mais experientes.

Donkey Kong Bananza

No entanto, a equipe de desenvolvimento soube trabalhar muito bem como o que poderia ser um simples coletaton de bananas se tornar algo interessante, evoluindo o legado das Banana Coins e Golden Bananas. Esses itens colecionáveis, ao lado de pedras, conchas, fósseis e outros, que funcionam para o sistema de trocas como moedas, assumem um protagonismo ainda maior na economia, nos desafios e nas mecânicas do jogo, sendo referências diretas ao legado da franquia. Sem contar a maneira como dialoga com as transformações e, mesmo com os problemas de câmera, tudo acaba sendo mais interessante e divertido de ser encarado.

Donkey Kong Bananza transborda de sentimentos vibrandes, com uma direção de arte que consegue transportar esse universo para o Switch 2 em grande estilo, com ambientes coloridos, vivos, repletos de detalhes, destrutíveis e texturas que impressionam pela riqueza. A variedade do visual acompanha a evolução do próprio ambiente após a passagem destrutiva do jogador, brincando com a física e densidade dos materiais com que você pode interagir. Do mais duro ao maleável, passando pelo grudento ou que boia, o visual do jogo consegue indicar muito bem como podemos interagir com o ambiente ao redor.

Donkey Kong Bananza

A trilha sonora original remete à tradição da franquia, misturando temas consagrados e composições inéditas, com momentos musicais certos liderados por Pauline, que rouba a cena por conta das sequências de tirar o fôlego, através da trilha sonora vibrante, cheia de percussão e orquestração sofisticada, e sem contar sua importância como parte da mecânica relacionado ao poder do seu canto. Mesmo ao lado de diversos personagens queridos e a adição de novos, entre seres míticos, vilões e NPCs, nada é páreo para Pauline e o trabalho na direção sonora desse jogo.

Donkey Kong Bananza, consegue roubar a cena nesse começo de Switch 2 e entrega uma aventura interessante, com muita originalidade, acessível aos diversos públicos do novo console, dinamismo em suas mecânicas criativas, e profundamente divertida, com doses equilibradas de nostalgia, inovação e carisma. Os fãs brasileiros ainda podem se divertir com a maravilhosa localização para o português brasileiro, carregada de trocadilhos e sacadas geniais para aumentar ainda mais a imersão durante o jogo.

Donkey Kong Bananza

Para quem não conhece DK e sua turma, este é a melhor porta de entrada para se apaixonar por um dos personagens mais queridos da Nintendo, enquanto também funciona perfeitamente como um presente digno da história do personagem e a esperança de grandes títulos para esta nova geração do Switch.

98 %


Prós:

🔺A criatividade em incluir Pauline no jogo
🔺Liberdade e controles responsivos
🔺Gameplay fácil, simples e divertido
🔺Sistema de transformações para o DK
🔺Muitos colecionáveis para encontrar
🔺Diversidade de biomas para explorar
🔺Quebrar tudo é viciante
🔺Trilha sonora maravilhosa

Contras:

🔻Câmera pode atrapalhar em momentos importantes
🔻Baixo desafio para fãs acostumados com a franquia

Ficha Técnica:

Lançamento: 17/07/25
Desenvolvedora: Nintendo
Distribuidora: Nintendo
Testado no: Switch 2

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