Que todo mundo sabe que o gênero Soulslike pegou o mercado mundial de games pelo colarinho, isso não é novidade. Aproveitando a mecânica e abertura que o gênero oferece, a nacional Massive Work Studio nos traz Dolmen, um Soulslike no espaço. Além de ter jogado o projeto em 2019 na BGS, já vimos ele aqui no site este ano.
Com uma mistura de Dark Souls e Dead Space, em Dolmen veremos uma crise onde duas dimensões irão se unir, causando um caos inimaginável. Destruindo uma estação de mineração que agora depende de você para salvar aqueles que ainda sobrevivem por seus corredores.
Busquei prata, encontrei ouro
Em Dolmen, a raça humana avançou através de inúmeros sistemas solares e conquistou vários planetas. Nesta enorme expansão, a terra se viu dividida entre grandes corporações dispostas a travar batalhas em busca de tecnologias e minérios nestes novos planetas.
E um destes planetas é Revion Prime, o planeta onde a história de Dolmen se desenrola. Afinal o jogo empresta o nome de um raro minério encontrado neste planeta, as pedras Dolmen. Poderosos minérios capazes de acessar outras dimensões, cobiçados pela Corporação Zoan, a patrocinadora de uma expedição de mineração.
Porém como era de se esperar os cristais despertaram novamente criaturas de outra dimensão e até mesmo antigos habitantes do planeta Revion Prime. Levando a equipe de mineração a beira da loucura, além das ameaças vindas de outra dimensão e um poderoso espadachim elemental que circunda pelas ruinas das instalações.
Um grande desafio espera o jogador, que irá ao planeta como um “mercenário” que deve localizar os cristais Dolmen e leva-los de volta. Além de é claro, sobreviver ao planeta e suas criaturas hostis contra toda e qualquer forma de vida.
Inimigos que dão um show nos chefes
Em minha primeira run de Dolmen, escolhi a classe de Caçador de recompensa, que começa usando uma lâmina em cada mão. Com as outras classes sendo recruta (guerreiro), atirador de elite (longa distância), encouraçado (bárbaro) e hibrido. Uma build diferente do que estou acostumado a usar, motivo a mais para me concentrar no jogo.
Em Dolmen como em Immortal: Unchained, outro soulslike futurista que fiz review anos atrás. Temos armas brancas e armas de fogo, algumas delas usam a barra de energia de forma eficiente, permitindo que ela se recarregue com o tempo, outras já a gastam completamente. O que torna determinadas armas de fogo uma escolha mais de momento.
Por isso sempre de preferência por usar a energia dos núcleos quando possível. Eles garantem uma melhora em certos atributos além de cada um ser efetivo contra um tipo de criatura. Sempre alternando entre fogo, gelo e ácido, afim de infligir dano máximo a criatura que quer te jantar!
A pouca rotatividade de inimigos, os poucos equipamentos que podem ser montados e pouca variedade de armas e gameplay acabam tornando o jogo um pouco maçante e repetitivo. Mas isso não torna ele impossível de se divertir, afinal de contas em vários momentos me vi perdendo horas enquanto explorava o local.
Nem tudo que brilha é ouro
Mas infelizmente Dolmen tem um dos grandes problemas para mim em jogos soulslike que é um combate “flutuante”. O que quero dizer é que aqui, mesmo que os ataques conectem no oponente, eles dificilmente irão mostrar isso, fazendo com que eles rapidamente contra-ataquem, o que dificulta defender ou aparar ataques inimigos.
Sejam eles os insetos gigantes ou inimigos comuns, a falta de uma indicação clara de que os ataques conectaram e o oponente reagiu a eles de maneira fiel causa uma grande falta em jogos desse gênero muitas vezes. Além disso os bosses não ajudam a deixar o desafio engajador, sendo muitas vezes mais fáceis que os inimigos comuns.
Porém diferentemente de outros jogos do gênero, o que pouco vi aqui graças a deus foram as famosas fall traps. Não haverá nenhum inimigo escondido em algum lugar ridículo pronto para te dar uma “bica” que vai te lançar a 300 M/s contra o chão. Mas ainda é possível sim, cair em certos lugares e morrer, então cuidado.
Uma das grandes adversidades que realmente gostei da ideia, mas não da execução foram as esferas de energia. Grandes orbes que circulam por determinadas áreas e podem absorver sua energia ou pontos de vida. A ideia foi excelente, mas a a aparência de globos de plasma gigantescos acabou tirando um pouco da imersão.
Eles vieram, pelo outro lado da porta
A história e visual retomam muito do clássico de horror da E.A, Dead Space. Mas há um grande problema para mim na maneira como a narrativa foi montada quando colocamos em cheque o sistema de craft e level up do jogo. Os cristais Dolmen, que viemos buscar muitas vezes acabam sendo derrubados por criaturas que derrotamos, servindo de maneira semelhante como o Entendimento de Bloodborne.
Usamos os cristais Dolmen para convocar aliados no multiplayer e lutar novamente com bosses já derrotados, afim de farmar itens para fazer armas de chefes e ganhar Nanites. Os Nanites são como as almas de Dark Souls servindo para aumentarmos nossa força, resistência, ciência e outros atributos. Mas para isso é preciso voltar a nave toda vez.
O que não entendo é, se eu já tenho os fragmentos que adquiri farmando criaturas e já voltei para a nave, por que não simplesmente ir embora? Uma vez que minha missão não é salvar o planeta e sim conseguir fragmentos Dolmen para a Corporação Zon. É algo relativamente pequeno, mas que me tirou bastante a imersão.
Dolmen é um passo imenso para o mercado nacional e uma experiência interessante. Uma criatura própria com seu próprio charme, mas que ainda pode melhorar muito em uma continuação. Com certeza um título nacional a ser lembrado, mas não venha esperando um Dark Souls da vida, mas sim um mergulho entre dimensões espaciais.