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Nunca fui muito fã de jogos de corrida e por isso me considero um leigo no assunto. Quando me encarregaram do review de DIRT 5, minha primeira reação foi: “Vocês estão loucos! Isso não vai dar certo…”. Sendo assim, o foco dessa análise não será comparar a quinta entrada da franquia (que até onde sei, só é a quinta no número, pois é o oitavo jogo da série) com os demais títulos e sim sanar as dúvidas de quem também nunca jogou DIRT e gostaria de embarcar neste como marujo de primeira viagem.

O foco de DIRT são corridas off-road, ou seja, o rallyzão raiz, terra e lama para todo lado e em vários países ao redor do mundo. Para o meu alívio, este título é totalmente arcade, então é exatamente o meu tipo de corrida: escolher a pista, segurar o gatilho para acelerar e sair batendo em tudo sem medo de ser feliz.

Levantando poeira

A primeira coisa a ser elogiada logo de cara é o time de dubladores escalados para o jogo (com foco no modo Carreira). No idioma original em inglês temos Nolan North e Troy Baker, provavelmente os dois dubladores mais renomados da indústria de jogos, mas como DIRT 5 está 100% localizado em português, também temos algumas vozes conhecidas no nosso idioma, incluindo a do próprio Goku! Isso mesmo, Wendel Bezerra é um dos narradores do modo campanha e é sempre um prazer acompanhar as corridas com as gracinhas dele.

Existem pistas em vários países diferentes.

Começando pelo modo Carreira, aqui teremos uma série de circuitos ao redor do mundo para disputar e, dessa forma, ir liberando novos. O foco será sempre vencer em primeiro lugar, pois assim ganhamos mais reputação e consequentemente mais patrocinadores, recebendo mais grana para aumentar sua coleção de carros. Em cada corrida ainda é estabelecido alguns desafios opcionais que aumentam a quantidade de reputação recebida no final, desde que sejam cumpridos – mas deixá-los de lado não vai afetar em nada seu progresso geral.

DIRT 5 possui um sistema de estações espelhado com o da vida real, então as pistas sofrem alterações de clima de acordo com o mês que estamos jogando. No meu caso, estava chovendo em todas as pistas que joguei, mas também é possível pilotar na neve (desde que seja em países que nevam, é claro) quando estiver no inverno e por aí vai. Esse é um detalhe muito legal, pois deixa a experiência um pouquinho mais realista e imersiva.

Se tratando de realismo, os gráficos estão belíssimos, mesmo jogando em um PS4 FAT (com HDR ligado). Algumas texturas ainda são nitidamente inferiores, principalmente se formos comparar com a versão de PC ou até mesmo com os recursos da nova geração de consoles, mas no quesito desempenho ele não deixa a desejar, rodando a 60fps constantes. É aquele típico jogo de fim de geração, com todo o potencial gráfico que o console pode oferecer e o maior desempenho que pode alcançar.

Corrida para brutos 

Quanto ao gameplay, ele é arcade ao extremo, então o realismo acaba nos gráficos e no sistema de estações. Aqui você pode ser o motorista mais bruto do mundo, batendo em tudo e em todos sem medo de rodopiar ou perder o controle do carro. Para quem quer jogar um jogo de corrida que não exige muito e só estabelece o objetivo de “vencer em primeiro”, ele é uma ótima pedida!

Brasil-sil-sil!

É claro que isso também vai afastar os amantes de simuladores logo de cara. Todos os carros, por mais tunados que sejam no visual, não transmitem muita realidade e você mal sente o peso deles ao fazer uma curva fechada. É como dirigir um carrinho de controle remoto, você só sai atropelando tudo e não está nem aí para os amassados e arranhões.

As alterações na pista causadas pelo clima também não têm muito impacto no desempenho dos carros, ficando algo quase que exclusivamente estético. Apenas em uma corrida com um tipo de carro específico eu senti deslizar um pouco na lama, mas bem pouco, nada que me impedisse de dirigir como o motorista louco e inconsequente de sempre. Ficou aí um potencial desperdiçado para deixar o jogo um pouquinho mais realista.

Para aqueles que cansarem do modo Carreira, ainda contamos com o modo online para enfrentar outros jogadores (além de poder jogar com mais três amigos em tela dividida), o Arcade para disputar uma corridinha casual em qualquer pista do jogo e, por fim, o Playground, que foi vendido como um dos pontos altos de DIRT 5. Nesse modo, você pode correr circuitos e desafios construídos em arenas, alguns feitos pelos próprios desenvolvedores e infinitos outros criados pela própria comunidade.

É você quem torna o modo Playground divertido… ou não.

Sendo assim, você também pode criar suas próprias pistas e arenas com obstáculos. No começo os recursos são muito escassos, com apenas três arenas e meia dúzia de arcos, rampas e coisas do tipo, mas quanto mais você jogar, mais coisas terá para deixar suas pistas mais legais e desafiadoras. Eu nunca consigo me empolgar com essas ferramentas de criação e fases criadas pela comunidade, mas para quem gosta é basicamente conteúdo infinito que vai estender a vida útil do jogo por tempo indeterminado.

Na minha única tentativa de criar uma pista (que foi mais como um teste para ver o que dava para fazer), achei as ferramentas de criação um pouco confusas e nem tão intuitivas como aparentavam. O fato de não ter muita coisa liberada logo de cara também é um pouco decepcionante, principalmente porque não é todo mundo que vai ter paciência de jogar um montão até liberar tudo. Ainda assim, é um modo voltado para um nicho muito específico, então quem gostar de criar certamente não vai se importar tanto com esses detalhes.

DIRT 5 acabou me proporcionando uma experiência mais divertida do que eu esperava, mas justamente porque eu prefiro jogos de corrida arcade nem tão desafiadores. Quem for mais hardcore provavelmente vai detestá-lo, mas uma vez que o jogo sabe seu lugar e o público que deseja atingir, está tudo certo.

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