O filho diz para a mãe: “Mãe, eu quero Age of Empires”. A mãe, já cansada, vira para o filho e diz: “Meu filho, nós já temos Age of Empires em casa”. Imagine a surpresa da criança ao perceber que, na verdade, o Age of Empires caseiro é Diplomacy is Not an Option, um RTS que possui todas as características do jogo da Microsoft, mas com um estilo totalmente diferente.
Ok, talvez eu esteja sendo um pouco duro em chamar Diplomacy is Not an Option de versão alternativa de Age of Empires. Não quero dizer que esse é o tipo de jogo que o Perigo de “Todo Mundo Odeia o Chris” venderia para o protagonista da série, mas não posso mentir que essa foi a minha primeira impressão ao entrar no jogo. Então, deixemos essa primeira impressão de lado e vamos ao que interessa: seria esse mais um RTS que tenta seguir os passos de uma franquia maior ou há algo de novo por aqui?
Diplomacia não é uma opção… mesmo
Sendo um RTS, Diplomacy is Not an Option é bem direto em sua proposta: construa defesas e destrua hordas de inimigos. O fator horda é o grande diferencial desse título para outros jogos RTS similares. Nos diversos modos do jogo, você, no papel de monarca, deverá juntar recursos para, no fim, defender seu território dos numerosos inimigos.
Obviamente, os elementos de economia e gerenciamento de recursos estão presentes por aqui. Cada unidade e edifício tem um custo, e você terá o mapa inteiro à disposição para coletar madeira, comida, pedra e ferro. A defesa desses recursos é primordial em caso de ataque, caso contrário toda a economia poderá colapsar e você não terá como expandir suas tropas.
Diplomacy is Not an Option foca bastante na parte defensiva dos RTS. Por mais que algumas missões da campanha te forcem a explorar o mapa e destruir fortificações inimigas, a defesa é a parte primordial do jogo. Portanto, saber como criar uma aldeia protegida, com muros e guardas bem postados para repelir as hordas, é essencial para o sucesso.
Algo que senti falta em Diplomacy is Not an Option é o modo multiplayer. Em parte isso é uma decisão compreensível, já que a proposta do jogo é a de defesa contra hordas inimigas, e não uma simulação que conta com diversas facções em um mesmo mapa, lutando e cooperando entre si – aliás, essa falta de cooperação já está explícita no título do jogo. Porém, um modo multiplayer cooperativo não seria uma má ideia.
Um grande ponto positivo é a presença de magias no campo de batalha. Durante o jogo, você poderá utilizar alguns feitiços que te auxiliam a conter as hordas. Assim, não será preciso contar apenas com as suas tropas, mas também com a ajuda de elementos sobrenaturais no campo de batalha. Você poderá, por exemplo, invocar um meteoro para dizimar centenas de soldados inimigos de uma vez só. Onde essas magias caem não nasce cabelo.
Veredito
Por mais que Diplomacy is Not an Option tenha um visual simples, isso não quer dizer que o jogo seja simples. A complexidade de controlar as tropas e repelir as hordas é notória, e talvez você precise de várias tentativas para vencer alguns dos cenários do jogo. Cabe mencionar, também, que as missões do modo campanha possuem escolhas que influenciam tanto na jogabilidade quanto na história.
Apesar da complexidade citada, após algumas horas de jogo as mecânicas começam a fazer sentido e o jogo fica mais fácil. A grande dificuldade está em conter as hordas absurdas de inimigos, mas é um desafio superável com as tropas e as magias corretas. Há, porém, uma pequena variedade nos tipos de tropas, o que é algo não muito agradável em jogos desse gênero.
Não compre esse jogo achando que é um city-builder. Lembro que muita gente – incluindo este que vos escreve – jogava os primeiros Age of Empires como se fosse um construtor de cidades, e não um jogo de estratégia altamente focado na guerra e no gerenciamento das tropas. Existem poucas opções para “embelezar” a sua aldeia, logo nem pense nessa parte (até porque você provavelmente estará muito preocupado pensando como vencer a próxima horda).
Deve-se mencionar, também, que Diplomacy is Not an Option conta com um sistema de integração com a Twitch bem diferente do convencional. Toda vez que um streamer raidar o seu canal, ele e os seus viewers aparecerão como hordas em seu jogo. Além disso, seus inscritos podem se tornar tropas dentro do seu jogo. Toda vez que alguém se inscreve no seu canal, uma tropa com o nome do inscrito aparecerá, e quanto mais tempo de inscrição ele tiver mais forte será a sua tropa.
Em suma, Diplomacy is Not an Option é uma boa opção para quem quer um RTS simples de aprender, mas um pouco mais complicado de masterizar. O jogo possui elementos e city-builder, tower defense e RTS, mas não vai fundo em nenhum desses três. Os fãs de algum desses gêneros podem se sentir frustrados, já que não terão tantas opções para lidar com as invasões ou para microgerenciar as unidades de combate. Contudo, com um modo campanha envolvente e diversos outros modos que integram o jogo, o título rende várias horas de diversão.
Prós:
🔺 A presença de magias adiciona nos combates
🔺 Modo campanha extenso
🔺 A integração com a Twitch pensada para premiar os inscritos de um canal
Contras:
🔻 Falta de um modo multiplayer cooperativo
🔻 Poucas unidades de combate disponíveis
Ficha Técnica:
Lançamento: 04/10/2024
Desenvolvedora: Door 407
Distribuidora: Door 407
Plataformas: PC