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Eu nunca fui um bom jogador de Pokémon, adoro a série e sempre me diverti com amigos simplesmente fascinados pela série e ficava admirado de ver eles e o colega Diego Corumba falarem de cor tipos e a roda de fraqueza como se não fosse nada. No entanto a adição de dados e todo o caos do sistema Roguelite em Dicefolk, me chamou muito a atenção.

Distribuído pela Good Shepherd Entertainment e desenvolvido pela LEAP Game Studios junto do estúdio Tiny Ghoul, Dicefolk traz uma versão mais caótica de simuladores de treinamento de monstrinhos. Usando dados para determinar o andamento da batalha, o jogador controla por incrível que pareça, ambos os lados da batalha, mas quem decide a vitória é o acaso!

Temos que pegar…dados?

O mundo de Dicefolk é regido pela magia dos dados e por quimeras, antes aliadas dos humanos, mas agora criaturas que podem ser extremamente poderosas após terem sido enfeitiçadas por uma terrível criatura chamada Salém. Uma entidade que todos se perguntam ser uma quimera ou um humano/dicefolk transformado.

Imagem do review de Dicefolk

O jogador controla uma jovem dicefolk, mestra dos dados e controladora de quimeras, que parte em busca de derrotar Salem e acabar com seu controle sobre as criaturas menores, tarefa que será muito mais árdua do que aparenta ser. Escolhendo um dentre quatro amuletos que irão determinar o estilo de criaturas que irá encontrar, o jogador começa uma run rumo a encontrar Salem e por um fim ao seu reinado.

Atravessando sempre três biomas antes de chegar a montanha de Salem, o jogador terá de administrar itens, ouro ganho em batalhas e até mesmo invocações de novas quimeras para aumentar suas chances de vitória. Vitória essa que pode jamais ser definitiva, pois como dados, o objetivo de Dicefolk é fazer com que o jogador sempre retorne para mais.

A história é simples, pois o verdadeiro objetivo de Dicefolk é sempre aumentar as chances e apostas de ambos os lados do jogo para que o jogados teste os limites de sua sorte, o que particularmente para mim não é um atrativo, pois tenho um é frio danado, mas para aqueles jogadores que amam e louvam os deuses do R.N.G, Dicefolk é uma pedida mais do que bem vinda.

Imagem do review de Dicefolk

O início da jornada

Como dito acima, sempre que se começa um novo jogo em Dicefolk é preciso escolher um entre quatro talismãs, sendo eles o do Guerreiro, Tempestade, Fúria e Dor. Cada talismã rege o tipo de quimera que se começa e os que serão encontrados ao longo do caminho, sendo eles quimeras de força, agilidade, fogo e efeitos negativos como sangramentos e veneno respectivamente.

Inicialmente apenas o talismã do Guerreiro está disponível para ser escolhido e com o avanço do jogador e do seu tipo de jogo os outros são desbloqueados ao longo da aventura. Particularmente o talismã da dor é o que mais me apetece e permite jogar a longo prazo minando a barra de vida dos meus inimigos, porém o jogo permite que você use aquele que mais bem lhe servir, caso já o tenha desbloqueado.

Uma vez que tenha escolhido o jogador é jogado em um mapa gerado aleatoriamente, onde certos tipos de encontro são possíveis. Mercadores com itens místicos, Dadeiros, mestres da forja de dados de batalha, estatuetas, pintores de quimeras, acampamentos, combates e pelo menos um combate de elite e um boss por bioma.

Imagem do review de Dicefolk

Diferente do clássico da Nintendo, o jogador não prende as quimeras em dados, mas sim as invoca em estatuetas ou compra com os pintores. De acordo com o talismã escolhido o jogador começa com três fantoches do talismã, uma vez que uma estatueta é despertada ou uma quimera é comprada, podemos substituir um fantoche ou outra quimera, perdendo a atual e dando lugar a nova. Cuidado no entanto, pois uma vez invocada, caso não tenha achado as outras estatuetas, elas irão ser inutilizadas

Combate direto

Os combates de Dicefolk também não são de um em um, mas sim as três criaturas que possui, contra até três inimigos de uma só vez. Cada equipe possui um líder, que é a criatura mais a frente no triangulo em que se posicionam, ela serve como atacante e muitas vezes defensor direto das outras atrás de si, o jogador pode definir quem será o líder no começo, uma boa tática pode ser estudada aqui, pois certos itens e criaturas possuem bônus e ativações apenas se começarem como líderes.

Um aviso no entanto, certos itens são amaldiçoados e uma vez equipados jamais podem ser desligados daquela criatura, então caso ele tenha apenas um espaço para itens, talvez não seja a melhor das ideias dar a ele um item amaldiçoado, afinal nunca se sabe quando haverá a chance de aumentar o número de slots de equipamentos dele. Tudo vai depender de como a sinergia do seu time funciona, alguns itens podem destruir seu time, outros podem ser a salvação do mesmo.

Imagem do review de Dicefolk

Uma vez que tenha entrado em combate, inicialmente o jogador recebe três dados, enquanto os inimigos recebem entre três a dois dados. Todos começam da mesma maneira, com o primeiro dado tendo quatro espaços vazios, um espaço de defesa e um de fortalecimento, o segundo dado tem direções para onde movimentar os monstros, mudando a posição de líder entre as quimeras. Já o último dado é o de ataque, que tem um ataque a distância, dois ataques normais e três ataques com consequência.

O jogador escolhe ordem em que cada dado é utilizado, tanto os seus quanto o do inimigo, por isso muita calma e atenção é necessária. Caso o jogador saiba usar os dados a seu favor pode passar as batalhas com o mínimo de dano sofrido, mas ainda assim há a influência do R.N.G, que pode afundar uma tática digna de Aníbal Barca!

Abrindo os olhos para o mundo

Sempre que se acaba um run, a experiência adquirida é usada para se liberar novas quimeras, biomas, eventos de mundo e locais. Aumentando assim as chances de desafios e recompensas entregues pelo R.N.G do jogo. Revitalizando ainda mais o tema de retorno e de se lançar os dados uma vez mais, algo que caso o jogador queira o verdadeiro final, terá de fazer muitas vezes.

Imagem do review de Dicefolk

Tendo zerado uma vez com todos os talismãs você recebe o modo de desafio que possui incríveis onze modos de regras diferentes que aumentam e muito a dificuldade, além de um novo talismã. Tendo dito talismã em mãos e tendo completado todos os onze níveis de dificuldade do modo de desafios com os quatro talismãs anteriores, o verdadeiro final é revelado.

Os desafios são os mais diversos possíveis e o mesmo número de vantagens que você ganha, os inimigos ganham também. Se você começa com duas fichas de vida, os inimigos começam com escudos, se você tem um dado a mais, eles possuem dois dados a mais e assim por diante. Um desafio para aqueles que adoram um desafio inusitado.

Mesmo tendo adorado o estilo visual de Dicefolk, tenho que admitir que muitas vezes pensei em desistir de conseguir o verdadeiro final. Foi difícil, mas consegui o dito cujo, muitas vezes via me traindo em minhas próprias estratégias, afinal é possível ter pequenos “curto circuitos” cerebrais enquanto se desenha tantas estratégias em sua mente e tentamos controlar o R.N.G. Para os fãs de Pokémon que querem experimentar uma aventura mais desafiadora, Dicefolk é a resposta!

80 %


Prós:

🔺 Visuais excelentes e dinâmicos das criaturas
🔺 Gameplay desafiadora, fácil de aprender, mas difícil de se dominar
🔺 Narrativa divertida que parece misturar Pokémon e Monster Hunter
🔺Altíssimo valor de replay para se descobrir o mundo

Contras:

🔻 Pode se tornar maçante para quem não gosta de R.N.G
🔻 Cutscene verdadeira deixa a desejar

Ficha Técnica:

Lançamento: 27/02/2024
Desenvolvedora: LEAP Game Studio, Tiny Ghoul
Distribuidora: Good Shepherd Entertainment
Plataformas: PC