O Switch tem feito sucesso, isso é inegável, já vendeu mais do que o Wii U (isso não é nenhuma vantagem) e do que o GameCube. Esse sucesso tem atraído grandes produções de terceiros – os ports de jogos da Bethesda são os melhores exemplos – que tem investido no console. Tudo bem, estamos falando de títulos que na sua maioria não são inéditos, mas ainda assim é algo a se comemorar em frente ao que acontecia com o console anterior da fabricante.
Agora foi a vez da Blizzard testar o público e lançar Diablo III: Eternal Collection para o Switch. Para quem nunca teve oportunidade de jogar é uma compra obrigatória. Mas, para quem já jogou, será que vale a pena investir e se aventurar novamente no RPG? Resumidamente, a resposta é sim, afinal temos novas possibilidades aqui que compensam a grana gasta. Vem comigo!
Cramulhão portátil
Para falar das razões que fazem valer a versão de Diablo III para o Switch valer a pena, é preciso bater naquela mesma tecla de sempre: portabilidade. Claro que sempre se fala disso quando é preciso analisar um jogo para a plataforma, mas não dá pra deixar esse fator de fora, afinal é seu grande diferencial.
Jogar Diablo III: Eternal Collection em qualquer lugar e a qualquer hora é sem dúvida uma grande vantagem. Está jogando em casa e precisa sair? Tire o videogame do dock e continue jogando aonde estiver. Voltou para casa e vai atrás de mais algumas caveirinhas? Ligue novamente na base e desfrute da jogatina na sua TV do exato ponto onde parou.
Aliás, jogar no modo portátil se mostrou bastante confortável em relação aos controles. Diferentes de outros títulos, como Doom, as minhas mãos não ficaram cansadas e não tive problemas para alcançar botões e direcionais. Mas preciso dizer que, como já acontece com outros games, nesse modo a resolução cai para 720p e é possível ver algumas imperfeições.
Quando ligamos ao dock a resolução sobe para 960p e o visual melhora, mas em ambos os casos podemos notar que as texturas estão piores, parecidas com o jogo rodando no Xbox 360 ou no PS3. De qualquer forma, ele sempre roda em 60fps, não importa no modo que estiver e mantém a ação bem frenética, como devemos esperar.
Justamente foi no modo dock que a jogabilidade mais me agradou. A Blizzard aproveitou os sensores de movimento dos JoyCon para implantar a opção de rolagem e esquiva ao balançar o controle. Algo útil, mas que, convenhamos, enche o saco com o tempo. Por isso logo passei para o Pro Controller e posso dizer que a jogatina ficou melhor ainda, pois o acessório é mais confortável e responsivo.
Sete-pele completão
Tenho que chamar atenção para o fato de que esse port para o Nintendo Switch tem tudo que já foi lançado para o jogo. Diablo III: Eternal Collection já vem com todos os DLCs e atualizações disponíveis, exatamente o mesmo conteúdo que as outras plataformas. Quando falo tudo, é tudo mesmo, inclusive as classes que só saíram em expansões, como Necromante, disponível em Reaper of Souls.
A história é a mesma velha conhecida e se passa 20 anos depois dos acontecimentos de Diablo II. Um cometa cai no local onde Diablo foi confinado e blá, blá, blá… Não é preciso falar muito disso, todos já conhecem o roteiro.
Apesar da facilidade de se jogar no híbrido, não posso deixar de destacar duas coisas que podem ser consideradas desvantagens. A primeira delas afeta diretamente quem já é há algum tempo jogador de Diablo III: o fato de que não é possível aproveitar seu progresso em outras plataformas. Começar tudo de novo, do zero, pode ser uma chateação para os veteranos e a Blizzard podia ter bolado um plano para evitar esse tipo de situação. Em tempos de crossplay isso seria a salvação.
O segundo porém é o preço do jogo. Estamos falando de um RPG lançado originalmente em 2012. Cobrar o valor cheio anos depois, mesmo com todo o conteúdo extra, me parece sem sentido e desproporcional. Mas também há uma boa notícia em relação a grana: não é preciso assinar o serviço da Nintendo para jogar online.
Aliás, por já estar tanto tempo no mercado temos aqui um dos poucos jogos para o Switch com legendas em PT-BR. Ele até te oferece a opção de mudar o áudio para nossa língua, mas acaba te direcionando para um download na eShop. O problema é que esse download não existe.
Tinhoso eternamente
Enfim, Diablo é um RPG de ação que vem fazendo bastante sucesso desde que foi lançado lá em 1996, sempre tendo muitos fãs que esperam arduamente cada novo capítulo. Nada mais natural que ele chegasse para o Switch, afinal, a Nintendo acertou em cheio nesse console.
Apesar da jogabilidade repetitiva, este é um título ideal para quem gosta de games com vida longa, praticamente eternos (desculpem o trocadilho com o nome). Na verdade, posso até dizer que Diablo III só começa realmente após atingirmos o nível 70, porque é aí que a brincadeira fica interessante. Temos que começar a pensar seriamente nos equipamentos, armaduras e subir de nível até chegar ao Suplício XIII. O difícil é conseguir.
Depois de tanto tempo sem a presença da Blizzard em um videogame da Big N – o último lançamento da empresa foi para o Nintendo 64 com Starcraft – Diablo III: Eternal Collection chega entregando uma ótima experiência, apesar do downgrade visual se compararmos com as versões de Xbox One e PS4. Mas isso é compensado por adições positivas na jogabilidade e pela possibilidade de termos um game tão completo na palma das duas mãos, em qualquer lugar, a qualquer hora.