Treze anos atrás foi o lançamento de um jogo que lançaria o nome da distribuidora Devolver as alturas, Hotline Miami, um jogo ultraviolento em pixel art que cativou e desafiou milhões de jogadores mundo a fora. Até hoje vemos reflexo do seu impacto na indústria, seja através de DLCs, easter eggs ou jogos que tentam emular seu sucesso com diferentes visões, como The Honk Kong Massacre, que serviu de inspiração para cenas de Jhon Wick! Agora DedWire traz uma visão mais cyberpunk à mesa.

Produzido pela Shotgun Anaconda e distribuído pela The CoLab, DeadWire traz o titular Wire em missões pelo submundo do crime organizado, onde acompanhado de sua informante Noodle e seu misterioso chefe atacam pontos de droga e chefes do crime organizado. Começando apenas com uma pistola e se tornando cada vez mais letal com o passar dos níveis, DeadWire é uma visão interessante do estilo Hotline Miami, mas será ele tão impactante?

Executando o try/catch

A história de DeadWire e seu estilo de narrativa tentam seguir bastante a temática de Hotline Miami, com conversas vagas, onde Noodle indica a Wire e o jogador o que deve ser feito em cada nível. Em algumas telas é necessário apenas matar todos os inimigos, em outras é preciso chegar à algum local específico e roubar algum documento, destruir algo ou simplesmente hackear um servidor, PC ou notebook das gangues da cidade.

DeadWire

Wire é representado como uma visão fictícia de um hacker, ao invés de apenas tentar passar despercebido, ele usa um blusão verde, uma máscara negra e alguns acessórios hi-tech, para passar aquele visual futurista. Noodle ainda que não apareça nenhuma vez, segue o mesmo design. O chefe de ambos obviamente recebeu uma grande parte de inspiração vinda de Faraday de Cyberpunk: EdgeRunners, tanto em sua presença visual quanto design.

A história é um tanto confusa e dispersa, diferentemente dos dois jogos citados anteriormente onde a dispersão e confusão eram utilizados de forma sucinta e regrada, fazendo com que a escassez de informação gerasse a curiosidade e intuito de descobrir as tramas vindo do jogador. Já em DeadWire o excesso de informação no começo, meio e final de cada nível torna o jogo inchado de informações nada úteis, o que pode deixar o jogador pouco interessado na narrativa geral.

Bom, se DeadWire “falha” em entregar uma narrativa cativante e interessante como a de Hotline Miami e The Hong Kong massacre, obviamente seu gameplay deve ser mais refinado e polido certo? Infelizmente esta é uma outra parte em que o jogo acaba tentando requintar de mais e acaba deixando tudo em um nível mediano e pouco único.

DeadWire

Dando os primeiros passos no .cmd

DeadWire é uma ficção hacker, com isso temos que hackear nosso caminho pelos níveis, utilizando a habilidade de Wire de criar conexões entre certos elementos e objetos na fase. Ao clicar com o botão direito do mouse, o jogador acessa uma tela preta, onde pode criar ditas conexões entre inimigos e portas, inimigos e barris explosivos, switches com inimigos, etc… Caso o item esteja em amarelo, ele provavelmente pode ser ligado à algo.

Com isso esse item que se conecta a algo receberá uma resposta caso este objeto que ele está ligado possa ter interações com as balas de Wire, ou seja, você pode explodir um barril com um tiro e isso irá fazer com que um botão seja ativado, ou matar um inimigo e isso fará com que uma porta se abra! A ideia em si é extremamente interessante e bem aplicada em certos pontos, porém à seus momentos falhos, como o nível da garagem onde apenas com o God Mode consegui atravessar um laser pois nada interagia com ele!

O fato de que apenas as balas de Wire podem fazer os objetos de DeadWire terem algum interação torna o jogo engessado a uma mecânica limitada, afinal suas balas não percorrem toda a tela, ou seja isso pode ser um grande obstáculos, como citei acima. Além disso o fato a mecânica de hack ser apenas estas conexões, torna a ideia toda em algo simplório e pouco interessante de se explorar. Você pode até mesmo matar dois inimigos conectados um ao outro ao matar apenas um deles, mas, com o tempo até mesmo isso fica enfadonho.

DeadWire

Não digo que o jogo deveria ter uma mecânica de hacking semelhante a de Watch Dogs ou Cyberpunk, afinal esperar isto de um jogo indie é no mínimo risório, para não dizer totalmente descabido, porém, o jogo poderia apresentar puzzles e até mesmo mostrar o básico de infra estrutura de redes ou quebras de sistemas de segurança. Infelizmente onde eles deveriam ter feito mais, fizeram de menos. Até mesmo os poderes e habilidades que ganhamos depois falham em engajar o jogador, tornando o game em algo muito mais fácil e menos desafiador!

A arte do futuro

O design de níveis é excelente, isto tenho que admitir, os corredores apertados e posicionamento de elementos e inimigos gera um excelente desafio para o jogador contra os inimigos que quando resolvem atuar e não só ficar parados, torna DeadWire em uma experiência bem divertida. O estilo de arte em si é até bem semelhante a experiência de ver Hotline Miami pela primeira vez, com aquela mistura de arte profissional e algo “escrachado”.

Infelizmente a trilha sonora e os efeitos sonoros também são bem fracos em DeadWire em contra partida aos gráficos e arte. Onde as cores vivas e pulsantes chamam atenção, o som dos tiros e explosões saem “chochos”, diferente do som impactante e trilha sonora visceral de Hotline Miami e The Hong Kong Massacre, que deixa o coração do jogador na boca a cada disparo, a cada som de crânio sendo despedaçado por um bastão ou cano de cobre.

DeadWire

DeadWire é uma tentativa interessante, acerta em pontos que marcaram os jogos citados em comparação a ele, porém falha em algo que muitos outros jogos indies e AAA falham geralmente, que é o famoso, “menos (geralmente) é mais”. Ao invés de focar em uma gameplay sólida, de impacto e instigante, focou demais em criar uma história convoluta e inchada demais. Espero que os próximos projetos da Shotgun Anaconda repensem onde devem focar e tragam uma experiência melhor e com o mesmo apelo visual.

35 %


Prós:

🔺Design visual interessante, vivo e pulsante
🔺Pode ser bem desafiador em combates em certos momentos
🔺Excelente design de níveis

Contras:

🔻Combate e sistema de hacking pouco engajantes
🔻História inchada, convoluta demais e arrastada
🔻Design de som imperceptível e nem um pouco interessante

Ficha Técnica:

Lançamento: 18/09/2025
Desenvolvedora: Shotgun Anaconda
Distribuidora: The CoLab
Plataformas: PC

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