A lua avermelhada surge novamente nos céus, mas desta vez em uma terra desconhecida. De sua sombra surgem as estruturas pouco convencionais do castelo do príncipe das trevas. Perdidos, heróis devem confiar nas habilidades de um misterioso guerreiro sem sua cabeça. Drácula surge em Dead Cells: Return to Castlevania.
Um cross-over que ninguém esperava, traz o Decapitado, Richter e Alucard em uma corrida contra a ambição de Drácula em se alimentar e dominar o mundo de Dead Cells. Trazendo novos NPCs, inimigos e armas, o DLC Return to Castlevania chegou para abalar, desafiar e recompensar os corajosos a se aventurarem no castelo do Conde.
Sem cabeça, sem lágrimas de sangue
Como os outros DLCs de Dead Cells, a entrada para o castelo do Conde surge aleatoriamente pelo bioma, mas pode ser facilmente encontrada ao notar longos degraus descendo em 45° graus. O jogador saberá que o local se abriu pela primeira vez ao avistar a revoada de morcegos pela tela.
Descendo a escadaria, encontramos Richter que diz necessitar de ajuda para enfrentar um imenso mal. Drácula está de volta e Richter precisa do nosso auxílio para derrotá-lo de maneira definitiva e exilar seu poder desta dimensão, permitindo que tanto os monstros quanto os heróis retornem são e salvos para sua terra natal.
Dead Cells: Return to Castlevania não tem um arco de narrativa tão grande e deixa muito em aberto, tal qual a narrativa do jogo principal do Decapitado. Ainda assim, enquanto no castelo, o espírito da franquia está presente em tudo, com referências, criaturas, armas, quadros e principalmente nos heróis e vilões.
Do lado dos heróis, temos Richter, Alucard, Maria Renard e Shanoa, que aqui assume o papel do Colecionador da aventura principal de Dead Souls. Enquanto do lado das sombras temos como antagonistas a Morte de Rondo of Blood e Symphony of the Night, uma Medusa que traz ataques de vários jogos e a forma mais forte de Drácula de Symphony of the Night.
Nova velha vizinhança
Diferente dos outros DLCs de Dead Cells, o Castelo de Drácula em sua primeira run é acessado em duas partes. Na primeira, libertamos Alucard nas Dependências do Castelo e depois devemos derrotar a Morte no local Terras Desoladas. Uma vez que tenha derrotado o lacaio mortal de Drácula, podemos buscar o próximo acesso.
Geralmente a segunda parte do castelo está após a Alameda dos Condenados, uma vez que é necessário encontrar a entrada para a Torre do relógio para encontrar-se com Alucard uma vez mais. Após isto, estaremos dentro do Castelo de Drácula lutando contra os escravos amaldiçoados do Senhor dos Vampiros e libertando Richter e Maria.
Richter está escondido em uma cela secreta no Castelo Invertido, enquanto Maria, tal como em sua primeira aparição, está presa em uma cela do castelo. Os libertando temos acesso às suas roupas, tal como a de Alucard quando o acordamos. E para os mais curiosos exploradores ainda é possível achar seu escudo.
Obviamente Return to Castlevania é moldado para se assemelhar o máximo possível à Symphony of the Night e seus complementares, fazendo com que o jogador encontre várias referências a Castlevania III: Dracula’s Curse e Castlevania: Rondo of Blood. Algo que se faz presente nos mínimos detalhes.
Segredos guardados por monstros
Dentro do castelo de Drácula há uma imensa gama de inimigos além dos chefões, sendo eles todos tirados diretamente dos jogos da série. Pelo castelo encontramos esqueletos, cavaleiros de lança e machado, morcegos tritões, harpias, lobisomens, pilares de ossos e o leão de cinco patas Buer.
Além de proteger Drácula e seus lacaios, estes monstros protegem vários segredos escondidos pelo castelo, como a localização de Richter e Maria, mas também outros mistérios como a sala de save de Symphony of the Night, a carroça destruída de Richter em Rondo of Blood e a sala secreta na ante câmara de Drácula – aqui sendo mais parecida com a de Rondo of Blood, se assemelhando a um glitch e não uma escadaria ativada por um botão escondido.
A luta contra Drácula segue o mesmo ritmo da batalha original do início/final de Rondo of Blood, porém se o jogador estiver com a skin normal do Decapitado, Simon, Maria ou Ritcher, Drácula terá seu discurso clássico sobre a frivolidade do homem. Tudo muda se o jogador estiver usando o traje de Alucard: eles terão um diálogo do final do Castelo Invertido.
A luta segue em dois estágios, com Drácula usando os ataques mágicos como bola de fogo e inferno sombrio, mas também pode atacar fisicamente e podendo até mesmo roubar a vida do jogador. Uma vez derrotado, Drácula irá assumir sua forma real, de um gigantesco e monstruoso morcego, com uma luta em queda livre de fazer inveja para Gandalf e o Balrog.
Ele é o vento
Visualmente, Dead Cells: Return to Castlevania é magnífico. O design do castelo é uma versão condensada perfeita, retratando as imediações, parte interna, alguns cômodos marcantes e com vários quadros representando outros chefões. Tem até mesmo uma máscara gigante de Carmilla, que chora sangue.
A trilha sonora também não deixa a desejar em nenhum momento, com uma nova versão de Vampire Killer de cair o queixo e que se torna ainda mais épica quando conseguimos liberar as armas especiais do DLC. São elas a espada chicote, o chicote Vampire Killer e a foice da morte, que pode aprisionar a alma dos inimigos e transformá-las em projéteis explosivos.
Dead Cells: Return to Castlevania é meu DLC favorito desse excelente jogo que é Dead Cells. Um trabalho feito com muito carinho, para agradar fãs novos e antigos. Uma maneira prazerosa de reviver, de maneira curta mas satisfatória, a batalha contra Drácula e seus soldados. Portanto, quando a noite cair, já sabe o que fazer né?