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No dia 6 de junho de 1944, a Normandia seria palco de uma das mais históricas batalhas da Segunda Guerra Mundial, que viria a ser conhecida como o Dia-D. Nesse dia, inúmeras embarcações dos Aliados invadiram a praia do local para executar a Operação Overlord, que garantiria a vitória deles. Um cenário tão importante sem dúvida iria chamar a atenção futuramente de desenvolvedoras, que replicariam esse dia incessantemente e com glória.

Em Days of Heroes: D-Day, não foi nada diferente. Na verdade, o game desenvolvido pela Zen Apps Studio é literalmente uma representação das ações que ocorreram naquele dia, desde a praia até seus últimos instantes. Mas mesmo sendo uma representação de uma história real, o realismo passou um pouco longe.

Um ótimo pano de fundo, mas…

É muito difícil contar a história de Days of Heroes: D-Day, até porque, ele não tem exatamente uma. O jogo começa o colocando diretamente nas embarcações do Dia-D e ali, vendo vários colegas sendo mortos, você precisa passar pelo caos que foi toda essa invasão na praia de Normandia. Muitos games reproduziram isso, mas apresentando algo novo como uma história paralela e com personagens, nem que fosse algo bem raso para ter uma certa trama. Aqui não houve essa preocupação, e tudo que temos são missões ultra lineares sem o menor trabalho ao seu redor.

A gameplay de Sniper tem seus momentos de brilho.

Você é um soldado aleatório no Dia-D e fim da história. As missões vão passando de forma que não demoram a desanimar. O jogo não tem uma música marcante, diálogos, ou qualquer coisa que realmente prenda a sua atenção durante a jogatina. Tudo o que acontece é bem simples.

Tiros, um grito aqui e ali (por mais que sejam dezenas de soldados), mais alguns tiros, e é só isso mesmo. Eu já joguei inúmeros jogos simples para Realidade Virtual, e normalmente o game consegue se salvar em duas coisas: ou ele é extremamente divertido, mesmo sem ter nada de qualquer outro aspecto, ou ele é extremamente bonito em seus gráficos e realismo que, normalmente, só a Realidade Virtual consegue nos proporcionar. Days of Heroes: D-Day infelizmente peca em tudo.

Para quem curte uma guerra, quem sabe né!

O game tem gráficos low-poly com uma pegada cartunesca, o que já pode desagradar muita gente. Pessoalmente, não me incomodo. Acho que se o game conseguir encaixar a sua proposta, qualquer gráfico é válido, tudo depende da abordagem. Infelizmente, o que acontece no jogo é que eles chegam perto de agradar, porém, eles pecam em suas cores: o game todo parece chapado demais, não existe um cenário bonito ou algum lugar marcante. Todo lugar parece igual e sem sal.

Imagem do jogo Days of Heroes: D-Day
Nas fotos até parece que o jogo funciona melhor.

Quanto a gameplay, seria a única coisa que salva um pouco na verdade. De um lado, não temos realismo nenhum. Se você procura um jogo de guerra que vai fazer você sentir que realmente está ali no meio, existem outras opções bem melhores, mas aqui isso realmente passa longe de ser um fato. Por outro lado, se você não se importar com realismo, aqui temos um game onde toda e qualquer arma é potente, leve e com precisão perfeita. Você pode sair atirando com uma metralhadora no melhor estilo gangster, segurando sua arma de lado, de cabeça para baixo, com uma mão apenas, não importa. O jogo tem zero preocupação com física e realismo, então, para muitos, creio que isso até que possa ser divertido.

Pode separar uma luvinha pra jogar

Days of Heroes: D-Day é um jogo que me decepcionou bastante. O próprio trailer e o início da campanha engana um pouco, mas com o tempo você nota todos os defeitos do game. E não por quê você quer, mas por quê você literalmente vai sentir dor física ao jogar esse game. Afinal, ele exige que você fique segurando com as mãos sua arma o tempo todo, além de se preocupar em atirar – sendo que 95% dos jogos em VR não fazem isso. Basta alguns minutos até sua mão estar totalmente ardendo com essa gameplay.

Imagem do jogo Days of Heroes: D-Day
Um soldado olhando para o nada é muito comum.

Também tive problemas com compatibilidade do equipamento de realidade virtual, sendo que mesmo eu tendo um HTC Vive o jogo apresentava controles de Oculus Rift, e isso dificultou bastante a experiência.

Days of Heroes: D-Day tinha muito potencial, mas infelizmente o que temos aqui é um game extremamente genérico, com gráficos pouco trabalhados e nenhuma história. Se você curte uma diversão barata, sem se preocupar muito com tudo que falei, talvez você se divirta. Mas para qualquer pessoa que esteja acostumada com jogos em VR, este game pode ser uma verdadeira tortura.