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O que é Contra? Ninguém sabia em 1987. O que se sabia é que na arte estavam versões de soldados semelhantes à Schwarzenegger em Predador e Stalone em Rambo, chamados Bill Rizer e Lance Bean, respectivamente. Anos se passaram e a série Contra viveu muitos altos e baixos, fazendo mais sucesso no oriente do que no ocidente. Em Contra: Operation Galuga temos o retorno da série em uma nova roupagem.

Depois do fracasso colossal de Contra: Rogue Corps em 2019, a série recebeu um Battle Royale mobile chamado Contra Tournament e agora finalmente retorna ao ocidente com Contra: Operation Galuga, um reboot da série trazendo uma nova/velha aventura com novos aliados e inimigos, bem como uma nova introdução às Guerras Aliens.

O retorno do Falcão Vermelho

Para refrescar a memória do pessoal das antigas, ou para quem ainda não conhece a história original, neste artigo falo sobre os primeiros jogos da série. Contra: Operation Galuga abre com uma chuva de meteoros na ilha de Galuga, local que logo seria sediado pelo infame exército da Red Falcon, uma organização terrorista e principal antagonista de grande parte dos jogos da série Contra. Além deles, um espírito reside no local, usando roupas como a de um guerreiro medieval.

Imagem do review de Contra: Operation Galulga

Com isso Bill e Lance são enviados à ilha por ordens do Dr. George Drake e o Comandante Doyle, das forças especiais Contra. Ao chegarem no local já são atacados por inúmeros soldados da Red Falcon em um nível extremamente semelhante ao primeiro nível do jogo original de 1987, contando até mesmo com a clássica Defense Wall como boss ao final do nível.

Ao longo da sua aventura pela ilha Galuga, tanto Bill quanto Lance irão conhecer novos rostos e ver antigos aliados surgirem novamente, enquanto abrem caminho pelas forças da Red Falcon e evitam seu plano de tomar a Terra. Desta vez além, de Java, que mais se assemelha à uma fusão entre ele e outro antagonista da série chamado Gava, há um terceiro antagonista chamado Varanis.

Varanis é apresentado como o líder da Red Falcon e comandante da Vanguarda Zagardiana, uma raça de alienígenas interessada em dominar e conquistar a Terra. Resta à Bill, Lance e seus aliados colocar um fim em suas ambições, além de conhecer mais sobre o que os aguarda no futuro e o que é realmente ser um Contra, algo que acompanha a humanidade há séculos.

Imagem do review de Contra: Operation Galulga

Usar ou não usar o código?

Contra foi o jogo que popularizou o código Konami, mesmo que ele já tenha sido usado em outros games como Gradius, um ano antes. O código disponibilizava ao jogador o número de 30 vidas para poder enfrentar os desafios a sua frente. Em Operation Galuga, no entanto, o código te dá 500 moedas e alguns brindes se tornam disponíveis para a compra na loja de perks do jogo.

Produzido pela WayForward, responsável pelo excelente Contra 4 que joguei muito no Nintendo DS, o game traz um sistema de vida semelhante ao usado em Hard Corps, onde cada personagem possui três barras de vida e três vidas ao total. O jogo também traz habilidades físicas inerentes à cada personagem, como dash e pulo duplo. Para as personagens que podem ser desbloqueadas depois há ainda mais habilidades disponíveis, como deslizamentos, o uso de ganchos, a capacidade de planar e até três pulos!

As personagens iniciais são Bill e Lance, além de dois Probotector, inspiradas na versão europeia do jogo original onde as personagens eram robôs. Os que retornam são Lucia, de Contra: Shattered Soldier, e Sheena, Browny e Brad Fang de Contra: Hard Corps. Já Stanley Ironside e Ariana são originais deste novo jogo: Stanley usa uma armadura futurista e Ariana é uma jovem sobrevivente ao ataque da Red Falcon à ilha.

Imagem do review de Contra: Operation Galulga

Grande parte destas personagens não podem ser usados no modo história, apenas no Arcade ou Desafio, o que é algo interessante, uma vez que personagens como Browny são bem fortes. No modo história, até dois jogadores – escolhendo entre Bill, Lance, Lucia, Ariana ou Stanley – percorrem os oito estágios do jogo com cutscenes e interações com aliados e inimigos.

Moedas e mais moedas na lojinha

No modo arcade, até quatro jogadores podem usar todas as personagens liberadas para detonar as forças da Red Falcon, tornando tudo mais divertido. Os modos de desafio são pequenos trechos onde um determinado objetivo deve ser cumprido, seja matar um número x de inimigos ou atravessar a fase com apenas uma barra de saúde, percorrendo uma certa distância evitando inúmeros inimigos e antes que o tempo acabe.

Cada vez que se completa um desafio ou o modo arcade, um grande número de moedas é dado ao jogador. Com elas podemos comprar melhorias tanto para o modo história quanto o arcade, além de pequenas mudanças no jogo como trilhas sonoras diferentes, inclusive uma de Castlevania e até mesmo as 30 vidas originalmente adquiridas com o código Konami.

Imagem do review de Contra: Operation Galulga

Os perks geralmente tornam o jogo mais fácil, aumentando o número de barras de saúde de Bill e Lance, permitindo que comecem com algumas das icônicas armas do jogo e até mesmo que os novos sistemas se tornem ainda mais poderosos. Contra: Operation Galuga traz dois sistemas de armas, sendo que um já havia sido apresentado antes: a possibilidade de pegar o símbolo de uma arma que já tenha, fortalecendo seu tiro.

O novo sistema implementado é o Overload, que sobrecarrega a arma e permite que um efeito diferente ocorra. Algumas criam barreiras, outras criam drones armados ou até buracos negros, depende da arma e da personagem que estiver usando. Afinal, cada um possui uma habilidade física e de overload diferente, exceto por Bill e Lance, por serem apenas “skins” da mesma personagem.

Revisionismo do clássico

Muitos podem torcer o nariz e dizer que Contra está fácil ou que o jogo perdeu sua essência. Calma amigo, o game ainda permite você jogar do modo clássico: basta selecionar esta opção no menu, trazendo de volta o desafio de passar o jogo todo com apenas três vidas e morrer com um único tiro. Um desafio clássico, que sob a direção fantástica da WayForward, deixou tudo bem difícil. O jogo não é injusto e nem apelativo, mas irá exigir atenção e um bom tempo de resposta do jogador.

Imagem do review de Contra: Operation Galulga

A nova história traz mudanças interessantes e que me fizeram rir pelo absurdo. O espírito que habita a ilha é ninguém menos que o lendário Beowulf. Operation Galuga explica que Contra, na verdade, não é apenas um título para guerreiros de elite, mas sim uma segmento genético que aparece apenas nos mais destemidos guerreiros da Terra, como Bill, Lance e ele próprio, que tem o título de primeiro Contra da história.

Beowulf diz sentir o gene na jovem Ariana e que ele está na ilha protegendo um artefato místico chamado Lemris, uma tecnologia alienígena enviada à Terra justamente com o intuito de criar os Contras. Este mesmo artefato é o alvo de Varanis e da Red Falcon, querendo destruí-lo para evitar o surgimento de novos guerreiros que possam impedir seus planos de dominação do planeta.

Uma nova história para um game clássico é mais do que bem vinda. A diferença entre eles é que este jogo é bem mais balanceado, belo e com uma história que consiga encapsular todos os elementos soltos de títulos que vieram depois. Trazendo de volta armas icônicas, chefões clássicos e gráficos excelentes, Contra: Operation Galuga é tão bom quanto o original, se não for melhor.

Se você é fã da franquia Contra e, assim como eu, se contorceu jogando Rogue Corps e queria muito uma versão atualizada e melhorada do clássico “impossível” do NES, Contra: Operation Galuga é o seu próximo desafio, seja pra curtir sozinho ou com seus amigos.

95 %


Prós:

🔺 Ótima revitalização do clássico de NES, tanto em gameplay quanto história
🔺 Super divertido para jogar sozinho ou em grupo
🔺 Gráficos caprichados e maravilhosa repaginação das personagens
🔺 Grande variedade de armas, habilidades e overloads de armas

Contras:

🔻 A trilha sonora deixa muito a desejar

Ficha Técnica:

Lançamento: 12/03/2024
Desenvolvedora: WayForward
Distribuidora: KONAMI
Plataformas: PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One e Xbox Series
Testado no: PC