Skip to main content

O desenvolvimento de um jogo passa por diversos processos antes de ser disponibilizado para o público, na fictícia Awesome Rainbow Corp não é diferente. Seu jogo, Colorful Fighters está em fase final de produção, mas uma série de bugs estão afetando os arquivos internos do aplicativo fazendo com que os mesmos não sejam compilados corretamente. Code Shifter é um depurador que tentará localizar e exterminar esses problemas, porém o processo precisa ser rápido, afinal o prazo para a entrega da versão gold está próximo.

Code Shifter é um jogo de ação em plataformas 2D repleto de personagens em belas pixelart vindos de diversas franquias de jogos da Arc System Works. Enquanto você acompanha a história de Stella, a programadora responsável por encontrar uma solução contra esses bugs, também poderá jogar o Colorful Fighters, um multiplayer local ao estilo Super Smash Bros, com batalhas entre quatro personagens.

Fazendo uma varredoura no aplicativo

Code Shifter se divide em três partes com jogabilidades diferentes para cada uma, mas interligando-se em uma só narrativa. O primeiro momento se passa no estúdio de jogos. Aqui controlamos a programadora Stella que ao compilar os dados do jogo Colorful Fighters percebe que alguns arquivos estão corrompidos e outros até desaparecidos. Com apenas algumas semanas antes do lançamento do jogo, a programadora se apressou em desenvolver um software de depuração na tentativa de encontrar e eliminar esses erros rapidamente.

Imagem do jogo Code Shifter
Kunio não deveria estar aqui, mas apareceu em um bom momento

O software leva o nome do jogo, Code Shifter, e foi programado para funcionar como um game. Esta é a segunda parte com fases em plataformas 2D onde controlamos Sera, um avatar que combaterá os bugs e vírus inimigos. Esses níveis serão como percorrer pelos arquivos e programações de Colorful Fighters criados pelos funcionários da empresa. Mas há tantos problemas que os percursos são repletos de locais secretos guardando inimigos poderosos e bugs para corrigir. Nem quero imaginar o tamanho do patch de atualização deste jogo.

Parte dos arquivos desaparecidos são os próprios lutadores de Colorful Fighters. Em Code Shifter além de encontrá-los você poderá se transformar neles e usá-los para progredir nas fases. É possível utilizar até três deles sendo que Sera é insubstituível, já os demais podem ser trocados conforme você os encontra nos totens de heróis. O elenco trata-se do maior crossover de franquias da Arc System Works tendo por exemplo: Kyoko e Misako, as divertidas garotas de River City Girls; Ragnar the Bloodege, o criminoso mais procurado do mundo de Blazblue; Faust, o médico enlouquecido de Guilty Gear e muitos, mas muitos outros rostinhos conhecidos.

São 30 personagens jogáveis e é empolgante ver que cada um possui seu próprio repertório de golpes, poderes especiais, comportamentos de física e talvez o mais impressionante, sua própria música que começa a tocar assim que você troca de herói. Os comandos são variados e bem simples de executar. É instigante alternar entre eles e descobrir as animações caprichadas e cômicas de seus movimentos durante os combates.

Imagem do jogo Code Shifter
Algumas animações são tão bizarras, mas, ao mesmo tempo, muito engraçadas

Em alguns momentos será obrigatório a troca de personagem para a solução de puzzles. Para derreter pilares de gelo, por exemplo, Sol Badguy (de Guilty Gear) pode utilizar seus poderes de fogo, Riki (da série Kunio-kun) tem força suficiente para quebrar as caixas que bloqueiam os caminhos secretos, já Rachel Alucard, a vampira de Blazblue com seu charmoso guarda-chuvas pode flutuar nas áreas com vapores e salvar o jogador dos precipícios. Há diversos obstáculos que necessitam de personagens específicos para serem superados, o que é muito bom, fazendo o jogador experimentar cada um deles e não se prender a um só.

No decorrer das fases há conflitos com enxames de inimigos onde a passagem será bloqueada até que todos sejam eliminados. Essas batalhas podem ser um tanto complicadas devido a grande quantidade de oponentes que surgem ao mesmo tempo. Para ajudar, há totens de assistentes de combate espalhados por aí. Eles somam mais 70 personagens também vindos de franquias da Arc System Works. Você só pode equipar um por vez e embora não sejam jogáveis, é possível convocá-los por até três vezes (considerando que a barra de energia esteja cheia) para que eles usem ataques especiais e ajudem em momentos difíceis como contra os chefões.

Imagem do jogo Code Shifter
Code Shifter deixou Kyoko e Misako ainda mais carismáticas

Usando o Code Shifter para recuperar arquivos do Colorful Fighters

Além dos assistentes, você também pode recorrer a um amigo, pois a jogatina pode ser feita em dupla. O curioso é que ambos dividem a mesma barra de saúde e isso é bem ruim, podendo causar até conflito entre os jogadores, por outro lado, se ambos conseguirem heróis fortes e forem bem treinados, certamente terão mais sucesso nas batalhas difíceis ou, pelo menos, conseguirão o ranque S com mais facilidade.

Dependendo da nota que você obter ao concluir as fases de Code Shifter você receberá itens para equipar em Sera que vão torná-la mais resistente e mais forte. Essa progressão é interessante e ajuda a balancear as batalhas, principalmente contra os inimigos secretos. Conversar com os NPCs da empresa também te recompensa com itens, além disso os diálogos são obrigatórios para progredir na história e liberar novas fases. São momentos engraçados, mas talvez não sejam tão fáceis de compreender já que não há legendas no nosso idioma. Mas o que realmente pode incomodar neste local é a movimentação bastante travada e esquisita de Stella que se prende em muitas colisões invisíveis, ignorando essa característica, aqui tem uma área importante: a sala de teste do Colorful Fighters.

Imagem do jogo Code Shifter
Cuidado, a imagem contém altos níveis de referências

Apesar de ser o jogo principal do estúdio fictício, Colorful Fighters é um minigame de Code Shifter, mesmo assim, ele é bastante interessante. Esse brawler é a terceira parte deste jogo. Nele você e mais três amigos podem se enfrentar em arenas com direito aquela bagunça durante o combate. É divertido, mas bastante limitado se comparado ao título da Nintendo e até mesmo ao River City Melee Mach!!, que também foi produzido pela Arc System Works. Os itens aleatórios que ajudavam e divertiam durante as batalhas, fazem muita falta. Um menu mais estruturado e com mais opções de jogo também seriam bem-vindos, mas, por enquanto, esse multiplayer oferece apenas as opções de combate por tempo ou por pontuações.

O minigame possui 30 lutadores que são adicionados conforme seu progresso nas fases de debug do software. Alguns são desbloqueados assim que você os encontra nos totens das primeiras fases, os demais só ficam disponíveis quando são derrotados em suas versões infectadas por vírus. As batalhas contra esses chefões são ligeiramente mais difíceis e, certamente, vão ceifar algumas de suas vidas, talvez lhe forçando até a recomeçar a fase.

Imagem do jogo Code Shifter
Contra a CPU, as batalhas não são tão divertidas

Code Shifter é divertido, tem bons desafios e é repleto de personagens para explorar, mas algo que os jogadores podem sentir falta é o diário com dados sobre todos esses convidados. Confesso que não conheço alguns deles e gostaria de saber de quais jogos vieram. Ainda assim, o visual e a jogatina é bastante agradável e vale mencionar que as trilhas sonoras vindas dos universos destes jogos são tocadas em 8-bit e estão bem produzidas.

No fim, a produção de um jogo não é uma tarefa fácil, mas Code Shifter faz uma divertida representação deste processo, conseguindo até mesmo tornar atrativo a caçada de erros e vírus em um projeto, proporcionando uma boa jogatina e surpreendendo pela quantidade e qualidade dos personagens disponíveis.

Review – Fallout: 1ª Temporada

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.15/04/2024
Harold Halibut

Review – Harold Halibut

Carlos AquinoCarlos Aquino15/04/2024