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Com o estrondoso sucesso de Call of Duty 4: Modern Warfare, era de se esperar que uma continuação estivesse nos planos da Infinity Ward. O que não se esperava era que, após trailers e propagandas, Modern Warfare 2 fosse se tornar um fenômeno cultural e de vendas, com mais de 5 milhões de cópias vendidas no dia do lançamento. Como fã da série, estava preocupado com o hype absurdo em torno do título. Mas, felizmente, o jogo corresponde às expectativas.

A história acontece cinco anos depois de Modern Warfare. Imran Zakhaev, vilão do game anterior, é considerado um herói e mártir pelos russos. Vladimir Makarov, um dos tenentes de Zakhaev, inicia então uma série de ataques terroristas ao redor do mundo. A guerra começa no Afeganistão e passa por outros países como Estados Unidos, Brasil e Rússia. Alguns personagens estão de volta, como Soap e Roach, e novos são apresentados. Na pele destes soldados da Task Force 141, você deve impedir os ataques terroristas a todo custo.

A Infitiny Ward fez um bom trabalho com a história desta sequência. Porém, sob muita pressão para superar a qualidade de Modern Warfare. Por um lado isso é bom, pois o jogo apresenta muitos momentos cinematográficos e de pura tensão. Acontece que, à primeira vista, a história é tão confusa que você só entenderá tudo ao final do game, depois de todas as reviravoltas. Se isso é proposital ou não, confundirá o jogador de qualquer jeito.

Call of Duty: Modern Warfare 2

Seguindo a boa fórmula, a estrutura das fases permanece em três atos passando por momentos e lugares diferentes. As fases no Rio de Janeiro são duas: Takedown (Ato 1) e The Hornet’s Nest (Ato 2). Claro que é super divertido ver o nosso país representado no jogo, mas tenho que admitir que estas fases são insignificantes para a trama. O objetivo é caçar um traficante de armas chamado Alejandro Rojas (?) e interrogá-lo. A favela é muito bem representada, com casas típicas de tijolos expostos, lixo espalhado, esgotos a céu aberto e muita pobreza. Melhor ainda é ouvir os traficantes falando em português perfeito, sem sotaque (exceto pelo seu companheiro de missão, que é gringo). Só é estranho não ouvirmos sotaque carioca ou mesmo palavrões… Mas acho que aí é pedir demais. Minha única crítica fica quanto à aparência dos traficantes: eles usam óculos Rayban, boina, e vestem roupas nada típicas brasileiras. Lembra muito a milícia africana de Far Cry 2, por exemplo. Mas a experiência é satisfatória, o Cristo Redentor está lá, e ainda temos os cenários brasileiros no modo multiplayer. Não tem do que reclamar.

No quesito ação, o game entretém do começo ao fim. Mas também sufoca o jogador em certas missões, em que não há pausas entre os ataques e os inimigos não param de surgir. Já as missões com foco na estratégia e infiltração são simplesmente perfeitas, com ação na dosagem certa. Entre as novidades estão os momentos em que você explode uma porta ou parede e atira em um número determinado de alvos em câmera lenta. Geralmente são inimigos com reféns, obrigando você a atirar com cuidado e precisão. Em outras partes, temos perseguições de jipe, bote e até de snowmobile.

As armas de Modern Warfare 2 são numerosas e todas baseadas em modelos reais utilizados pelo exército norte-americano, com direito à GPS e outros periféricos modernos como sensor de batimento cardíaco. Você pode até mesmo usar um escudo, em algumas fases. A jogabilidade continua impecável, com comandos fáceis e extremamente precisos, assim como no game anterior.

Call of Duty: Modern Warfare 2

Terminado o modo de campanha, que dura entre 6 a 8 horas, temos o Special Ops. Trata-se de um modo co-op para dois jogadores em tela dividida ou online. São missões baseadas em trechos das fases do modo de campanha. Elas consistem em vários objetivos: eliminar um determinado número de inimigos, chegar vivo ao ponto de extração, desativar bombas, corrida contra o tempo, etc. As missões são divididas em cinco grupos, sendo que cada missão pode ser completada em três níveis de dificuldade: Regular (1 estrela), Hardened (2 estrelas) e Veteran (3 estrelas). Quanto mais estrelas acumular, mais rápido são destravados os extras. Jogando sozinho e na dificuldade Veterain, é praticamente impossível completar todas as missões. Portanto, procure por um amigo bom de mira para ajudá-lo.

Agora chegamos à melhor parte: o modo Multiplayer. Seguindo os moldes do game anterior, você evolui conforme adquire pontos de experiência durante as partidas online, habilitando novas armas, acessórios, equipamentos, títulos, emblemas, Perks (habilidades) e Death Streaks. Os novos Perks são muito bem vindos, como usar dois acessórios nas armas primárias e secundárias (visor, lança-granadas, silenciador, etc), ficar indetectável pelo UAV e outros tipos de radares, recarregar a arma mais rápido, e por aí vai. Ao criar uma classe, você pode escolher três tipos de Perks, além de um equipamento (um tipo de bomba, faca para arremessar, armadura, etc) e um Death Streak.

Death Streak, uma das novidades do modo multiplayer, dá algumas vantagens quando você está morrendo com frequência. São eles: Copycat, Painkiller, Martyrdom e Final Stand. Copycat (4 mortes) rouba a classe do seu matador. Painkiller (3 mortes) dá energia extra ao renascer. Martyrdom (3 mortes) faz você derrubar uma granada ao morrer, matando quem estiver por perto. E o Final Stand (4 mortes) permite que você use qualquer arma ao cair no chão (após ser atingido), com a possibilidade de recuperar toda a sua energia caso não for atingido novamente.

Por último, temos os Kill Streak Rewards. São 15 no total, sendo desbloqueados conforme você elimina o maior número possível de inimigos sem morrer. Uma vez habilitados, basta escolher os seus três favoritos e usá-los durante as partidas. Quanto mais inimigos matar em sequência, maior a chance de usá-los. Bomba de descarga eletromagnética (EMP, que desabilita o radar inimigo), Pavelow (helicóptero com duas metralhadoras), Sentry Gun (metralhadora automática que pode ser instalada em qualquer local) e vários tipos de ataques aéreos são alguns dos exemplos.

Call of Duty: Modern Warfare 2

O multiplayer apresenta 16 modos diferentes de jogo, sendo alguns deles conhecidos do game anterior (Search and Destroy, Demolition, Domination, etc). Entre os novos, temos o Ground War, Mosh Pit, Team Deathmatch Express, e dois modos com visão em terceira pessoa (3rd Person Team Tactical e 3rd Person Cage Match), entre outros. A ausência de servidores dedicados na versão de PC elimina a possibilidade de mods e mapas criados pelos usuários, o que é uma pena. Ao menos foram feitas melhorias no sistema de host: quando uma partida online está em andamento e perde conexão, a partida é migrada para outro host automaticamente, evitando que você perca os pontos de experiência obtidos.

Cada modo suporta um número determinado de jogadores. Ground War permite até 18 jogadores (9×9), enquanto 3rd Person Cage Match permite apenas 2 jogadores, um contra o outro. Quanto aos mapas, estes melhoraram muito. Agora eles são menores e melhor elaborados, evitando que você tenha que andar muito para encontrar os adversários. Entre eles estão quatro mapas ambientados no Brasil: Favela, Quarry, Rundown e Underpass. Favela pega um trecho do cenário apresentado no modo de campanha, enquanto os outros mapas foram criados exclusivamente para o multiplayer.

Call of Duty: Modern Warfare 2 oferece tudo que prometeu e mais. Se não fosse pelo excelente modo multiplayer, o jogo não receberia a nota 5 do Gamerview. Justamente por não oferecer nada de excepcional além do que vimos em Call of Duty 4. Os gráficos são melhores? Sim, um pouco melhores, assim como os efeitos de física e explosões (especialmente na versão de PC). É uma boa história? Sim, mas com suas falhas, exageros e poucas novidades. Porém com a inclusão do Brasil no jogo, não tem como não ficar satisfeito. E enfrentar os gringos “em casa”, em partidas online, não tem preço.

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