Os antigos nórdicos acreditavam que os mundos dos humanos, deuses e outras criaturas se interligavam. Assim, através dos galhos da Yggdrasil, os Aesir, Valquírias e outras criaturas circulavam entre os nove reinos. BPM: Bullets Per Minute é um FPS que traz um pouco da cultura nórdica para o dia a dia, misturando ação, armas pesadas e música, trazendo os mais bravos guerreiros de Vallhalla para combater em dungeons aleatórias e imprevisíveis.
Semelhante a Crypt of the Necrodancer, em BPM: Bullets Per Minute o ritmo será seu guia para o sucesso ou fracasso por estes calabouços repletos de tesouros. Com cores fortes e saturadas, a proposta do jogo é oferecer uma experiência marcante tanto para os olhos quanto para os ouvidos.
Ventos de Valhalla
BPM: Bullets Per Minute traz uma aventura ao estilo Dungeon Crawler. Aqui somos lançados em calabouços gerados proceduralmente, assim como as criaturas e chefões que espreitam em suas câmaras. Utilizando um entre cinco guerreiros baseados em deuses nórdicos, o jogador deve atravessar os nove reinos em batalhas longas e desafiadoras. A valquíria inicial que controlamos se chama Göll. Um personagem padrão do gênero com 100 pontos de HP e uma pistola com oito balas.
Com a evolução do personagem e a vitória constante, novos personagem são desbloqueados: Freyr, Hildr, Njord e Odr. Mas com as melhorias que cada um deles traz, desvantagens também os seguem, afinal é necessário existir equilíbrio nos desafios. Freyr, por exemplo, possui 150 pontos de HP e um revólver a longa distância. Uma evolução, certo? No entanto, após cada tiro é necessário acertar a batida da música para rodar o tambor da arma.
Há personagens com armas mais complicadas e com pouca ou nenhuma vida. Odr se encaixa no último, sendo despido de toda e qualquer pontuação de HP. Porém ele pode saltar e flutuar pelo nível, o tornando um personagem bem poderoso. Assim vamos avançando pelo mundo de BPM: Bullets Per Minute, usando o metrônomo presente na tela para guiar nossas ações. Afinal, o foco do jogo é seguir a batida da música.
Chamas de Nidhogg
Embalado por uma trilha cheia de acordes e arpejos misturados a batidas em constantes 88 BPM, a trilha de Bullets Per Minute entra na mente do jogador. A música parece enraizar no nosso cérebro e logo estamos batendo cabeça e seguindo a risca os movimentos do metrônomo na tela. Uma dica valiosa: troque o botão de recarregar para o botão direito do mouse, pra não perder o ritmo. Ficar apertando R pode acabar tirando sua concentração e quebrar o combo.
Quanto maior o combo for, mais animada a trilha do jogo fica. Mas se realizar ações fora do beat ou receber dano dos oponentes, o combo é quebrado na hora. E os inimigos aqui são implacáveis: alguns atacam diretamente, outros possuem ataques que seguem a música. Atenção redobrada é a chave para a vitória; mesmo com as habilidades do personagem em cheque, é preciso estar sempre explorando as masmorras.
Cada vez que o jogador se arrisca ele é recompensado, seja encontrando a loja de Huggin ou a forja de Muggin. Originalmente, estes são os nomes dos corvos de Odin. Em BPM: Bullets Per Minute, eles são um pinto com auréola e o outro um pinto mecânico. Durante a aventura nos deparamos com moedas que servem para comprar itens na loja ou forja, como também servem para fazer oferendas em altares que aprimoram os status, como força, velocidade, sorte, precisão, etc.
Te vejo em Niffelheim
Há muitos itens espalhados pelas câmaras das dungeons, cada um com características únicas. Juntos podem garantir a vitória do personagem, ainda mais se combinados com as poderosas seis armas do jogo – da “pistolinha” ao lança-foguetes. Um exemplo de boa combinação de itens é o Boots of Rock, que causa explosões quando se aterriza, e a Barganha de Loki, que aumenta um nível de cada status do jogador.
Também é possível encontrar chaves, que abrem os baús espalhados pelos calabouços e a livraria, onde se adquire as habilidades ultimate. Servem para várias coisas: o Barter reduz os preços na loja, o Snap Fingers atinge inúmeros inimigos causando um dano incrivelmente alto, e assim por diante.
O visual de Bullets Per Minute é extremamente gritante, com suas cores saturadas e um forte uso de cobre e dourado. É um estilo que acredito combinar bem com a ação frenética do game. As armas brilham como se fossem feitas do mais puro Mithril e os cenários possuem chamas vistosas que realçam ainda mais as cores estouradas. Fora a trilha sonora, que deixa tudo ainda mais imerso neste mundo de combate armado contra criaturas do folclore nórdico.
Hora de colocar os headphones para trabalhar. Bullets Per Minute é mais impiedoso e difícil do que se espera e vai chutar para uma cova rasa aqueles que não se acostumarem com o ritmo da dança de combate imposta por ele.