Borderlands era uma grande incógnita para mim. Eu não sabia exatamente o que esperar dele, se os gráficos seriam legais e tal, pois confesso que essa moda de Cel Shading (gráficos cartunizados) não me empolga tanto. Por mais informações que eu conseguisse do jogo, eu não entendia muito bem como ele seria. E no fim, foi uma grata surpresa.
Comecemos pela história, que infelizmente é um dos fatores menos relevantes do jogo. Chega até a ser um defeito não ter sido melhor trabalhada. A aventura se passa em Pandora, um planeta rico em minerais. Porém o caos tomou conta do planeta, onde colonizadores batalham entre si para adquirir tecnologia alienígena e fazer fortuna com isso. Para piorar, alienígenas que antes hibernavam acordam atacando todo mundo que estiver por perto. Neste cenário caótico, estão os quatro caçadores de recompensa do jogo.
Com estes personagens, o jogo se mostra muito mais interessante que a história. Escolher entre eles não é muito fácil, uma vez que cada um detém de características e habilidades próprias que refletem a sua experiência de jogo. Os personagens são: Brick, Lilith, Mordecai e Roland. Brick é um grandalhão resistente a danos e que possui a habilidade Berserk, que permite desferir socos destruidores. Lilith é uma Siren, que possui poderes como ficar invisível. Mordecai é um Hunter com o poder especial de aniquilar vários inimigos ao mesmo tempo, além de habilidoso como franco-atirador. E Roland, o Soldier, pode invocar uma turret (metralhadora com um campo de força) que atira nos inimigos, além de dar suporte ao time com energia e munição.
Feito a escolha do personagem, a aventura à seguir depende totalmente das suas decisões e da forma como você joga em equipe. Como mencionado, cada personagem possui habilidades próprias, mas todos podem utilizar os mesmos tipos de armas, granadas, armaduras e itens. Conforme seu personagem evolui, você ganha pontos de experiência para fortalecer suas habilidades (skills), que são divididas em três classes. Brick, por exemplo, possui as classes de habilidade Brawler, Tank e Blaster, cada uma com sete atributos próprios para gastar os pontos. E melhor ainda: é possível resetar os pontos e fazer novamente a construção da sua classe.
Segundo a produtora GearBox, o jogo possui 150 missões (quests), que podem ser cumpridas individualmente ou de forma cooperativa com seus amigos, lembrando que a dificuldade do jogo é ajustada de acordo com o tamanho do seu grupo, que pode chegar até quatro jogadores. E é justamente no modo cooperativo que o jogo diverte como poucos outros jogos conseguem. Você pode até mesmo duelar contra amigos usando o sistema de PvP (Player vs Player), que permite batalhas 1×1 ou 2×2 em arenas criadas aonde você estiver.
A variedade de armas e itens é numerosa, e as mudanças são tanto funcionais quanto estéticas, o que estimula a procura por armas e itens melhores. Quando o jogo termina, pode-se recomeçá-lo no nível em que seus personagens se encontram. Claro que, neste recomeço, os inimigos terão os níveis adequados ao nível de seu personagem, garantindo o desafio.
Apesar da deficiência da história, os personagens são bem cativantes e a escolha gráfica feita pela Gearbox foi perfeita: o visual estilizado faz você se sentir dentro do universo das histórias em quadrinhos. A modelagem dos personagens foi feita manualmente, segundo os desenvolvedores, o que deu um toque especial ao visual do game. Os mesmos elogios se estendem à ótima trilha sonora. Porém os efeitos sonoros, como os tiros e as explosões, por exemplo, poderiam ser melhores. Eles não impressionam, mas fazem o seu papel.
O jogo funciona em forma de “open world”, onde os rumos da história são determinados pelo jogador. Sendo assim, faça as quests que mais lhe interessar e viaje pelo vasto mundo a procura de recompensas como itens, armas e dinheiro. A jogatina é totalmente livre, o que adiciona muitas horas de diversão (ainda mais no modo cooperativo). Em poucas palavras, Borderlands é um game que mistura Madmax com Diablo 2. Um “RPG Shooter” que deu muito certo.
