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Depois de Battlefield 2, eu havia perdido o interesse em games de guerra com foco no multiplayer. Para mim, Battlefield 2 havia superado o excelente Battlefield 1942, suas duas expansões (The Road To Rome e Secret Weapons of WWII), e até mesmo o stand alone Battlefield Vietnam. Nem mesmo o mediano Battlefield Bad Company me despertou a vontade de jogar online. Este ano, a EA anunciou dois Battlefields com foco no multiplayer, Battlefield Heroes e Battlefield 1943, e minha esperança voltou.

Battlefield 1943, a “sequência” do popular game de 1999, é o primeiro da franquia a ser distribuído digitalmente (via XBLA e PSN). Custando apenas U$ 15 (1200 MS Points), o game mal saiu e bateu recorde de vendas: na XBLA, recebeu os títulos de game mais vendido em um único dia, game mais vendido em 1 semana, e game mais bem sucedido do ano na Live. E, para minha felicidade, é a volta do Battlefield que eu gosto: simples e divertido.

O game saiu apenas com três mapas para jogar: Wake Island, Guadalcanal, e Iwo Jima. Wake Island é uma ilha em formato de V, totalmente aberta e fácil de se locomover para enfrentar os adversários. É o mapa mais básico do pacote. Guadalcanal é mais amplo e com variações de terreno e menos vegetação, oferecendo um maior desafio no controle dos pontos do mapa. Iwo Jima é o mais competitivo de todos, com muitas bases, veículos, morros e um pôr do sol que dificulta a visibilidade. Há também um quarto mapa, chamado Coral Sea, que foi destravado pela comunidade após efetuar 43 milhões de mortes (kills) nos servidores do jogo. Trata-se de um mapa 100% dedicado ao combate aéreo, acessível somente pelo modo Air Superiority.

Battlefield 1943

BF 1943 segue a fórmula padrão da série, oferecendo dois times (EUA e Japão, 8 jogadores para cada lado), três tipos de classes (Rifleman, Infantry e Scout) e quatro tipos de veículos (jipe, balsa, avião e tanque). Sobre as classes, o Rifleman possui um rifle (com faca na ponta), granada de rifle e granada comum. Infantry possui metralhadora, bazuca, granada comum e pode consertar veículos danificados. Scout é o famoso sniper, que dispõe também de uma pistola e pacotes explosivos (perfeitos para criar armadilhas). Para cada time, há algumas diferenças nas armas: o Scout japonês usa uma Katana para fatiar os inimigos, por exemplo.

Quanto aos veículos, eles variam de modelo para cada time, mantendo as mesmas características de velocidade, dano e física. Dentre os veículos, o avião é o que mais exige tempo para dominar os comandos. Há também outras formas de ataque terrestre, como um canhão antiaéreo (em bases e nos navios porta-aviões) e aviões de bombardeio, que você os chama por radar e os controla até o alvo – a forma mais eficaz de tomar uma base adversária bem protegida.

O game utiliza a mesma engine de Bad Company (Frostbite Engine), que simula destruição com maior realismo, além de gerar um belo visual e efeitos. Muitos inimigos escondidos no galpão? Basta explodir a parede e pegá-los de surpresa. A interface de BF 1943 lembra bastante seu irmão BF 1942. A diferença fica por conta do sistema de pontos e de vida – a tela fica vermelha quando você leva bala e volta ao normal depois que você “descansar”. E os pontos não contam apenas por inimigo que você matou, mas também ao dar assistência a um amigo ou capturar um ponto do mapa (bandeira). Ganha o time que dominar mais pontos do mapa por mais tempo.

A jogabilidade se mostra bastante exata nos comandos (mirar, atirar, correr, pular e agachar) e, principalmente, na hora de pilotar os veículos. Acertar o inimigo exige bastante concentração e calma, pois é fácil errar um tiro. Na primeira semana de jogatina, eu morri mais do que matei devido ao meu vício de Quake Live, de ficar pulando feito louco querendo matar todo mundo. Mas fiquei surpreso depois de adquirir as habilidades necessárias para não errar mais. E neste ponto, o jogo se mostra bastante balanceado. Coloque 16 jogadores experientes em campo e você verá uma verdadeira batalha acontecer. Ou seja: jogue com estratégia e em time ou morrerá o tempo todo.

Agora tecnicamente falando, o game apresenta alguns problemas bem chatos como glitches (falhas da engine) e erros de sincronia sonora. O caso mais comum é você ouvir o barulho dos aviões de bombardeio passando e, de repente, o barulho sumir. Fora isso, Battlefield 1943 entrega uma excelente experiência online que, apesar de exigir prática e paciência (você morrerá muito nas primeiras horas de jogo), se mostra bastante gratificante. Game imperdível para os fãs da série e aqueles que não perdem uma boa guerra online.