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O Nintendo Switch é uma plataforma com a qual tenho uma relação de amor e ódio. Vivo comprando e revendendo, nunca ficando muito tempo com um em mãos. O console híbrido da Nintendo sempre me atrai por ser a plataforma perfeita para visual novel, e com a chegada do remake da série Another Code: Recollection, calhou de eu estar com um Switch para jogar.

Trazendo tanto o primeiro Another Code: Two Memories, lançado originalmente para o Nintendo DS, e Another Code: R- A Journey Into Last Memories, o remake reformula o visual, trazendo linhas de diálogos com som e modelos totalmente 3D dos personagens. O jogador será levado para uma ilha misteriosa onde um fantasma e memórias falsas ou verdadeiras esperam o jogador.

Revivendo as memórias

Another Code: Recollection traz um remake da história de ambos os jogos. O primeiro game se passa quando Ashley tem apenas 14 anos, convidada por seu pai para encontrá-lo na ilha Blood Edward. Já o segundo jogo se passa dois anos depois, com Ashley indo ver seu pai novamente, mas desta vez no Lago Juliet.

Imagem do review de Another Code: Recollection

O primeiro jogo abre com vários assassinatos ocorrendo pelas mãos de pessoas ocultas da vista do observador, sendo possível discernir apenas suas silhuetas. Ashley mora com sua tia, Jessica Robins e, após o desaparecimento misterioso de seus pais em 1994, ambas partem para a ilha para encontrar o pai de Ashley. Mas chegando ao local, Jessica misteriosamente desaparece e cabe à Ashley descobrir o motivo.

Passando por bosques, uma vila de mineradores abandonada e pontes quebradas, Ashley chega finalmente à mansão, entrando pelos fundo por meio de um cemitério onde ela encontra seu parceiro nesta aventura. Seu nome é D, um espírito preso na mansão Blood Edward. Esse espírito jovem irá ajudar Ashley a descobrir segredos passados da época em que ele ainda era vivo e também recuperar sua memória, além de descobrir como ou porque morreu tão jovem.

Já em A Journey into Lost Memories, após chegar ao Lago Juliet, Ashley é roubada e descobre que ela e seu pai estão ali para descobrir o que sua mãe estava fazendo por lá anos atrás. Com a ajuda de um jovem fugitivo de casa, chamado Crusoe, Ashely precisa desvendar os mistérios em relação à sua mãe, fazendo com que em cada jogo ela descubra a verdade sobre um de seus pais.

Imagem do review de Another Code: Recollection

Mansão das memórias

Another Code: Recollection segue a filosofia de gameplay dos dois primeiros jogos, trazendo uma aventura investigativa, onde por meio de pistas, objetos e flashbacks de D, iremos lentamente descobrir a história por trás da família Edward, sua queda e onde está o pai de Ashley e por que ele está aqui. Já na segunda história temos mais liberdade de exploração, mais personagens e os flashbacks de Ashley.

Como todo visual novel de respeito, o jogo traz bastante conversa e documentos a serem lidos, algo que gosto bastante, mas como em sua versão original a história de Another Code é uma bem “água com açúcar”. As reviravoltas são previsíveis e a trama em si é arrastada, tornando a experiência pouco engajante e emocionante.

Ashley usa um dispositivo que responde apenas a sua biometria, chamada DAS, uma espécie de Nintendo Switch totalmente touch que serve como menu, permitindo ao jogador acessar a câmera do jogo, usada para ler códigos QR que contêm informações importantes para a história. Sempre tente achar o máximo possível deles. Também é possível acessar uma galeria de fotos e uma rede de relação dos personagens.

Imagem do review de Another Code: Recollection

O gameplay agora é mais dinâmico, com a câmera se posicionando atrás de Ashley ao invés da câmera por cima que tínhamos em Two Memories no Nintendo DS, sendo esta a maior diferença no quesito gameplay. Mesmo quando o DAS é roubado na segunda parte da história e substituído pelo TAS, não há quase nenhuma diferença.

Onde o crime acontece

O remake de Another Code pegou todos de surpresa. E ver um jogo excelente como este receber com carinho um remake tão bem feito é sempre ótimo. O único ponto que realmente me desagradou foi a mudança do estilo visual. Ficou tudo “esterilizado”, diferente do jogo original da Cing, que possui uma estética mais séria, com sombras sólidas e personagens com rostos mais expressivos. Another Code: Recollection aposta no visual de anime moderno, com rostos mais suaves e expressões mais “infantis”.

Imagem do review de Another Code: Recollection

Outro grande problema que tive é que alguns puzzles podem acabar causando um softlock, sendo necessário reiniciar um save próximo. Tive problemas com o puzzle dos pratos de prata e do relógio com moedas, só para pontuar. Fora isso, o jogo continua sendo uma excelente experiência do gênero visual novel. Não é tão marcante quanto Danganronpa: Trigger Happy e Spirit Hunter: Death Mark, mas certamente vale a conferida.

80 %


Prós:

🔺 Narrativa divertida e pouco exigente para todos os públicos
🔺 Puzzles focados na narrativa e ligados diretamente à história
🔺 Fiel ao material original

Contras:

🔻 Narrativa previsível e reviravoltas pouco interessantes
🔻 Estilo visual bem menos marcante, ainda mais sendo feito pela Arc System Works
🔻 Puzzles podem acabar travando às vezes

Ficha Técnica:

Lançamento: 19/01/24
Desenvolvedora: Arc System Works
Distribuidora: Nintendo
Plataformas: Switch