Review – Akimbot

Se eu não tivesse assistido a apresentação do Future Game Show recentemente, não saberia da existência de Akimbot. O que seria uma pena, já que esse é um game de plataforma com inspirações em Ratchet & Clank e outros jogos do gênero de eras passadas, além de humor. Combinações que trazem diversão.

O game é do estúdio estreante Evil Raptor, do criador de Pumpkin Jack, e tem uma proposta bem simples. Ele não tenta ser nada inovador nesse estilo, tudo nele é realmente básico, mas um básico que funciona bem, devo ressaltar.

Akimbot tem uma aventura simples, mas divertida

Em um mundo onde só existem robôs, Exe, um mercenário preso, é salvo por Shipset (sim, com S), que também estava preso, mas por conta de sua sagacidade e lábia, tira os dois do veículo que os levava para prisão.

Depois de garantirem sua fuga na primeira fase de Akimbot, os heróis imprevisíveis e inusitados descobrem seu real objetivo: salvar o universo. Sim, o “básico” que mencionei antes também faz parte do plot do jogo. Existe uma grande ameaça, Malignotron, que quer dominar o universo de qualquer jeito, e cabe a Exe e Shipset pará-lo.

A história nem chama muito a atenção, mas o relacionamento dos protagonistas, sim. Shipset é o comédia da dupla, que força a barra pra ficar ao lado de Exe, já que ele não consegue se proteger sozinho. Já seu novo companheiro é o bom de briga. Os dois vivem se desentendendo, Exe é doido pra se livrar de Shipset o tempo todo. Com o passar da trama, eles vão se entendendo e aceitam o destino literalmente imposto a eles.

A dublagem em inglês dos personagens é boa, algumas bem canastronas – algo que acho que é proposital – como o vilão. Shipset é muito engraçado, sua voz é muito boa, ele é responsável por quase todos os momentos engraçados do jogo. O game tem ótima localização em legendas PT-BR, mas dominar o inglês garante o entendimento de algumas piadas originais.

Gameplay eficiente

Eu diria que Akimbot tem diferentes destaques, vou começar pelo que julgo o mais importante num jogo: gameplay. Exe corre, dá pulo duplo e dash, seja no chão ou no ar. Além disso, ele atira com suas diferentes armas, dispara seu gancho para atravessar grandes locais e corre por paredes pré-determinadas. Ele também é capaz de pilotar diferentes veículos.

Os comandos funcionam e respondem bem. Seja na hora de correr, pular pelas várias plataformas, durante a ação ou pilotando um veículo. O jogo é responsivo e divertido na palma das mãos (ou pontas dos dedos no teclado e mouse).

Aliado a isso, estão as diferentes mecânicas de Akimbot que se alternam, dando dinamismo ao gameplay. Começa simples com uma aventura de plataforma 3D, indo ao 2D de jogos de luta com barras de vida na tela (para minha surpresa), até pilotar carro pelas fases e naves pelo espaço. E tem até mesmo stealth! Essa variedade me agrada.

A trilha sonora embala bem a aventura, apesar de ela não ser nada demais, mas serviu seu propósito. Os gráficos são bem legais, eu gosto do estilo artístico escolhido, as cutscenes são bem animadas. O game é feito em Unreal Ungine, mas não sofre dos sintomas típicos desse motor gráfico, já que é bem otimizado.

Ajustes de balanceamento seriam bem-vindos

Akimbot é divertido em geral. Mas vi algumas coisinhas que precisam de ajustes. A primeira delas é a quantidade de moeda disponível no jogo. Só é possível obtê-las destruindo caixas pelo cenário, mas o jogo não é tão generoso em relação a isso. Você pode gastar essa moeda nas lojas de armas que aparecem de vez em quando pelas fases. Essas lojas vendem quatro armas especiais, com cada uma tendo três upgrades.

O problema é que dificilmente você terminará o jogo com todas elas totalmente melhoradas. Não importa se o valor cobrado é alto, ou a quantidade de moeda fornecida pelo jogo é pouca, isso precisa de um ajuste. Sobre as armas, senti falta de uma roda para troca delas, o jogo não tem qualquer indicador em relação a isso.

Outro aspecto que até chegou a me irritar em determinados trechos é em relação aos combates, algo também sobre balanceamento. Se você se mete em um campo de batalha com muitos inimigos atirando, é bem difícil se esconder para não levar dano enquanto você tenta atacar. Lembro de um ponto específico na fase de gelo, onde você tem que ficar do lado do fogo para se aquecer, enquanto luta com seres voadores que soltam projéteis que esfumaçam depois, tampando sua visão. Essas partes são frustrantes.

Para um estúdio de 8 pessoas, eu acho que o jogo entrega um resultado decente. Nós recebemos a chave do jogo um dia antes do lançamento e já podemos ver a boa aceitação que ele está tendo no Steam. Akimbot custa cerca de R$ 100 em todas as plataformas, um bom preço para um jogo com duração média de pouco menos de 10 horas.