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Numa clara tentativa de atingir o público mais jovem, a Ubisoft investiu em um divertido jogo para Wii. Academy of Champions, o jogo do Pelé, empolga no começo mas acaba deixando a desejar com os jogadores mais experientes devido ao conteúdo voltado aos pré-adolescentes.

O jogo começa com a escolha entre um personagem masculino ou feminino. Essa escolha determina se o seu treinador será o Rei Pelé ou Mia Hamm (famosa jogadora americana de Futebol Feminino). Em seguida você encontra o seu time, chamado Might Five. Você entra para um grupo de jogadores mas, ao decorrer do jogo, você pode mudar o time recrutando outros jogadores. E assim inicia-se as aulas diárias do modo de campanha, na Academia Brightfield. É lá que as crianças com grande potencial são treinados.

Logo nos primeiros minutos de jogo, é impossível não notar as semelhanças com Hogwarts, de Harry Potter. A Academia Brightfield é uma cópia clara da escola criada por J.K. Rowling. Pelé age como um desbarbado Dumbledore, jogadores correm pelos quadros nas paredes e seu time se comporta como os mocinhos da Grifinória, enquanto seus rivais, a Academia Scythemore, assume o papel de vilão, como a Sonserina faz na saga do bruxo. Existem três eventos diários e eles abrangem treinos e conversas com pessoas ao redor da escola, para comprar acessórios para o seu time e para usar em campo. Apesar de não ter uma história o jogo se mostra eficaz em sua proposta, prendendo a atenção do jogador com minigames e campos de futebol enfeitados e bem desenhados.

Os minigames são interessantes e ensinam os princípios básicos do futebol ao jogador, aumentando a experiência do seu personagem para melhorar seu desempenho em campo. Infelizmente, a diversão proporcionada pelos minigames diminui com o tempo, com jogos cada vez mais difíceis e repetitivos. Eles são acessados após o diálogo entre os personagens, que conversam na base de sons de gemidos, que irritam depois de um tempo. Pior que isso são as músicas de fundo, sem capricho algum. Felizmente, é possível usar uma opção de Quick Play para pular diretamente para os divertidos joguinhos.

Academy of Champions Soccer

Já os jogos de futebol são bem legais e tem um estilo único. O campo é levemente arredondado pela perspectiva e as paisagens são bem estranhas, mudando conforme o jogo avança. O gol não é gol, e sim a boca de um animal. É bem diferente e extremamente artístico. Porém os personagens não receberam a mesma dedicação, pois são feios e desajeitados – ou os produtores erraram na escolha do design. A Ubisoft incluiu também alguns personagens famosos para jogar bola, como Rabbid, Rayman, Sam Fisher (Splinter Cell), o Príncipe (Prince of Persia) e Altair (Assassin’s Creed).

Em um jogo de futebol, jogabilidade é tudo. Em Academy of Champions, os controles são um pouco estranhos. Apesar de ser compatível com o Wii MotionPlus e a Wii Balance Board, esses acessórios não adicionam muito a jogabilidade. O MotionPlus permite que você controle a altura de um passe ou chute pelo ângulo em que o Wii Remote é segurado. Mas isso também pode ser feito apertando botões, o que é até mais fácil. A Balance Board só pode ser usada nos minigames cujo jogos não são tão divertidos.

Ainda falando sobre a jogabilidade, ao alcançar o gol adversário uma mira aparece e mostra o ângulo que a bola acertará. Ao invés de usar os comandos do Wii Remote para comandar essa mira, você tem que usar o mesmo controle analógico usado para controlar o personagem, o que é estranho e pouco intuitivo. Os dribles, que funcionam como uma sequência de Quick Time Event, deixa a partida ainda mais lenta e truncada.

De bônus, o game oferece conteúdos desbloqueáveis que podem incentivar o jogador a querer voltar para a Academia Brightfield após um tempo, para destravar um grande número de colegas de time para serem recrutados, acessórios, itens e treinos. O modo multiplayer funciona bem, mas apresenta poucas opções para manter os jogadores satisfeitos.

Mesmo com o foco nos jogadores mirins, Academy of Champions poderia ser melhor e mais versátil, conquistando assim um público maior. Não é um jogo ruim, muito pelo contrário. Apenas faltou um capricho extra para realmente fazer deste título o melhor jogo com a participação do nosso Rei Pelé. Compreende?