World War 3 teve um desenvolvimento complicado. A desenvolvedora The Farm 51 precisou refazer o jogo e se aliar a MY.GAMES, estúdio por trás de Warface e Crossfire. O game teve avaliações neutras na Steam desde que saiu em acesso antecipado em 2018. Porém, agora com a parceria no desenvolvimento, a produção de World War 3 retomou e uma versão melhorada foi disponibilizada para quem havia comprado o jogo anteriormente.
Chamada de “Veteran Alpha Test”, a The Farm 51 quis mostrar como está o trabalho no jogo, apresentando as novidades e os aprimoramentos. Entre os dias de teste, pudemos testar World War 3 com chaves cedidas pela desenvolvedora. Eu joguei com meu amigo Arthan Gregory, um ávido jogador de FPS competitivo. Já este redator que vos escreve é um gamer bem casual nesse gênero. Vejamos os pontos de vista diferentes.
Localizações fieis à realidade
Algo que a desenvolvedora estava empolgada em mostrar eram os cenários realistas. Nesse aspecto o jogo se sai bem. World War 3 conta com mapas amplos em Berlim, Varsóvia, Polyarny e Moscou. A ambientação é boa, com gráficos que convencem e bons efeitos de iluminação e sombra em ambientes abertos e fechados.
Além dos cenários, a modelagem dos personagens é bem caprichada. Não fica devendo muito comparado com grandes títulos do gênero, como Battlefield e Call of Duty. Dentro das limitações de um estúdio menor, é importante ressaltar esse fator. A movimentação é plástica, desde correr, andar agachado e pular, bem fluído e animado.
O combate não perdoa, já que é possível morrer com dois tiros. Aliás, os tiroteios são bem tensos, deixando o jogador em alerta máximo o tempo todo. O gameplay também não deixa a desejar, com comandos bem elaborados e mira responsiva. Inclusive no controle de veículos, mesmo que você não passe muito tempo neles, o jogo se mostra bem polido.
Agrada a casuais e veteranos
Já para meu amigo Arthan, os pontos que ele levantou sobre o gameplay é que o jogo mistura um estilo arcade, como Call of Duty e Battlefield, com um simulador tático de esquadrão. O “time to kill” (o tempo que se leva para morrer) é bem rápido, característica de jogos que puxam mais para os combates táticos.
O jogo precisa de ajustes, como o tempo que leva para capturar objetivos e o balanço das armas, principalmente da sniper. Mesmo assim, o jogo oferece partidas satisfatórias. O recuo do disparo e as animações com as armas são um tanto genérico, mas fazem bem e de forma simples o papel. Já o som, ainda segundo Arthan, é algo que precisa ser melhorado, principalmente em dois aspectos: impacto dos tiros e a eco localização dos inimigos através do som.
O Alpha Test disponibilizou os quatro mapas mencionados e dois modos de jogo: Team Deathmatch e Tactical Ops, modos comumente encontrados em outros jogos do gênero. Além disso, era possível escolher entre quatro loadouts diferentes como light assault, anti-tank, support e marksman, cada um com seus devidos equipamentos de suporte e armas. Todos os loadouts podem ser customizados.
Em relação ao desempenho, o jogo se saiu muito bem. Tanto no meu PC (Ryzen 5 2600x, GTX 1060, 16GB e SSD) quanto na configuração do meu amigo (i7-7700K, RTX 2070, 16GB e SSD) rodou suave e tranquilamente em 1080p com qualidade gráfica alta. Não existe informação sobre localizações de servidores, mas com certeza o jogo conta com um aqui no Brasil, já que foi possível atingir latência bem baixa (entre 10 e 20ms).
World War 3 está pronto para brigar?
Algo que nós concordamos é que World War 3 tem potencial, principalmente com um resultado bom em uma alpha build. Porém, para bater de frente com as franquias concorrentes, o jogo teria que entregar algo inovador, mesmo sendo de graça. Afinal, aqueles que jogaram WW3 já deve ter passado por essas e outras franquias e são jogadores exigentes, bastante competitivos.
A The Farm 51 deixou bem claro que está trabalhando para corrigir erros e impressões negativas anteriores para entregar um jogo melhor. Nenhuma informação sobre data de lançamento foi mencionada, mas ainda devem existir outros períodos de testes. World War 3, por enquanto, conta com vários “okays” e “bons” como elogios, e se continuar no ritmo certo, pode vir a ser um jogo promissor.