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O gênero metroidvania, prioritariamente 2D, tem se misturado cada vez mais com souls-like, também de forma 2D. Existem diversos jogos com esses estilos juntos como Blasphemous. A junção do elemento exploração com combates cadenciados, fugindo do esmaga botão de hack n’ slash, também está presente em Souldiers, jogo da Retro Forge e distribuído pela Dear Villagers.

O jogo me chamou a atenção, primeiramente, por ter a palavra “soul” em seu título. Como um fissurado em souls-like, mais especificamente nos jogos da FromSoftware, não poderia deixar um jogo como esse passar. Além disso, depois de ver um trailer, a arte e todo o gameplay terminou de prender minha atenção e Souldiers acabou se tornando um título que precisava jogar.

Guerras, traições e mistério

Depois de uma abertura animada bem legal, que remete aos tempos de ouro dos anos 90, em que muitos jogos iniciavam com uma animação, uma breve história é contada. Assim como nos jogos de SNES, por exemplo, Souldiers conta a história com imagens paradas e texto abaixo (nostalgia pura). A narrativa é bem simples: reinos medievais irão se enfrentar e após uma reunião para decidir estratégias de guerra, uma mudança repentina leva todo o exército para um rumo inesperado.

A localização em PT-BR está de parabéns em Souldiers

Após se posicionar estrategicamente em uma gruta para surpreender o inimigo, seguindo os conselhos da figura misteriosa, um terremoto acontece e soterra todo mundo. Após uma breve explicação feita por uma Valkíria, dizendo que todos estão entre o mundo dos vivos e dos mortos, o jogo realmente começa.

Em todas as horas que pude aproveitar dessa prévia, a história não progrediu muito, mas percebi que traição e mistério são elementos que envolvem a trama do jogo. Pode ter certeza que, em um momento ou outro, deuses serão seu alvo.

Menos é mais sempre dá certo

É possível escolher entre três classes: patrulheiro, o clássico cavaleiro “porradeiro”, arqueiro e conjurador, famoso mago. Em minha jogada principal, fui de patrulheiro, porque escudo, armadura e espada é minha combinação favorita. Porém acabei testando um pouco as outras duas classes e pra minha surpresa, cada um tem seu próprio estilo.

O patrulheiro ataca com sua espada, além de um ataque mais forte, defende com o escudo e rola para esquivar. O mago tem movimentos bem diferentes, com ataques normais, no estilo porrada com seu cajado, e magia como ataque forte. Sua esquiva é um dash que o torna invisível e seu escudo é um campo de força. O arqueiro atira flecha (obviamente) e seu ataque mais forte é o lançamento de seu arco como se fosse um boomerangue. Sua esquiva é um salto mortal pra frente e sua defesa, bem, ele se fecha cruzando os braços.

A forma como se usa habilidades de elementos lembra Mega Man

É bem interessante ver que cada classe realmente tem seu próprio set de movimentação. Não somente nos ataques e defesa, mas na forma de correr, a animação enquanto o personagem está parado e toda sua caracterização visual. Com o progresso, mais habilidades vão aparecendo, como bombas e lanças, por exemplo. Toda a movimentação flui bem, com exceção da esquiva que tem um tempo de espera para ser executada de novo. Isso é estranho e quebra um pouco o ritmo das lutas.

Souldiers tem elementos de jogos difíceis sendo amigável

Souldiers tem bastante momentos de plataformas e essas partes funcionam bem. Não é difícil executar um salto bem sucedido e caso não chegue a cair na plataforma, o personagem se segura na “beirada”. É possível, inclusive, dar um dash/esquiva na beira de uma plataforma e conseguir chegar do outro lado, dependendo da altura.

Os combates com inimigos simples não exigem tanto esforço, já que uma breve combinação de ataques comuns dá conta do recado. Já inimigos acima do normal e, principalmente, chefes, precisam de mais cuidado nas táticas usadas. Não é nada como um Blasphemous da vida, mas é preciso esquivar, defender, pular e atacar na hora certa.

“Não consegue, né Moises?” – Santos, Silvio

O jogo é todo pixelado, desde cenários, personagens e menus, mas as animações dos personagens se destacam. Visualmente o jogo é “fofinho”. É bem colorido, a arte dos NPCs, que aparece na hora do diálogo, é bem desenhada e “bonitinha”. Falando neles, você se depara com vários espalhados pelas dungeons, cada um com seus diálogos. É possível até mesmo pegar o loot de alguns desses personagens que acabaram partindo dessa para melhor como parte da história.

O jogo conta com sistema de níveis e a cada novo nível, um ponto para comprar habilidades é garantido. Cada classe tem sua própria árvore de skills, o que torna ainda mais único o gameplay com cada classe. Como todo bom metroidvania, você encontrará um mercante que, além de vender itens, vende pedaços do mapa, algo extremamente necessário em jogos desse gênero.

As ambientações variam bastante e vão de planícies verdejantes, a cavernas de fogo e cidades medievais. Em cada lugar, você encontrará o equivalente da fogueira em Dark Souls, também conhecido como checkpoint. Nele é possível descansar, trazendo de volta todos os inimigos, e fazer viajem rápida.

É sempre bom encontrar uma bonf… Digo, checkpoint

Souldiers é um metroidvania/souls-like bem simpático e amigável, e bem agradável de jogar. Ele consegue ser tudo isso, além de punitivo ao mesmo tempo, mas não de forma hardcore como outros jogos do gênero. O game conta com localização em PT-BR e aqui fica um baita elogio a esse trabalho. Tem humor, piadas e seriedade e tudo é muito bem passado em nossa língua. O maior ponto negativo, nessa prévia pelo menos, são os tempos de loadings que são grandes. Algo sem necessidade pela falta de complexidade do jogo, além de estar instalado em um SSD.

Souldiers está com uma demo disponível na Steam e chega no dia 19 de maio para Nintendo Switch, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC através da Steam, Epic e GOG.