Colonizar um novo planeja não é trabalho para os fracos de espírito. Mais do que a força dos braços, é necessária a força da mente para suportar os extremos de uma natureza alienígena. Como representantes máximos da espécie humana, é nosso papel sermos as pontas-de-lanças nos ombros de gigantes através do espaço.
Seguindo os frios e ásperos passos da expansão da humanidade em Per Aspera, um jogo de estratégia com foco narrativo atualmente sendo desenvolvido para PCs pela Tlön Industries em seu primeiro projeto do estúdio argentino. O lançamento é estimado para ainda este ano, mas como será o estado desta missão espacial?
Nova Nova Nova Terra
Tudo começa com a seleção do local de pouso. Ter um bom ponto de partida não é somente sobre ter uma boa vista para dormir, é um fator-chave para conseguir acesso rápido e fácil a recursos como minérios, carbonetos e até água. Claro, fácil e rápido nos limites do que é possível se ter colonizando um planeta – até onde se sabe – estéril.
A partir deste ponto, precisamos construir aos poucos a infraestrutura básica de uma colônia antes de recebermos os colonizadores em si. Primeiro trabalhamos com autômatos e outras tipos de máquinas para montar toda a fundação da Nova Terra – como eu gosto de chamar.Depois de tudo montadinho, com água e comida já em um fluxo saudável, podemos autorizar o pouso dos humanos.
Habitualmente ser jogado em um ambiente aberto em jogos de estratégia complexos tal qual Per Aspera é uma receita pronta para um bom bocado de frustração até entender qual a estrada de tijolinhos dourados dos primeiros passos. Enfrentei isso com basicamente todos os jogos de estratégia, tanto em tempo real quanto em turno. Civilization, Age of Empires e Mythology, Rise of Nations, Total War, Surviving Mars e tantos outros. O primeiro que consegui entender logo de cara e dar meus próprios passos foi Per Aspera.
As interconexões entre as construções são suficientemente simples – e quando não – intuitivas para que se compreenda e dê prosseguimento à colônia. Per Aspera oferece uma divisão clara das construções, sendo simples de compreender onde procurar cada uma delas, mesmo com um número considerável. Entender o posicionamento ótimo ainda é um mistério para mim, porém deve-se esclarecer com mais algum tempo de jogo.
Por oferecer além da visão habitual outros três modos de ver o mapa, Per Aspera permite que entendamos facilmente as conexões entre estruturas e as necessidades – como energia elétrica, por exemplo – da nossa colônia. Visões que frequentemente são deixadas de lado em outros jogos, aqui são de fácil acesso e, acima de tudo, úteis.
O visual do jogo é peculiar. Acredito que não sei informar se é por estar em desenvolvimento ou se essa escolha é proposital e definitiva. A sensação que me fica é que – de longe – Per Aspera parece uma maquete enorme, com prédios bidimensionais feitos de papel. Não acho particularmente bonito, mas – no pior dos casos – faz com que o jogo se destaque do resto.
Neste período de prévia, a parte narrativa do jogo, que é o grande chamariz da coisa, não está disponível. Assim como a quantidade do que se pode jogar antes de um reset é bem limitada – compreensível devido a estar ainda em desenvolvimento – por exemplo, não conseguimos receber os humanos em Marte ainda. Independente disso, Per Aspera se mostra encantador e estou profundamente ansioso para experienciar o produto final uma vez lançado.