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Walton City, 1980, uma onda de calor aquece a cidade. O que deveria ser uma excelente desculpa para que todos se dirigissem às piscinas, cachoeiras ou abrissem uma bebida gelada acompanhada de um churrasco, torna-se uma maneira de propagar o perfume da morte pelas ruas. As risadas e diálogos alegres nas ruas, casas, lojas e arcades foram substituídos por gemidos e sons guturais. Este é o mundo de Into The Dead: Our Darkest Days.

Saindo das telas móveis de celulares, a franquia Into The Dead faz seu salto rumo ao PC após ter chegado ao Switch com Into The Dead 2. Desta vez, temos um jogo de sobrevivência lateral, onde o jogador controla sobreviventes que devem vasculhar a cidade em busca de armas, alimentos e materiais para sobreviver aos mortos-vivos. Essa nova abordagem traz um tom mais imersivo e desafiador à série, mantendo sua tensão característica.

Mudança de perspectiva total

Os jogos mobile de Into The Dead começaram como FPSs, fortemente inspirados no modo Zombies de Call of Duty, e eram excelentes títulos para celulares. Com isso em mente, Into The Dead: Our Darkest Days muda completamente a gameplay e o tempo em que a série se passa. Nada mais de apenas atirar em hordas de zumbis; em Our Darkest Days, cada golpe e tiro pode ser um passo rumo à morte.

Into The Dead: Our Darkest Days

No início do jogo temos uma escolha entre vários grupos de sobreviventes, cada qual com suas vantagens e desvantagens, fortemente baseados em arquétipos de personagens de filmes da década de 80. Temos o pai durão e a filha distante tentando sobreviver ao apocalipse, o treinador com seu atleta rebelde ou a terapeuta com sua paciente violenta. Essas combinações de personagens trazem uma dinâmica única e profunda para a história.

Independente de sua escolha, Into The Dead: Our Darkest Days garante ao jogador um abrigo inicial, onde ele deve se planejar, descansar, realizar atividades que elevem a moral e se alimentar para sobreviver ao apocalipse. Até o momento, tive acesso apenas a uma pequena parte do jogo completo, mas já foi o suficiente para ver que teremos uma abordagem ampla tanto em termos de narrativa quanto de opções de sobrevivência e finais.

Enquanto estamos explorando os locais escolhidos no mapa, que pode ser encontrado nos abrigos (seja o inicial ou os locais maiores explorados que podem abrigar outros sobreviventes), o jogador pode encontrar os chamados “planos” que elucidam certos pontos da narrativa e mostram a melhor alternativa para a sobrevivência definitiva dos personagens. Essa mecânica adiciona uma camada extra de estratégia à experiência de sobrevivência.

Into The Dead: Our Darkest Days

Juntos sobrevivemos, mas a que custo?

Into The Dead: Our Darkest Days funciona através de um sistema de fases do dia. Ações como aumentar a moral, cozinhar, criar itens, construir móveis, camas, bancadas ou reforçar barricadas podem levar uma ou duas fases, com cada fase alternando entre manhã e noite. Com apenas dois personagens iniciais na casa onde o jogo começa, a gestão é razoavelmente simples. Porém, ao encontrar novos sobreviventes e explorar locais novos e mais distantes, mudar para alojamentos maiores torna-se a melhor escolha.

O jogador pode alternar qual sobrevivente está controlando e quem realizará cada tarefa no QG. Além disso, a logística do inventário deve ser precisa, pois o jogo exige que o personagem seja o mais silencioso possível ao navegar pelos locais. Porém, até mesmo eliminações letais feitas pelas costas em um zumbi podem ser barulhentas, como quando se usa uma frigideira ou uma pá.

Into The Dead: Our Darkest Days

É recomendável, então, optar por itens mais silenciosos, como machados ou chaves de grifo, quando possível, mas fique atento às condições dessas ferramentas, pois elas podem e irão quebrar. Infelizmente, o jogo não me permitiu avançar muito mais após minha incursão ao arcade da cidade, mas a atmosfera e a gameplay até aqui conseguiram ser intensas e, o mais importante, intimamente frustrantes.

Estamos acostumados a acompanhar histórias de zumbis onde sempre há uma ação heroica do protagonista que o salva, ou até a nos imaginar como uma espécie de sobrevivente épico. Não adianta negar; eu sei que você também já teve, ou ainda tem, um plano para caso ocorra um apocalipse zumbi! No entanto, Into The Dead: Our Darkest Days me lembra mais obras como o livro World War Z ou Project Zomboid, histórias de atrito, onde apenas balas não são a solução, mas o início dos problemas.