Finalmente foi disponibilizada a demo de Final Fantasy VII Remake e, com ela, podemos revisitar o universo de personagens tão queridos e clássicos de toda a franquia. Essa versão é curta, com cerca de uma hora de duração, porém traz o início da aventura com a invasão principal ao reator da Shinra, que é a cena de abertura do FF7 antigo, lançado no primeiro PlayStation.
Se achou a afirmação do título prepotente ou audaciosa, seria bom baixar ela em seu PS4 e ver com os próprios olhos. Com todo o poder da atual geração, Cloud e Barret nunca pareceram tão vivos em toda a sua história. Isso contando com suas aparições em Advent Children. A verdade é essa, Midgar está pulsando vida e traz a melhor roupagem destes personagens.
Final Fantasy VII Remake traz mais vida
Primeiro, não tem como falar do Remake sem citar o poder gráfico que ele traz. E não digo só de deixar o jogo mais bonito e os ambientes mais detalhados. Expressões faciais muitas vezes falam pelo nosso silencioso protagonista, que começa essa jornada arisco e sem querer se envolver muito nos problemas da Avalanche. Barret também está mais desbocado do que nunca, inclusive peitando o herói quanto ao seu posicionamento de se manter alheio.
E não apenas eles são o destaque desse trecho. Jessie, Wedge e Briggs finalmente receberam um pouco os holofotes e também exaltam suas personalidades. Inclusive, devo citar que voto fácil para um terceiro shipp de Cloud nesse jogo. Enquanto Tifa e Aerith não se decidiam sobre o que desejavam do herói, Jessie não esconde a atração pelos cabelos e músculos do ex-SOLDIER e insiste no flerte. Alguém mantenha ela no grupo, por favor.
Já Wedge e Briggs auxiliam na parte de tutorial, assim como no original, porém também demonstrando que seus papeis serão ainda maiores nessa versão. Inclusive, Wedge tem um papo muito bacana com Cloud para convencer o mercenário a entrar na equipe, enquanto era esnobado e cortado tanto por ele e por Barret. Entendam, são os mesmos personagens na alma. Mas as atitudes demonstram ainda mais suas intenções do que era antigamente.
Com tamanha representação e expressividade, o primeiro ponto com os fãs já foi ganho. Nada de sua história foi alterado, apenas incluso mais material de interação entre os membros da Avalanche. Confesso que a Jessie, completamente descartável no antigo, se tornou uma das que eu mais gostaria de ver outras novidades na edição completa do título. E sim, sei bem do final que ela leva e tudo certo. Eu que lute.
Já empunhe a Buster Sword
E a pergunta que não quer calar, o combate está tão bom assim? Sim. Assim que começa a invasão, os guardas da Shinra passam a atacar e cabe a você enfrentá-los de igual para igual. Para quem está acostumado com o antigo, vai ter um pequeno choque, mas Cloud desliza sobre os oponentes e com um piscar de olhos você já está vendo um voando enquanto ataca o segundo. Nem preciso citar o quanto ele era e ainda é implacável, não é?
O botão quadrado permite que você utilize o ataque dele comum, que com a finalização de cada combo desfere um golpe mais forte. Já o triângulo difere de cada personagem. Cloud muda de posição e assume uma pose mais pesada e com ataques concentrados. Enquanto isso, Barret dispara um tiro mais carregado com o mesmo botão. Círculo permite que fuja dos ataques em alta velocidade e R1 defende os golpes inimigos.
Aí entra um detalhe do antigo que retorna aqui, magias e habilidades especiais. Durante o combate você pode apertar X e tudo fica em câmera lenta, permitindo que escolha calmamente a próxima ação. Pode ser uma bola de fogo ou um golpe mais poderoso. Mas se não quiser isso, basta escolher previamente os botões de ação rápida e clicando no L1 você tem aquilo em um piscar de olhos. Isso até parece tirado da franquia Kingdom Hearts, funcionando muito bem por aqui também.
Os confrontos de Final Fantasy VII Remake são rápidos e a demo oferece uma boa gama de oponentes. Soldados da Shinra, cães, máquinas, algumas criaturas e, óbvio, o lendário Escorpião. A dinâmica do combate contra boss não envolve apenas suas técnicas de luta, mas sim todo o cenário como arma. Com o golpe laser você pode se esconder em barreiras metálicas que caem do teto durante o confronto, por exemplo.
Isso que estou falando vocês já puderam ver no trailer da E3 2019, mas na ação a coisa rola bem diferente. É um misto de RPG com uma pitada mais simples da movimentação qual lembra títulos como Sekiro e Dark Souls que se tornou uma excelente combinação. Com alguns inimigos você consegue sair sem arranhão algum se souber bem como eles se portam e suas fraquezas.
Se você jogou Final Fantasy XV, lembra que Noctis voava de um lado para outro, pegava a arma, atacava sem dó e tudo mais? Fique tranquilo, Cloud não é assim. Enquanto o rei de Lucis tem uma movimentação toda exagerada, o mercenário é mais contido e eficaz em seus golpes. É claro que a Square Enix tomou algumas reclamações do anterior para aprimorar ainda mais e funcionou. Dá para perceber até jogando com Barret, cuja dinâmica envolve sua sub-metralhadora no braço direito, como adaptaram bem a gameplay dos anteriores e conseguem brincar com vários estilos diferentes.
Porém, um único defeito que notei me incomodou. Quando enfrenta oponentes que podem voar, Cloud vai até o alto para enfrentá-los. Dependendo de onde você está, a câmera fica uma confusão tremenda, com partes da parede cortando sua visão ou nem dando para ver o oponente que você está batendo em pleno ar. Vale afirmar que essa não é a versão final do game e espero que arrumem isso até o seu lançamento. Porém, não me soou bem e realmente pode atrapalhar seus conflitos se for contra um chefão, por exemplo.
Apenas o começo
Como citei, a demo é bem curta e ela finaliza assim que você consegue escapar da detonação do reator. Também dá para ter uma palhinha do que esperar da mega corporação Shinra, com seu presidente aparecendo em alguns momentos para demonstrar o quanto será uma imensa pedra no sapato da Avalanche. Inclusive, o final da demonstração deixa aberto uma diferença entre o original e o remake que pode tomar rumos bem interessantes.
Falta um pouco mais de um mês para vermos Final Fantasy VII Remake chegar às lojas, sendo exclusivo do PlayStation 4. Ele será lançado no dia 10 de abril e não trará a história completa, focando no arco Midgar e trazendo um enredo mais robusto para a cidade que tanto marcou os fãs quando jogaram o título original. Além disso, o foco nos personagens principais e secundários é prometido ser bem maior, para trazer um conteúdo ainda maior.
Se pelo que é mostrado na demo, isso será ainda mais enriquecedor e trará da melhor forma esses personagens à vida na nova geração. Cloud nunca pareceu tão expressivo, assim como Barret e seus seguidores, podendo trazer uma importância mais sincera à história que nos envolveu tanto em 1997. Eles estão de volta, ainda melhores do que jamais tiveram e prometem trazer um arrasa-quarteirões ainda nessa geração.