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Eu aguardo Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes há anos, mais precisamente desde 2020, quando o jogo foi revelado pela primeira vez. O motivo, simples: o título é uma homenagem aos JRPGs clássicos dos anos 1990 e, mais especificamente falando, uma homenagem aos primeiros títulos da franquia Suikoden, que são alguns dos meus jogos favoritos.

O game do estúdio Rabbit & Bear é uma criação de Yoshitaka Murayama, criador também dos primeiros títulos da franquia da Konami. Infelizmente, ele veio a falecer no mês passado, uma grande perda para toda a grande comunidade de JRPG, uma notícia que encheu meus olhos…

Só nos resta celebrar sua mais recente criação, que ainda não foi lançada, mas tivemos acesso antecipado a um trecho, cortesia da 505 Games, distribuidora de Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes. Pude conhecer o início da trama, alguns dos personagens principais, experimentar batalhas e dungeons diferentes.

Hundred Heroes é quase um Suikoden 2.5 e isso é bom

Bem, eu já estava ansioso pelo jogo, agora essa demo só aumentou minha ansiedade, já que ela só reforça o potencial do jogo. É escancarado a influência de Suikoden nesse JRPG, já que ele não conta só com Murayama como criador, mas também Junko Kawano, que trabalhou na franquia da Konami como ilustradora e também roteirista.

As semelhanças vão além da estética, mas também estão presentes nos diálogos, nas interações dos personagens, até mesmo na trilha sonora. Isso é ruim? Depende do ponto de vista. Para mim, não. Eu joguei com a aquela sensação boa de nostalgia, principalmente porque sou um grande fã dos dois primeiros Suikoden.

Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes

A trama de Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes também é política e envolve uma tensão entre reinos que estão prestes a entrar em uma guerra. Dentro da história principal, existem acontecimento menores paralelos que corroboram com a trama toda. Essa parte não desenvolveu tanto, já que a demo era limitada, mas deu para ter um gostinho.

As batalhas são quase idênticas a série Suikoden. Você pode ter até seis personagens em seu grupo, escolhe as ações de todos eles de uma vez e então inicia a batalha. As animações são dinâmicas, às vezes dois ou três personagens atacam de uma vez, e o mesmo vale para os inimigos. É empolgante igual foi há décadas atrás.

Aspectos próprios do game

A trilha sonora é boa, mas a música que toca no fim de cada batalha é quase, por pouco, a mesma de Suikoden. Na primeira vez que ouvi, até arrepiei… Tirando essa trilha, o resto é bastante original, talvez um dos aspectos que mais se distanciam da franquia da Konami pelo que pude ver na demo.

Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes

Visualmente falando, o jogo é muito charmoso. Os personagens são em 2D com sprites pixelados assim como os JRPGs clássicos e o design deles lembra muito (de novo) a franquia da Konami. Mas todo o resto é bem diferente. Os cenários e os objetos, além dos efeitos especiais, todos esses são em 3D e modernos com movimentação de câmera. O contraste ficou bem legal.

Eu joguei com as vozes em japonês, porque prefiro, e embora não entenda a língua, achei a atuação dos atores muito boa, parecia que eu estava assistindo um anime. Todos, absolutamente todos os personagens principais (que são vários) tem seus diálogos falados. A exceção fica para os NPCs sem importância.

Isso ajuda a vermos o carisma dos personagens de Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes, e como eles são carismáticos! As legendas estão muito bem localizadas em português brasileiro, com expressões da forma como falamos e engraçadas, principalmente porque existe humor no game. Existe alguns errinhos de escrita que dá para relevar. Ponto positivo para o Rabbit & Bear e 505 Games.

Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes

O jogo roda lisinho, testei no PC, mas encontrei alguns bugs pequenos, como a câmera colidindo com obstáculos do cenário, ela dava umas tremidas e até mudava um pouco de ângulo em alguns momentos. Além disso, achei as repostas dos comandos um pouco lentas, como usar um item de cura no menu, ou até mover o cursos para outra opção, acontece com certo atraso. Fechando esse tópico, algumas cutscenes simplesmente travavam e demoravam para retomar.

Existe uma pegadinha na hora de avaliar Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes, porque é preciso saber se ele realmente quer seguir os passos à risca de Suikoden, ou se ele quer ter sua originalidade. Sinceramente, espero que seja os dois. Teremos que esperar um pouco menos de um mês para sabermos. Mas já garanto: fãs de JRPGs clássicos, podem ficar de olho nesse jogo.