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Em 2016, o jogo Factorio mostrou que o gênero de automação pode, além de complicado, ser bem divertido. De lá pra cá, alguns outros títulos tentaram repetir o sucesso desse. Alguns tiveram sucesso, como Satisfactory e Dyson Sphere Program, mas a maioria se perdeu tentando buscar uma identidade própria enquanto copia os aspectos já consagrados. Em um gênero tão fascinante, Dream Engines: Nomad Cities busca o seu espaço, mesclando elementos já conhecidos com um conceito novo.

Protegendo os cidadãos de uma aldeia flutuante, caberá a você a árdua tarefa de organizar toda a cadeia de produção local, transformando os recursos em materiais melhores para, assim, otimizar todos os processos. A ideia agrada, mas, como dito antes, esse é um gênero que mais e mais desenvolvedores estão se arriscando, então se destacar nesse meio se torna uma tarefa cada vez mais difícil.

Um novo desafiante no gênero

A princípio, Dream Engines: Nomad Cities funciona como um jogo normal para o gênero de automatização. Com recursos espalhados pelo mapa, você deverá coletá-los e, através de pesquisas, melhorar toda a cadeia produtiva, criando produtos mais elaborados e construções melhores.

Contudo, o grande diferencial está na razão de fazer tudo isso. Em Factorio, você deve otimizar seu processo para criar uma maneira de escapar do planeta. Em Dream Engines: Nomad Cities, você deverá proteger a população da sua aldeia e, com isso, criar construções dentro da mesma, onde será possível voar com a sua população para outros pontos do mapa.

A clássica experiência de organizar linhas de produção.

Para realizar tal missão, assim como nos outros títulos do gênero, processos de pesquisa garantirão equipamentos e construções cada vez melhores. Cada casa gera uma pequena quantidade de pesquisa, mas será necessário expandir esse processo conforme o jogo progride.

A grande limitação dos jogos indie é geralmente a interface. Em Dream Engines: Nomad Cities, todo o visual da UI não encanta. A informação necessária está contida, mas, por muitas vezes, é muito confuso achar o que é relevante ou não.

Voar, voar, subir, subir

O combate – esquema surpreendentemente bom em jogos como Factorio – não é tão interessante no estado atual do jogo. O seu personagem é travadão, podendo partir pro combate corpo a corpo ou utilizar um arco à distância. Nenhuma das animações é satisfatória o suficiente para garantir uma experiência razoável.

Para a sua sorte, ferramentas de muralha e criação de torres estarão disponíveis para defender a sua cidade. Esse é um dos elementos principais, já que os inimigos farão de tudo para atacar seus aldeões. A mistura do gênero tower defense é um fator que diferencia esse título dos demais, e com certeza é algo que os desenvolvedores irão aprimorar no futuro.

Defender seus edifícios é primordial.

A defesa, por sua vez, também é influenciada pelo local escolhido para a sua aldeia. Podendo voar para diferentes localidades, caberá a você juntar materiais e decidir o seu próximo destino. Escolher quais edifícios colocar dentro da cidade também é importante, pois tudo que for construído fora ficará para trás assim que a cidade levantar voo.

Tal aspecto é muito importante dentro do jogo, já que decidir o que ficará para trás impacta a jogabilidade de maneira direta. Tratando do gênero, esse é um fator novo que tem tudo para adicionar uma dificuldade extra ao jogo – apesar dele não ser muito difícil nas dificuldades mais baixas.

Mesmo com algumas novidades, Dream Engines: Nomad Cities ainda não acrescenta muito ao gênero. Claro que, por ser um jogo em acesso antecipado, mais novidades chegarão no futuro. As ferramentas de defesa e a mecânica de migração da cidade são promissoras, mas o estilo da interface e até mesmo o fator automação ainda deixam a desejar.