Após a CD Projekt Red afirmar que Cyberpunk 2077 entraria em crunch para realizar melhorias até o fatídico dia do lançamento, uma voz se ergueu de dentro. Um dos produtores do jogo, que não se identificou, afirmou ao jornalista Jason Schreier que o crunch tem sido contínuo desde o mês de maio de 2019.
Ele também reclama do tratamento que eles sofrem internamente. “Este é apenas mais uma coisa numa longa lista de comportamentos tóxicos vindos da gestão para a produção. As pessoas estão cansadas do crunch. Para terem uma ideia, muitos funcionários têm passado finais de semana inteiros no escritório, fazendo turnos de até 16 horas desde junho do ano passado. Alguns departamentos estão fazendo isso desde antes”.
O produtor também se queixa do posicionamento da liderança perante esses fatos. “Cada vez que isso é abordado pela mídia, recebem o habitual discurso copiado e colado de que somos movimentados pela paixão, somos rebeldes etc. mas isso é uma maneira de dizer que não sabem o que estão fazendo e, com seu dinheiro infinito, podem resolver tudo com mais crunch”.
E quem afirma que ao menos eles estão recebendo para isso, as questões salariais não são bem distribuídas segundo ele. Quando The Witcher 3 teve suas vendas disparadas pela série da Netflix, no fim do ano passado, os produtores sêniores levaram 1.800 euros extra, enquanto os juniores recebiam apenas 550. “Enquanto isso, o quadro de diretores recebeu valores de seis dígitos”, confirma o funcionário para Schreier.
Prestes a ser lançado, isso só coloca ainda mais lenha na fogueira de Cyberpunk 2077 e do estúdio CD Projekt Red. Esta não é a primeira reclamação que a desenvolvedora recebe sobre o caso, se juntando a Naughty Dog e até mesmo a Rockstar referente às práticas no mercado. E olha que a empresa prometeu que ia respeitar a sua equipe, hein? Eles, até o momento, não se pronunciaram referente às reclamações.