Na última terça (24), a Nintendo publicou em seu site oficial uma série de diretrizes a respeito de torneios não licenciados de seus jogos. A medida afetará consideravelmente a comunidade competitiva de diversos jogos como Super Smash Bros. e Mario Kart, que precisará seguir as regras caso queira manter suas competições em dia.
O anúncio causou revolta entre a comunidade, principalmente devido às rígidas restrições impostas pela empresa. Dentre elas, podemos destacar:
- Nenhum torneio poderá gerar valor comercial, a não ser o que estiver permitido dentro das diretrizes;
- A capacidade máxima de participantes é 200 para torneios presenciais e 300 para torneios online;
- Os organizadores estão proibidos de procurar patrocinadores e de vender qualquer tipo de mercadoria, incluindo alimentos e merchandise;
- Prêmios em dinheiro não podem ultrapassar o valor de 5 mil dólares ou euros (4.500 libras esterlinas no Reino Unido);
- Está proibido cobrar ingressos/taxas dos espectadores em torneios online;
- Os organizadores devem divulgar publicamente todos os gastos relacionados à realização do torneio;
- Não será permitido usar nenhum tipo de hardware que não seja licensiado pela Nintendo, incluindo consoles, jogos e acessórios (como controles, por exemplo).
A lista de restrições é longa, mas esses vêm sendo os pontos mais criticados pela comunidade competitiva. A começar pela parte rentável do cenário, agora somente os torneios que forem oficialmente licenciados pela Nintendo poderão gerar lucros, o que coloca a existência de muitas competições em risco. Ainda é possível solicitar o patrocínio oficial, mas isso dará liberdade para a empresa controlar o evento como bem entender.
Outro ponto importante que foi levantado é com respeito aos torneios de jogos antigos. A comunidade de Super Smash Bros. Melee, lançado originalmente em 2001 para o GameCube, é uma das mais engajadas do cenário competitivo. Forçar as competições a se tornarem exclusivamente licensiadas limitaria o escopo para os títulos mais recentes da franquia, diminuindo o espaço desses games retrô.
Por fim, a exclusão de acessórios que não são licenciados pela Nintendo também vem sendo duramente criticada. Um exemplo que vem sendo utilizado é com relação aos joysticks focados em acessibilidade, que permite a pessoas com deficiências diversas jogarem da forma como lhe for confortável. Não existe nenhum acessório do gênero comercializado ou aprovado pela Nintendo, então esse tipo de controle estaria totalmente proibido nas competições.
A Nintendo costuma ser muito rígida quando o assunto é proteger suas propriedades intelectuais e, assim como muitos também notaram, as novas diretrizes não se distanciam muito das vistas em outras empresas do gênero. De qualquer forma, a decisão foi polêmica e a comunidade competitiva não está nem um pouco feliz.