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Estava eu rodando pelos favoritos do browser e, seguindo uma recomendação do mestre John Tones (em seu blog Hadouken! para a MTV Espanha), resolvi dar uma fuçada nos jogos do argentino Daniel Benmergui. Comecei pelo seu último trabalho, Today I Die, que segundo John Tones é melhor que sua obra anterior, I Wish I Were The Moon.

No começo, admito que a coisa mais suave que pensei foi “WHAT THE FUCK??!!!”. O jogo parece, ao princípio, absolutamente insondável e imprestável. Você não tem nenhuma instrução, apenas uma tela pixelada com uma moça afundando com uma pedra amarrada no pescoço, dois peixes negros monstruosos, algumas medusas mortas boiando e as palavras:

mundo morto
cheio de sombras
hoje eu morro

Além de tudo, deprimente, sensação aumentada pela música do compositor Hernan Rozenwasser. No entanto, ao começar a brincar com os elementos do cenário (e com as palavras “escuro” e “doloroso” que aparecem soltas na tela) tudo ganha algo mais de sentido – e de lirismo e beleza – até chegar às seguintes palavras finais:

mundo livre
cheio de beleza
hoje eu nado
até você chegar

Foram apenas cinco minutos de jogo, mas terminei com uma sensação de paz e alegria que poucas vezes tive – e diria que quase nenhuma delas estava relacionada com um videogame.

Francamente, digo que esses caras que vêem Bioshock ou Metal Gear Solid 4 e reclamam o status de “arte” para os videogames não estão errados. O problema é que eles estão olhando para um lado diferente da arte – o da beleza. Os games deveriam oferecer mais do que isso!