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A nostalgia é um sentimento um tanto quanto curioso, que faz com que o passado sempre seja o local perfeito. Muitas vezes, no entanto, este sentimento pode fazer com que vejamos as coisas de maneira pouco correta. Para resolver isso, nada melhor do que tentar reviver aquele momento, o que é bem mais fácil quando se trata de mídias de entretenimento. Por isso, quando a oportunidade de jogar novamente grandes clássicos da Konami na GOG surgiu, não pensei duas vezes.

Sem um nome pré-definido, acabei intitulando esse artigo como Konami Collection, uma seleção de nove jogos das séries carro-chefe da empresa que tiveram seu humilde início no NES e chegaram até a era do Playstation 2. Essa seleção conta com as franquias  Castlevania, Metal Gear, Silent Hill e Contra e resgata um grande pedaço da história desta que já foi uma das mais influentes empresas do mercado. Com isto, vamos começar a jornada rumo ao passado.

Castlevania

Este é o primeiro jogo da série Castlevania, que continua viva até hoje na animação da Netflix, porém, não é o primeiro na ordem cronológica da família Belmont em sua eterna peleja contra Drácula. Aqui conhecemos Simon Belmont, o quarto portador do chicote a ir em combate direto contra o Príncipe das Trevas. Segundo a história, Transilvânia prosperava após a derrota de Drácula pelas mãos de Christopher Belmont,  mas, durante a páscoa de 1691, cem anos após a derrota de Drácula, os poderes de Cristo falham mais uma vez e o monstro volta à vida.

Durante a comemoração da ressurreição do Messias católico, seguidores do Príncipe das Trevas se uniram em um monastério recluso, simultaneamente trazendo de volta do túmulo a terrível sombra que traria caos e destruição ao mundo. Por outro lado, Simon Belmont já estava ciente do acontecimento e parte em busca da cabeça do vampiro. Esse é o primeiro jogo de uma das séries mais amadas da Konami por anos a fio.

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Se ao menos derrota-la eliminasse as cabeças de medusa na torre do relógio…

De volta no pacote Konami Collector’s Series, Castlevania revive essa clássica aventura. Com a mesma jogabilidade do SNES, aqui os jogadores irão se aventurar pela primeira forma tomada pelo castelo do conde, usando as famosas armas como machados, adagas, água benta e crucifixos, além do poderoso chicote Vampire Killer. Esse arsenal pode ser fortalecido através de upgrades encontrados nos candelabros dentro do castelo. Upgrades estes que são recebidos pelas almas dos mortos pelas forças de Drácula, que se encontram presos nas chamas dos candelabros.

Castlevania é um clássico atemporal que deve ser experimentado por aqueles que desejam conhecer mais da série e experimentá-la completamente

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Toda noite é uma noite terrível para se ter uma maldição.

Castlevania II: Simon’s Quest

O combate foi feroz entre Drácula e Simon, no entanto, o caçador de vampiros sobrepujou seu inimigo. Entretanto, isso não foi sem sacrifícios e agora uma difícil escolha pesa nos ombros do herói. Castlevania II: Simon’s Quest traz o caçador tendo ele mesmo que ressuscitar Drácula, a fim de evitar a poderosa maldição lançada pelo vampiro. Assim como antes, Simon está munido do poderoso Vampire Killer e deve percorrer as vilas de Jova, Veros, Aljiba, Aldra, Oldon, Fetra e Ghulash.

Além de derrotar as forças de Drácula que continuam a rondar por toda Transilvânia, Simon deve fazer isto rapidamente. Afinal de contas, a maldição de Drácula promete matá-lo em duas semanas caso Drácula não retorne ao plano dos vivos. Simon’s Quest é o primeiro jogo da série a trazer elementos de RPG, mas, como é de se esperar, estes elementos ainda são bem rústicos. Sendo assim, não imagine um Symphony of the Night aqui.

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Embate eterno entre as forças do bem e mal.

O jogador deve vasculhar as vilas em busca de informações sobre as cinco grandes casas dos seguidores de Drácula – Berkeley, Rover, Brahm’s, Bodley e Laruba – cada qual contendo um fragmento do corpo do vampiro. O jogo contava com um pequeno relógio interno que monitorava o progresso do jogador. Assim, caso o jogo fosse finalizado com mais de quinze dias, Simon e Drácula morrem. De sete a quatorze dias, Drácula morre, mas Simon morre dias depois devido aos ferimentos. E, caso o jogador termine com sete dias ou menos, apenas o vilão morre.

No entanto, diferentemente do título anterior, os corações desta vez são usados como moedas, para comprar itens dos NPCs presentes nas vilas durante o dia. Quando a noite chega, os locais são inundados por mortos vivos, como se já não bastassem as criaturas que rondam por fora das cidades. Castlevania II: Simon’s Quest volta em grande estilo para os PCs com o Konami Collections no GOG, trazendo um memorável embate da série, mas pode não agradar a todos.

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Imagens que você pode ouvir.

Castlevania III: Dracula’s Curse

O jogo que serviu de inspiração para a série da Netflix tem um retorno no Konami Collection. Pertencendo também ao Konami Collector’s Series, este jogo leva Trevor Belmont à batalha contra o vampiro Drácula. Porém, ele não está sozinho: junto dele estão Sypha Belnades, uma poderosa oradora; Grant Danasty, um ladino; e Alucard, o filho de Drácula. Desta vez, a história retrocede dois séculos e mostra Trevor voltando a Valáquia após os Belmont terem sido excomungados pelo povo.

Todos temiam o poder sobre-humano da família Belmont e por isso os baniram. No entanto, a igreja, ao ver seus exércitos sendo dizimados, buscou auxílio de Trevor Belmont, o atual portador do Vampire Killer. Unido de seu grupo, ele segue rumo à derrocada de Drácula e a libertação do povo da Valáquia.

Castlevania III: Dracula’s Curse retorna o foco ao estilo plataforma em níveis, abandonando a mecânica totalmente focada em RPG. No entanto, ainda há uma grande diferença entre ele e o primeiro título, sendo que agora é possível se escolher entre diferentes rotas a serem seguidas durante a história.

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Die monster feelings.

Cada personagem possui suas próprias características e diferenças no modo de se jogar. Trevor e Simon do primeiro Castlevania são praticamente o mesmo personagem, mudando apenas o visual. Grant é mais ágil que Trevor, pode escalar paredes e mudar a direção de seus saltos no meio do ar. Alucard pode se transformar em morcego e voar, ao custo de corações e Sypha pode usar magias de fogo, gelo e trovão para derrotar seus inimigos.

O jogo possui quatro finais diferentes, afinal o jogador pode apenas ter um acompanhante durante cada aventura. Ou seja, jamais será possível terminar o jogo com todos juntos e cada final traz um desfecho e ponto de partida para a próxima parte da franquia, como Alucard se excluindo até os eventos de SotN, trezentos e vinte um anos depois de Dracula’s Curse. Grant se tornou responsável pela reconstrução da Valáquia e Trevor e Sypha ficaram juntos um do outro. O legado dessa união seria relembrado em personagens como Juste Belmont, Yoko Belnades e Charlotte Aulin.

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Até mesmo a morte se curva ao príncipe das trevas.

Castlevania III: Dracula’s Curse também foi o primeiro jogo da série a fazer ligações com o clássico de Bram Stoker. O jogo confirma aqui que o dentuço é realmente Vlad III, que recebeu seus poderes de uma entidade maligna. Isso seria então resgatado e explorado na série Lords of Shadows. Além disso, Grant Danasty tem seu nome baseado na casa Dănești, uma das grandes casas da Valáquia a batalhar contra o verdadeiro Vlad, dando ainda mais pompa e elegância ao aliado de Trevor.

Esse é um dos grandes tesouros dentro da Konami Collection. Ele funciona como um verdadeiro pontapé para o futuro glorioso que Castlevania teria até o seu atual sepultamento, em 2014, com Lords of Shadows 2.

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Vem que o pai tá bravo!

Contra

Ainda no segmento dos jogos encontrados na Konami Collection, temos também Contra e Super Contra. A franquia foi um dos grandes carros chefes da Konami durante a era do arcade/NES/MSX2, trazendo Bill Rizer e Lance Bean em uma luta contra terríveis aliens da raça Morai. Essa mesma premissa viria a ser explorada em Super C e Contra III: The Alien Wars, com a raça humana em constante peleja contra Gava e suas tropas.

Em Contra, estamos controlando Bill e Lance, baseados em John Matrix e Rambo respectivamente. Assim, eles são enviados para pôr um fim nas ambições da organização Red Falcon. No entanto, a base é apenas um disfarce de uma enorme colmeia alienígena. Usando armas encontradas pelo local, ambos seguem rumo ao cerne do local para destruir a força de invasão extraterrestre, sejam eles humanoides ou órgãos gigantescos que irrigam o local todo.

Foco, concentração e força de vontade para sobrepujar os bosses.

O jogo é infame pela extrema dificuldade, mesmo para o port do NES. Assim como nas máquinas de fliperama, a versão para o NES dá ao jogador poucas vidas e irá forçar sua habilidade ao máximo com a torrente de elementos na tela. Quando menos se espera, um soldado surge do canto da visão e irá roubar uma de suas vidas. Porém, graças ao Konami Code, que surgiu originalmente em Gradius, os jogadores ganhavam 30 vidas. Isso facilitava muito a caminhada de todos aqueles que ousaram tentar se opor a Red Falcon.

Um grande clássico está de volta, que promete arrancar o cabelo dos jogadores. Afinal, trinta vidas são apenas vinte e sete mais chances de morrer e falhar durante a batalha.

Super Contra

Logo depois de derrotar a última ameaça na colmeia alienígena, Bill e Lance interceptaram uma mensagem da Red Falcon. De acordo com a mensagem, a organização era indestrutível e, em breve, todas as bases seriam deles. Apesar da misteriosa mensagem, logo Bill e Lance descobriram apenas um ano depois que uma base aliada Africana foi tomada pelas forças Morai. Agora, ao invés de lutar contra invasores espaciais, Bill e Lance precisam derrotar seus antigos companheiros.

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Puta mundo injusto esse, MEO!

Com uma sinopse de filme de ação semelhante a The Thing, em que vemos um grupo se virando um contra os outros atrás daqueles infectados pela criatura. Super C retira o Konami Code e lança os jogadores com tudo em um embate ainda mais brutal que no jogo original. Desta vez, a versão de NES colocou o arcade no chinelo, adicionando dois novos bosses após o final original do arcade. Originalmente na máquina, o jogo acaba após derrotarmos o antagonista principal da série, o Imperador Demônio Gava.

No NES, no entanto, os jogadores ainda podem enfrentar dois bosses que se tornaram recorrentes na série, mas não tão marcantes. O primeiro é a torre de ossos Dethgerbis e o segundo é o inseto monstruoso Kimkoh. A maior diferença entre este novo jogo e o anterior é que, desta vez, há uma exploração maior da história. A trama traz Gava à vida como “último” boss, nós vemos a exploração da guerra entre humanos e alienígenas sobre a relíquia Morai roubada de Júpiter e mais

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Mais fácil cair um raio na minha cabeça do que derrotar o Gava.

Super C é como andar de bicicleta sem rodinhas. Você já aprendeu o que precisava em Contra, agora chegou a hora de usar este conhecimento em Super C e fuzilar criaturas. No entanto, ao invés de níveis em terceira pessoa, temos níveis com câmeras top-down, permitindo uma visão maior e um gameplay mais divertido do que as sessões em terceira pessoa do primeiro jogo. Esse é um dos jogos mais difíceis da Konami Collection e, junto com Contra, forma um excelente desafio para os corajosos.

Metal Gear

Esse é facilmente um dos meus favoritos da velha guarda. Metal Gear para o MSX é o primeiro jogo da grande franquia que seria ainda mais ovacionada com o segmento Solid a partir do Playstation. Considerado o pioneiro do gênero stealth no mundo dos games, Metal Gear traz os eventos da Insurreição da Outer Heaven. É uma operação em duas frentes, conhecidas como N312 e  N313: uma liderada pelo habilidoso Gray Fox, o qual foi capturado; e a outra pelo novato Solid Snake.

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Insurreição em Outer Heaven, um pedaço crucial da história da saga.

Ambos são enviados pela Unidade de Forças Especiais de Alta Tecnologia FOXHOUND, comandada pelo lendário soldado Big Boss. Os objetivos são resgatar Fox e descobrir a verdade sobre o que é Metal Gear, uma misteriosa arma com alto poder de destruição em massa, criada por um misterioso mercenário.

Em uma operação totalmente black ops, Solid Snake deve se infiltrar na base e enfrentar um destino que ele jamais esperaria. É uma conspiração que o seguiria durante toda sua vida.

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A primeira vez a gente nunca esquece.

Metal Gear é sem dúvida alguma um jogo essencial para aqueles que se interessam pela série. Ele traz também o primeiro grande grande plot twist da franquia, um estilo que voltaria constantemente em futuros títulos. Em sua cronologia, The Phantom Pain (lançado em 2015) seria o link perdido entre os eventos pós Peace Walker e a série Solid, trazendo uma repaginação do lendário embate entre Solid Snake e Venom Snake. As respostas deste e outros mistérios viriam apenas em futuras operações como as da Perturbação em Zanzibar, o Incidente de Shadow Moses e os seis sóis. Uma pena que o ciclo não tenha se fechado em The Phantom Pain devido às divergências entre Kojima e Konami.

Fortemente inspirado por filmes de espionagem, Metal Gear irá fazer com que o jogador explore todo o complexo Outer Heaven em busca de armamentos e equipamentos que facilitem sua transição pelo local. O jogador precisará enfrentar tanto soldados simples como os inusitados bosses, indo de tropas convencionais, como Machinegun Kid, até o estranho Dirty Duck, com seus impiedosos bumerangues. 

Metal Gear Solid

Anos se passaram após as duas últimas missões protagonizadas por Solid Snake. Quatorze anos se passaram desde que Snake lutou contra seu antigo amigo Gray Fox, seu mentor e líder Big Boss e derrotou o Metal Gear D. No entanto, a vida de um soldado, não é de paz contínua, mas sim de intervalos entre campos de batalhas. Enquanto vivia sua segunda “aposentadoria” em Twin Lakes no Alasca, Snake é levado até o USS Discovery contra sua vontade.

What was that noise?

Dentro do submarino, Roy Campbell, atual líder da FOXHOUND explica a situação. Uma revolta armada contra os Estados Unidos foi iniciada pela FOXHOUND e pela NGSF (Forças Especiais da Nova Geração) na Ilha de Shadow Moses, no Alasca. Sob o comando de Liquid Snake, a FOXHOUND e a NGSF se uniram como Filhos de Big Boss e capturaram um depósito secreto de armas nucleares na ilha Shadow Moses, em 28 de fevereiro de 2005, uma noite antes da assinatura do acordo START III. Originalmente servindo como escolta, a FOXHOUND tomou como refém o chefe do Departamento de Armas do Exército Americano (DARPA), Donald Anderson, além do presidente da ArmsTech, Kenneth Baker.

Com ameaças de lançar um ataque nuclear, os Filhos de Big Boss exigem que o governo americano entregue os restos mortais de Big Boss e uma soma de um bilhão de dólares em 24 horas. Os Soldados Genoma da NGSF foram submetidos à terapia avançada, com os genes de Big Boss, para aumentar suas habilidades em combate. O DNA de Big Boss é um tesouro altamente valioso e o governo americano não quer que essa informação seja revelada ao público devido à controvérsia do melhoramento genético de soldados.

É como em um dos meus desenhos japoneses!

Com apenas dezenove horas restando, Snake aceita participar da missão e impedir Liquid. Aqui conhecemos novas personagens que seriam imprescindíveis para a trama nos títulos futuros. Entre elas, está Naomi Hunter, que injeta as nanomáquinas no corpo de Snake, com o propósito de protegê-lo das temperaturas fatais do gélido oceano, além de permitirem um contato via rádio mais sigiloso. Entretanto, isso não é tudo e Naomi prefere que Snake não saiba toda a verdade. Além dela, estreiam na franquia tabmeḿ Gray Fox,o cyborgue ninja, e Hal Emmerich, nosso querido e assustado amigo Otacon.

Metal Gear Solid é sem dúvida a joia que coroa a Konami Collection do GOG, tanto pela nostalgia, quanto pela qualidade. Não que as outras obras fiquem atrás dela, mas este foi o primeiro grande salto da franquia para o 3D. Temos aqui aquele que é considerado um dos jogos mais marcantes do Playstation 1, com sua mecânica refinada para a época de exploração e roteiro Hollywoodiano, que propulsionaram o jogo para um local especial no coração dos fãs.

Tanto potencial desperdiçado. Psycho Mantis merecia muito mais.

Solid Snake irá enfrentar em Shadow Moses seus piores pesadelos nessa aventura. Entre eles, surgemoo xamã Vulcan Raven e suas pesadas armas; a letal e sedutora Sniper Wolf; o imprevisível Decoy Octopus; o habilidoso Revólver Ocelot; e Liquid Snake. Este último, após se disfarçar de Master Miller, revela a verdade para Snake: o projeto dos soldados Genoma destrói o corpo daqueles que passam pela experiência. Então, na realidade, Snake é apenas um gatilho para o FOXDIE. Por fim, a última bomba é a grande revelação do parentesco de ambos entre si e o lendário soldado Big Boss.

A Konami permitiu que Kojima trouxesse esta aventura stealth com uma pitada de mistério e horror psicológico oferecidos por Psycho Mantis, um dos mais memoráveis vilões da série. Metal Gear Solid é sem dúvida alguma o ápice da franquia e o ponto pivotante como um todo. Sua importância foi revisitada em Metal Gear Solid 4: Guns of Patriots, a fim de nos relembrar dos fantasmas que aqui deixamos, elusivos como uma raposa cinzenta.

Uma dupla tão marcante quanto Mario e Luigi.

Metal Gear Solid 2: Substance

Assim como o dia há de nascer, Snake também está de volta em sua missão para acabar com a ameaça dos Metal Gears. Junto de Hal Emmerich, ambos operam sob as asas da Philanthropy, uma ONG que não mede esforços para acabar com a ameaça destas máquinas de guerra e destruição em massa. De volta a ação, Snake terá de se preparar para uma queda maior do que ele pode esperar e uma ameaça que faz REX parecer um cãozinho amedrontado.

Desta vez, Snake se infiltra no USS Discovery, um petroleiro com um nome que já vimos antes. O objetivo de Snake é fotografar o novo Metal Gear para provar sua existência e permitir que a Philanthropy exponha o projeto ao público. Durante a operação, no entanto, soldados da força Gurlukovich se infiltram na embarcação e matam parte da tripulação, enquanto são guiados por Olga (a líder do grupo), seu pai Sergei e Revólver Ocelot.

Realidade ou simulação?

Snake encontra o novo Metal Gear. Sob o codinome RAY, este é o modelo mais avançado que Snake já viu. Trata-se de um tanque nuclear bípede com capacidade anfíbia e um poderoso canhão pressurizado em seu “bico”. Após a apresentação de RAY para as tropas americanas, que ainda não estavam cientes da invasão das tropas russas, Ocelot e Sergei tomam o controle do local do Comandante Scott Dolph. Neste momento Snake se revela e descobre que Ocelot, além de estar junto dos Patriots e trair Sergei, agora tem o braço do falecido Liquid Snake implantado no local do braço cortado por Gray Fox em Shadow Moses.

Com a mente dividida entre duas entidades, Solid Snake finalmente conhece seu nêmesis, na forma de Liquid Ocelot. O petroleiro é detonado e afunda. Solid Snake é tido como o mentor do ataque e recebe a alcunha de terrorista. Dois anos após estes eventos, Jack entra em cena, o novo agente da FOXHOUND a ocupar o lugar de Solid. Optando por Raiden ao invés de Snake, ele é enviado para a Big Shell em sua primeira missão, um complexo feito para purificar a água de Manhattan contaminada pelo óleo do petroleiro.

Uma das lutas mais marcantes do jogo.

Um grupo terrorista chamado Filhos da Liberdade toma o controle de Big Shell durante uma inspeção de rotina. O grupo terrorista, que supostamente é liderado por Solid Snake, é formado pela unidade Dead Cell e soldados russos. Os terroristas fizeram mais de 30 reféns, incluindo o presidente dos Estados Unidos, James Johnson, que inspecionava o local. O grupo exige 30 bilhões de dólares e ameaçam explodir o complexo se não forem atendidos. Se eles cumprirem a ameaça, irão liberar todo o óleo recolhido de volta à baía de Nova York, além todo o cloreto usado na descontaminação, causando o maior desastre ambiental da história.

A Konami Collection acertou a mão ao trazer a versão Substance. Esta versão não possui alterações tão drásticas no enredo principal, mas adiciona novas cutscenes para o jogo. Além disso, ela oferece algumas outras diferenças menores como novas dog tags e novos efeitos para os óculos de visão termal. A versão Substance também traz o Boss Survival e o Casting Theater, um boss rush e um editor de cutscenes respectivamente.

Os verdadeiros arquitetos do caos?!

O jogo traz uma versão refinada do gameplay de Metal Gear Solid para Playstation 1. O jogador encontra aqi uma mira mais rápida, concisa e firme, além de receber uma abordagem stealth mais avançada, com tiros a partir de paredes. A habilidade de se pendurar também pode ser a diferença entre completar o jogo sem ser visto e encurralar os inimigos. O elenco é expandido, mesmo com muitos torcendo o nariz para Raiden, mas logo aceitando aquele que viraria o ciborgue de salto que todos amam.

Snake volta, mas sob o pseudônimo de Pliskin (em uma referência ao filme “Fuga de Nova York”), e auxilia Raiden durante a Incidente Big Shell. Assim como Metal Gear Solid 1 trata fortemente sobre o assunto de manipulação genética bélica, Metal Gear Solid 2 foca no meme, enquanto forma de transmitir ideias e informações.

Silent Hill 4: The Room

Anos atrás, quando zerei Silent Hill 4: The Room pela primeira vez, segui o consenso geral de que ele era sem dúvida alguma, um jogo inferior aos títulos anteriores da série. No entanto, ao jogá lo novamente, talvez por ter amadurecido, percebi que The Room é tão bom quanto os três anteriores. Semelhante a Metal Gear Solid, cada Silent Hill da série principal trata de um tema e The Room traz o isolamento do indivíduo, tanto na questão física quanto emocional e mental. Por isso, acaba sendo o mais experimental dos quatro títulos.

Sombras surgem bem diante dos meus olhos.

O quarto texto da série Freakview foi sobre Silent Hill 4: The Room e agora vejo que o texto fez pouco jus ao título.

Em Silent Hill 4: The Room, controlamos Henry Townshed, um simples homem que agora mora no quarto 302 do South Ashfield Heights. Esse é um complexo de apartamentos em Ashfield, cidade vizinha de Silent Hill. Ainda aparentemente desempregado, Henry vive uma vida “normal”. No entanto, nos últimos cinco dias ele tem tido sonhos recorrentes. Neles, a porta do apartamento está acorrentada, tudo está aparentemente podre e gritos e sons violentos podem ser ouvidos.

Não há calmaria neste mar de sangue.

Para seu terror, quando acorda, sua porta está realmente acorrentada. Em vermelho, pode-se ler “Não saia. Walter”, junto de uma nota escrita por Joseph Schreiber, um jornalista que viveu no quarto 302 antes de Henry. Ninguém pode ouvi-lo de dentro de seu apartamento, nem mesmo seus vizinhos; pessoas na rua não ouvem seu golpes contra o vidro. Sua única saída é macabra: um enorme buraco que surgiu em seu banheiro e o liga até diversos locais, tão aterradores que até mesmo se parecem com sonhos.

Enquanto faz de tudo para sobreviver, Henry irá conhecer pessoas pelos diversos mundos externos através dos quais viaja e irá presenciar ações e desfechos que jamais acreditaria, caso não estivesse os presenciando. Todos estes atos no entanto possuem uma ligação, um assassino que acredita que o apartamento 302 é sua mãe. Essa obsessão coloca toda a cidade em risco, usando os rituais que aprendeu durante a infância no orfanato Wish House (que coincidentemente fica nas proximidades de Silent Hill).

Acorda ai filhona, deixa pra morrer lá fora com as cadeiras de roda.

Em Silent Hill 4: The Room, voltamos a ter um antagonista fixo, como em Silent Hill 1 e 3. Aqui no corpo do “misterioso” assassino que nos acompanha de perto, afinal tanto ele, quanto Henry se vêem ligados ao mesmo local. Sulivan deseja realizar o ritual dos vinte e um sacramentos, um ritual que irá permitir que ele fique com sua “mãe”, um ritual que exige 21 vítimas, incluindo o próprio mestre de cerimônias. Por outro lado, Henry deseja apenas poder fugir e tentar ajudar de alguma forma os moradores do local, como Frank Sunderland e Eileen Galvin, sua vizinha.

Konami Collection traz de volta aos PCs este incrível e aterrorizante título da franquia Silent Hill. Você acha que o Pyramid Head dá medo? Pois saiba que o “guia turístico” de James Sunderland não consegue ser tão aterrorizante e abusivo quanto às Vítimas. Durante as explorações pelos Mundos Exteriores, Henry irá lutar contra os espíritos daqueles que morreram pelas mãos de Sullivan. Esses inimigos não podem ser mortos, apenas feridos e retardados através de ataques, o que não ajuda muito.

Um homem quebrado, quebrando outras vidas.

Inicialmente eles apenas seguem Henry e o atacam através de sua presença no local. Entretanto, com o decorrer da história, entidades cada vez mais poderosas e perigosas irão surgir, como as Vítimas dezessete e dezenove, que podem matar o jogador rapidamente. Para evitá-las, no entanto, o jogador pode selar as vítimas com as Espadas da Obediência, que prendem os espíritos ao local no qual foram atingidas.

Da mesma maneira que Silent Hill três se liga diretamente ao primeiro Silent Hill, The Room tem uma ligação muito sútil com Silent Hill 2. Em seu universo habita Frank Sunderland, o sindico do South Ashfield Heights, que é pai de James Sunderland. Além disso, o antagonista de The Room tem sua cova encontrada pelos jogadores em Silent Hill 2, além de ser citado em um jornal encontrado por James logo antes do conjunto de apartamentos. The Room é o último grande jogo da série e criado pelo Team Silent original, antes que a Konami resolvesse fechar o estúdio por um título tão experimental assim.

Resgate histórico

Konami Collection é sem dúvida alguma um excelente resgate que traz excelentes jogos que devem ser experimentados tanto por novos quanto revisitado por antigos fãs. Essa seleção traz de volta memórias que vem desde os primórdios da empresa com os títulos mais famosos para nós do Ocidente.

No entanto, acredito que outros jogos poderiam ter entrado na mistura, como Gradius, Lifeforce, Snatcher e Policenauts. Apesar dessas ausência, não deixe esta chance de reviver antigas memórias com estes clássicos, em sua resolução e controle originais, agora nos PCs do mundo todo.