Em 2016, o jogo Tomb Raider fez 20 anos de história, sendo de longe um dos poucos jogos a sobreviver tanto tempo na indústria. E é claro que tal feito mereceu um evento de destaque. Para essa celebração em especial, Nathan Mccree (grande compositor para jogos conhecidos internacionalmente) escreveu o Tomb Raider Suite, uma coleção das suas peças favoritas feitas para os três primeiros jogos da franquia Tomb Raider. Com suas composições icônicas, ele deu ao Tomb Raider o tema que ao longo dos anos vem sendo reusado e adaptado nos jogos posteriores, assim como nos filmes. Afinal, quem, ao ouvir o tema de Tomb Raider não lembra imediatamente do jogo?
Realizado no dia 18 de Dezembro na casa de shows Eventim Apollo em Londres, o Concerto Tomb Raider Suite contou com os músicos da Royal Philharmonic Concert Orchestra e o Coral da Cidade de Londres regidos pelo maestro Robert Ziegler, tudo orquestrado por Adam Langston (mundialmente conhecido por seu trabalho em Independence Day e Os Miseráveis). Mas vamos deixar de bate-papo sobre questões técnicas e vamos ao que interessa. Como foi o show? Como foi transformar músicas temas de um jogo em uma peça de orquestra? Como foi vivenciar tal experiência?
Eu, como fã de carteirinha de Tomb Raider, fiquei extasiada. Ouvir e ver sendo tocado músicas que por 20 anos era-se apenas ouvido da TV enquanto jogávamos me trouxe sentimentos inimagináveis. Passa um filme na cabeça dos momentos de prazer jogando cada título, das risadas com os amigos durante as jogatinas e até das lágrimas que deixamos cair em algum momento da história. Não tem como não se emocionar ao ver, ouvir e sentir a orquestra tocar cada música sendo acompanhada do coro em sua melodia. Assim como tivemos músicas dos três primeiros jogos, o conserto foi dividido em três atos com apenas um intervalo entre eles.
Começamos com a apresentação que, na minha humilde opinião, não podia ser melhor; Shelley Blond, a voz original de Lara Croft no primeiro jogo, apresentou cada ato contando uma breve história do jogo ao qual era dedicado e do sucesso que cada um obteve. Cada música foi apresentada com uma foto em um telão, e em alguns momentos o jogo em si.
Mas um momento que levou a plateia à loucura foi quando o mordomo Winston, representado por Tom George, entrou em cena para servir um copo de água à Lara – quer dizer, à Shelley. Tom estava usando uma fantasia “pixelizada”, que ficou bem famosa entre os fãs que representam os personagens dos primeiros jogos, e fez com que todos presentes rissem e gritassem “onde está a geladeira”.
Houve também um momento em que Shelley interpretou, ao vivo, uma parte do jogo gravado previamente por uma youtuber presente no show. Nada seguiu o roteiro do jogo. Foi tudo muito engraçado, um momento divertido que fez com que todos voltassem ao primeiro jogo de forma lúdica bem ali no palco. Ficou curioso, né? Vai correr pro Youtube e procurar um vídeo? Me desculpe amigos, mas não vão encontrar! Infelizmente foi proibida qualquer gravação do concerto e o pessoal da casa de show fez com que essa proibição se cumprisse. Motivo? Há rumores de que o show sairá em DVD. Mas calma, nada é certo ainda. Não há nenhuma fonte oficial sobre o assunto e até agora nada foi dito.
De forma geral, o show foi uma obra de arte, não apenas para as dezenas de fãs presentes que vieram de todo lugar do mundo para prestigiar Nathan Mccree na Premier Mundial do Tomb Raider Suite, mas para todo fã de games com pouco ou qualquer conhecimento de Tomb Raider. Você se sente no jogo, você se emociona, ri, bate palmas de pé com tamanho espetáculo que encerrou as comemorações dos 20 anos de Tomb Raider.