Há 20 anos começava a aventura de um jovem que sonhava em ser o Rei dos Piratas, porém o que ninguém esperava é que esse plot simples e numa temática nada nova seria um dos maiores fenômenos mundiais. One Piece, criado por Eiichiro Oda, vem conquistando novos fãs a cada dia e durante essas duas décadas o que não faltaram foram histórias que estão sendo contadas. Talvez muitos não tenham nem nascido quando os Chapéus de Palha começaram a se aventurar pelo mar do East Blue em busca do lendário tesouro escondido e anunciado pelo incrível pirata Gol D. Roger, tornando-se a obsessão de muitos, incluindo a do protagonista. No ar pela Toei desde 1999, a série é exibida até hoje, com impressionantes 820 episódios, no Brasil sendo transmitida via Crunchyroll (com episódios semanais) e Netflix (até Marineford), sem contar que já são mais de 13 filmes, um OVA, 11 episódios especiais de tv e 900 capítulos de mangá, atualmente publicados no Brasil pela Panini Comics.
São números impressionantes para uma franquia que conquistou a incrível e inédita marca de 350 milhões de cópias impressas no Japão e 66 milhões no resto do mundo. Em meio a tudo isso, One Piece também teve adaptação para jogos de tabuleiro, card game, cards colecionáveis e, por fim, os games. São 17 anos e mais de 50 jogos, de Wonderswan e Game Boy aos consoles mais atuais, nos mais diversos gêneros para fã algum botar defeito. Em comemoração ao aniversário da série, decidi listar alguns dos que considero serem os melhores títulos já lançados e lembrar de alguns outros que merecem ser jogados por quem não teve a oportunidade de crescer com esse animê.
We Are!
Para quem não teve contato nenhum com a série, fica aqui a minha recomendação e uma breve sinopse do que se trata toda essa confusão entre piratas com poderes bizarros e episódios emocionantes. Monkey D. Luffy, um jovem que inspirado em sua infância por um ídolo pirata chamado Shanks, o “Ruivo”, parte em uma viagem para encontrar o One Piece, lendário tesouro de Gol D. Roger, e proclamar-se o Rei dos Piratas. Em um esforço para organizar sua própria tripulação, conhecido como o bando dos Piratas do Chapéu de Palha, a jornada de Luffy nos leva por aventuras, mistérios, muitas batalhas e momentos emocionantes na companhia do espadachim Roronoa Zoro, a navegadora e ladra Nami, o mentiroso e franco-atirador Usopp, Sanji, um chefe de cozinha mulherengo, o médico e rena antropomorfizada Tony Tony Chopper, uma arqueóloga chamada Nico Robin, um ciborgue chamado Franky e o músico Brook.
Essa história atualmente encontra-se no seu 13° arco e, de acordo com o criador, está em 60% do total planejado por ele. Talvez por isso os jogos sempre buscam cobrir o máximo de acontecimentos e apresentam um bom número de personagens jogáveis; sem contar os títulos lançados com histórias inéditas e criadas exclusivamente para os consoles, como no caso de Unlimited World Red, que foi lançado exclusivamente para Nintendo 3DS e recentemente portado para as duas últimas gerações. Por conta da temática e do estilo shonen, a obra de Eiichiro Oda possui muitas adaptações para jogos de luta, que desde Grande Battle (seu primeiro lançamento dentro desse gênero) aguça a ansiedade dos fãs a cada novo anúncio da Bandai Namco.
Além desses estilos, One Piece também já teve games no estilo jogo de tabuleiro, com Treasure Wars, para o falecido Wonderswan e com um estilo de jogo bem diferente de Mario Party, que até então era o mais próximo da simulação table top. Falando em diversidade, o gênero Musou também teve sua vez na franquia com a série Pirate Warriors com três excelentes títulos e cobrindo praticamente todos os acontecimentos até a penúltima saga. Como se não bastasse a diversidade, o RPG não ficou longe e também teve bons exemplares chegando para portáteis como, por exemplo, Romance Dawn Bouken no Yoake, o que eu considero um dos, senão o melhor jogo que já saiu dentre todos os diversos games.
Para não me estender demais decidi escolher apenas o TOP 3 de melhores jogos da franquia One Piece. Essa é uma tarefa difícil, porém necessária, mas que deve ser aprofundada por quem tiver mais interesse em conhecer os demais títulos. Vamos ao que interessa…
One Piece: Pirate Warriors 3
Considerado o jogo definitivo da série, após três títulos a série de jogos do gênero Musou finalmente chegou ao ápice e trazendo tudo o que existe de melhor no animê. São mais de 15 horas de jogo, com muito conteúdo extra e missões para serem completadas, o que totaliza dezenas de horas a mais. Lançado para PS3 e PS4, esse é o único jogo lançado pela BandaiNamco que cobre do início até o momento de lançamento, na saga de Dressrosa, explorando os melhores acontecimentos da história criada por Oda. Uma chance única, que nem todos os animês conseguem proporcionar, para os fãs jogarem com diversos personagens e revisitarem os melhores momentos da série animada. Eu considero, assim como muitos fãs e críticos, esse como o melhor jogo e chegando aos pés de Naruto Shippuden: Ultimate Ninja Storm 4 em questão de qualidade ao adaptar um animê e na experiência de jogo proporcionada
One Piece: Treasure Cruise
Nunca imaginei que falaria de um jogo de celular aqui no Gamerview, mas a oportunidade não seria melhor. Treasure Cruise é um dos, senão o único, jogos de celular que conseguiram me prender muito tempo após de instalar. Com jogabilidade simples, que exige dedicação e atenção para “clicar” no tempo certo e conseguir ataques melhores e combos devastadores, você monta sua própria tripulação e parte para as aventuras até Marineford. Você pode escolher todo o tipo de personagem, Chapéus de Palha, Shichibukai, Generais ou até mesmo as diversas tripulações que aparecem no animê. Esse é um jogo completo, em que você joga por upgrade de personagem, busca por novos golpes e itens, além de colecionar os cartazes de procurado para obter todos os personagens disponíveis. A sua coleção será o maior objetivo, sem contar os eventos diários e semanais, com um altíssimo fator replay e extremamente viciante.
One Piece
Um dos jogos mais divertidos que saíram na leva de plataformas e beat ‘em up de animês, com Naruto e Bleach, foi One Piece. Apenas com o nome do desenho e nada mais no título, esse jogo esbanja o traço de Oda em um estilo repleto de sprites e muita cor. Você controlará Luffy e acompanhará os acontecimentos de Romance Dawn até Loguetown, passando pela reunião inicial da tripulação com Zoro, Usopp, Nami e Sanji, indo até quando a série inicia sua guinada perdendo um pouco da sua inocência inicial e partindo para aventuras mais sérias e dramáticas. São breves quatro horas, com apenas meia dúzia de chefões e um pouco mais que isso de mini-boss, a história é muito bem contada e, como jogo portátil, sempre foi uma ótima opção para quem não quer jogos de luta.
Finalmente livre para explorar
Esses poucos jogos que separei para esse texto não definem todo o potencial para quem curte descobrir o que ainda não teve a oportunidade de jogar ou até mesmo para quem só conhecia o animê e mangá. Deixo o link do Fandom Wikia com todos os nomes e suas respectivas plataformas em que foram lançados para os interessados irem atrás de todos eles.
O ano de comemoração para One Piece não poderia ter terminado sem uma grande novidade. Após confirmarem especiais, uma série live action hollywoodiana, 2017 não poderia terminar sem um jogo novo, não é mesmo? A Bandai Namco anunciou World Seeker, o próximo título para PS4, XBox One e pela primeira vez para PC; apenas com um trailer, a promessa é que teremos uma experiência totalmente nova em um mundo maior e aberto, com cidades, castelos, praias e uma grande variedade de conteúdo.
A cada ano a série vem impressionando cada vez mais na qualidade da animação e os gráficos nos consoles não poderiam seguir outro rumo. Já é possível ver uma grande diferença de Burning Blood, último lançamento, para o que estão começando a mostrar. Tirando Luffy, o ambiente real e cheio de detalhes, com texturas muito bem trabalhadas.
Espero que quem não conhece todos os jogos consiga ir atrás de todos eles ou ao menos dar uma chance para One Piece que, ao contrário do que muitos pensam, já deixou de ser um animê clichê. A cada dia Oda se propõe em superar os limites já alcançados favorecendo sempre uma experiência nova e gratificante.