Como funciona o Nuzlocke em Pokémon?
- Regra 1 – Apenas o primeiro Pokémon de cada local visitado pode ser capturado. Se derrotá-lo em batalha, sua chance se perdeu ali.
- Regra 2 – Se o seu monstro de bolso chegar a 0HP, terá de descartá-lo do seu time.
- Regra 3 – Caso a sua equipe inteira perder o combate, você recomeçará o jogo do zero.
Nem todo início bom reflete numa jornada de sucessos, como vimos em Kanto. Apesar de ter passado sem problema algum dos desafios iniciais de Pokémon Emerald, nem tudo estava 100% seguro em minha aventura e é importante frisar o quanto é frustrante quando as coisas dão errado. Se você está realizando o desafio de alguma forma, se abater pela queda de algum monstrinho é parte do processo e não deve desistir por conta disso. Nem quando as situações parecem desfavoráveis demais.
Com isso em mente, continuamos nossa jornada rumo ao barco do Sr.Briney, que aguardava ansioso em sua casa com Pecko para te dar uma carona como agradecimento. Afinal de contas, você salvou a criatura dele e te levar para Dewford não seria algo que daria um baita trabalho para o velho. A cidade é uma ilha que fica no meio do oceano, entre duas grandes rotas marinhas e qual possui como únicos atrativos uma caverna e o ginásio local, onde Brawly aguarda pelo confronto.
Antes de seguir a promessa realizada ao Sr.Stone, dei um passeio pela pequena cidade e faturei um dos primeiros itens importantes de minha jornada, a Old Rod. Ninguém dá a ela o valor que merece, já que a única possibilidade de captura seria o pobre Magikarp. Mas lembrem-se, caros leitores, no jogo anterior meu Gyarados foi um dos únicos que sobreviveu até o combate final contra Green e este bicho nunca deve ser subestimado. Não perdendo tempo, já pesquei o meu por ali mesmo.
Entrando na Caverna de Granito, onde provavelmente Steve se encontra, o primeiro Pokémon que encontro é o bom e eficiente Makuhita. Primeira coisa que vem em mente: “PRECISO CAPTURÁ-LO”. Sim, em Caps Lock. A sua evolução final, Hariyama, não deixaria pedra sobre pedra em meu Desafio Nuzlocke e acrescentaria bastante à equipe junto ao futuro Blaziken. E foi nessa empolgação que cometi meu primeiro erro do jogo, deixando Poochyena lutar logo de cara contra ele.
Bastou um Arm Thrust dele para eu ver Cerberus cair em combate bem à minha frente e deixar meu time desfalcado sem o menor pudor. Mas não havia tempo para lamentações ou vingança, acabando de perder um podia ser uma boa oportunidade de aplicar o outro. Beautifly fez o restante do trabalho, paralisando o oponente para eu poder jogar uma Pokéball sem temer sofrer outros golpes. De imediato retornei ao Centro Pokémon e dei release em Cerberus, acenando o primeiro adeus do time.
Mas havia um plano em minha mente. Peguei o Makuhita, além do Magikarp, e decidi treinar ambos para darem conta dos próximos combates. Sim, Steve Stone que esperasse. Seguindo para alguns lugares onde eu sabia que conseguiria experiência de forma fácil, logo o lutador chegou aos demais, enquanto o Magikarp ainda estava meio cru, mas acompanhando o ritmo da equipe no geral. Com Tackle aprendido, ao menos ele tinha como se defender sem tanta dependência.
VS Brawly
Porém, ainda que meus monstros não tivessem muito para onde ir com os oponentes que encontrava ali, tinha um ginásio me aguardando. Tomado pela escuridão, fui abrindo caminho sem muito problema contra os Pokémon lutadores do local. Sendo o tipo básico da especialidade deles, não foi difícil encontrar oponentes como Machop e Meditite, quais não eram tão comuns de encontrar onde eu estava. A cada oponente enfrentado, a luz se expandia até chegar no grande líder do local.
E foi contra ele que cometi meu segundo erro na mesma área. Sabendo que Brawly carrega o Makuhita como Pokémon principal, os outros dois que citei acima e quais derrotei algumas vezes não me soavam um grande problema com o qual eu devia me preocupar. Mas eram. Meditite realmente não atrasou o meu lado, sendo confrontado diretamente pela minha Beautifly de forma simples e sem dores de cabeça. Contra o Machop que decidi inventar moda e mandei Combusken.
Sim, meu monstrinho inicial. A ave de fogo tinha Peck, então o que a impediria? Talvez a alta defesa do monstro inimigo ou o fato deste golpe não ser tão forte assim…mas eu não estava ligando muito e devia ter me preparado melhor. Dando tempo dele preparar o Bulk Up, já que meu golpe não mata de primeira, ele utilizou isso duas vezes antes de desferir um Karate Chop que abalou as estruturas de Combusken. Porém, eu não estava me ligando de que a Defesa aumentava também e o último golpe também não o derrubou. Isso deu tempo de um Seismic Toss muito do bem dado e menos outro Pokémon na equipe.
Ou seja, apenas passeando por Dewford eu perdi Poochyena e meu Pokémon inicial, o que se mostrou um buraco imenso para o que eu tinha montado. Afinal de contas, como ultrapassar as barreiras de Hoenn sem um Blaziken ou um Swampert no time? Seria possível? Tinha de ser, já que passar vergonha em FireRed não deu certo. Sem dar muito tempo ao meu luto, derrubei o Machop com a Beautifly novamente, assim como o Makuhita, levando a Insígnia do Equilíbrio para meu cartão.
Capturei meu próprio Makuhita, mas perdi um Poochyena. Ganhei uma insígnia, custando meu Combusken. Dewford tinha me custado bem alto, mas obtive o Flash para poder explorar devidamente a Caverna de Granito e entregar a carta ao filho do Sr.Stone. Lá dentro cheguei até a encontrar alguns Aron, mas como já tinha obtido o lutador por lá, não tinha nem como eu realizar o sonho de ter um Aggron em minha equipe. Quem sabe eu não encontrasse algum mais para frente na jornada antes de alcançar a Liga Pokémon?
Com a minha jornada encerrada por ali, estava na hora de encarar outra viagem: Slateport. A segunda parte da missão era localizar o Capitão Stern e entregar o projeto do submarino para ele. Claro, não antes de enfrentar uma série de batalhas na praia, afinal de contas o pessoal não pode se segurar nem em troca de um banho de sol e mar. Até na casa de sucos você enfrenta alguns treinadores, te fazendo questionar se a galera realmente ia para lá só para relaxar ou não.
Pokémon e Slateport
Subindo para as ruas da cidade, você pode aproveitar uma feirinha livre, visitar o farol local e até mesmo a zona portuária da cidade. Você pode falar o que for, mas Slateport tem um dos cenários mais bonitos e ricos de toda a franquia Pokémon. Nem Lumiose, de X/Y ou Castelia, de Black/White tem tanta diversidade assim. São grandes sim, concordo, mas essa quantidade de conteúdo distinto e que salte aos olhos é difícil de ver nos demais games.
O único fator estranho por lá é uma estranha fila de membros do Time Aqua na frente de uma das construções. Isso cheira a confusão, como sempre. No galpão fui informado que o Cap.Stern estava dentro do Museu Oceânico, o que me levou exatamente para onde todos os bandidos estavam. Um deles, inclusive, me reconheceu do ataque na Floresta de Petalburg e entregou o TM46, Thief, para que eu fique de bico calado. Ele não achou que eu ia desistir de impedir qualquer coisa errada que eles estivessem fazendo, não é?
Assim que subi ao segundo piso, encontro o Capitão sozinho e entrego o item para ele, encerrando meu serviço para o Sr.Stone. O que eu não sabia é que, para sair dali, teria de lidar com o exército de oponentes do Team Aqua que cercaram tanto ele quanto eu. Porém, nada que me criasse pânico, Zigzagoon evoluiu no combate para Linoone e detonou completamente os adversários, com o auxílio de Makuhita que entrou em ação para valer e não fez feio perante o caos.
Uma das novidades de Pokémon Emerald são as Battle Tent, quais substituem os Contests estabelecidos em Ruby/Sapphire e que retornam posteriormente em Diamond/Pearl. Do Museu sou levado diretamente para lá e compelido a testar os combates do lugar. Para a minha sorte, não é o meu próprio time que está sendo utilizado e por isso o Desafio Nuzlocke dá um pouco de descanso para os combates que vão me preparar diretamente para a Battle Frontier no pós-game. O caminho é simples, derrotar os times adversários usando três monstrinhos alugados do próprio sistema.
A partir disso, já corri para a Rota 110, onde capturei um Wingull e decidi treinar bastante o meu time para ninguém mais ser derrotado. Lá, consegui evoluir meu Magikarp para Gyarados e seguir viagem tranquilamente. Nem mesmo a Tricky House me impediu, com seus puzzles até que simples e treinadores que não estavam tão nivelados assim de acordo com os últimos desafios. O bacana do local é a diferença de puzzles que oferece, dando um gostinho do que já vimos no resto da franquia em vários ginásios.
Mesmo não podendo subir pela pista das bicicletas, já que ainda não ganhei uma, foi um bom lugar para se treinar e obter experiência. Meu Makuhita estava quase evoluindo quando me deparei com May novamente. A treinadora, vizinha de Red, queria mais um combate e de prontidão aceitei. O que poderia dar errado, não era? Provando que a queda de Combusken e do Poochyena ainda não era tudo que eu ia encarar, ela decidiu que se esforçaria para eu perder outro membro do time.
E assim perdi o meu segundo lutador que a equipe obteve, o próprio Makuhita. Caindo de frente às habilidades de Marshtomp, ele se esforçou bastante, mas não conseguiu sucesso. Sim, caros leitores, ele era um trunfo que eu tinha na manga e desfalcou demais a equipe. Porém, regras são regras e logo após me vingar de sua queda, tive de descartar a criatura.
Pode parecer estranho, mas fiquei menos triste do que no desafio de Pokémon FireRed em relação a isso. Nessa jornada por Hoenn em Emerald eu tenho a completa noção de que meus erros podem custar a vida dos monstrinhos e estou ciente de que preciso de contramedidas rápidas para essas quedas não impedirem o avanço. Com três caídos, estava na hora de resgatar um dos trunfos guardados no PC dentro do Centro Pokémon: Whismur.
Continua…