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Eu assino o Nintendo Switch Online desde que foi lançado, em setembro de 2018, alguns meses depois de comprar o console. De lá pra cá foram 4 anos mantendo o plano família, dividido com mais 7 amigos pra conta fechar mais leve pra todos. Se não tiver amigos o suficiente pra dividir com você, use o Kotas. Neste serviço você encontra pessoas para compartilhar a assinatura.

No primeiro ano, a única “vantagem” era poder jogar online. Um tempo depois os emuladores de Nintendinho e Super Nintendo chegarem ao Switch, trazendo jogos clássicos dos anos 80 e 90 e recursos como salvar a qualquer momento, rebobinar o game e filtros. Aí sim a coisa começou a ficar interessante.

Quando a Nintendo anunciou o Pacote de Expansão, em outubro de 2021, eu logo pensei em fazer o upgrade. Afinal, a biblioteca estava sendo ampliada com jogos de Mega Drive e Nintendo 64, dentre outros benefícios para games exclusivos do console. Agora sim vale a pena. Certo? Bem, isso vai depender do seu nível de afinidade com os jogos antigos e do seu tempo livre para jogá-los.

Antes de assinar o Nintendo Switch Online, respire fundo e avalie as vantagens com calma. Para ajudar na decisão, confira abaixo o que há de melhor no serviço lançado até este mês de feveiro de 2023.

Emulação oficial e de qualidade

Biblioteca do NES (63 jogos)

Jogou Nintendinho quando era pequeno? Ótimo, pois aqui você poderá matar saudades de vários clássicos. Ou só passar raiva mesmo, seja por conta do gameplay ruim ou da dificuldade elevada. Ou as duas coisas juntas, o que era bem comum. Mario conta com os três primeiros games da série principal e o The Lost Levels. The Legend of Zelda, Metroid, Ninja Gaiden, Double Dragon, Kid Icarus, Punch-Out!!, estes não tem erro.

Não posso dizer o mesmo dos outros títulos da lista. Dos 63 jogos, muitos são descartáveis ou pra dar uma olhadinha rápida e fechar após 10 minutos. Aliás, é uma pena não ter mais jogos da Konami na lista, como Contra, Castlevania, Metal Gear e Track & Field. A mesma coisa com os jogos da Capcom, com a ausência da franquia Mega Man, DuckTales e Strider, por exemplo. E é difícil de acreditar que a Nintendo ainda não adaptou Duck Hunt pro Joy-con e tenha deixado Battletoads de fora.

Biblioteca do SNES (55)

Embora tenha menos jogos que o NES, a biblioteca do SNES é melhor equilibrada. Tem Super Mario World, Yoshi’s Island, Super Mario Kart, Super Metroid, Super Punch-Out!!, The Legend of Zelda: A Link to the Past, Star Fox, F-Zero, vários games do Kirby, os três Donkey Kong Country, Earthworm Jim 2, Wild Guns, os dois Joe & Mac, Breath of Fire, Earthbound… Enfim, muita coisa boa!

Tem também uns desconhecidos do público brasileiro, como Natsume Championship Wrestling, Operation Logic Bomb e Psycho Dream, por exemplo. Jogos que eu nunca vi a cor em locadoras. E tem também umas porcarias como Claymates, Spanky’s Quest, Jelly Boy e Super Soccer. Por falar em futebol, adivinha qual game não está na lista? Dica: é um da Konami, provavelmente o mais jogado no Brasil. Aquele do Allejo, que dá pra trocar o bandeirinha por um cachorro e também dar carrinho no goleiro sem tomar cartão. Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars é outro que faz muita falta e segue sem previsão para ser incluído na biblioteca.

A cereja no bolo fica para Star Fox 2, que até então era exclusivo do Super Nintendo Classic Edition (a versão mini do console). Não que seja lá um jogo bom, mas é interessante conferir este experimento que não saiu oficialmente na época e ficou engavetado por tanto tempo.

Biblioteca do Mega Drive (36) e Nintendo 64 (22)

Coletânea é o que não falta para o Mega Drive. Tem desde os tempos do PlayStation 2, só pra você ter ideia. O próprio Nintendo Switch recebeu um bem completo intitulado Sega Genesis Classics, com 53 jogos ao total. Porém a nova emulação exclusiva traz jogos até então ignorados, como Alisia Dragoon, Mega Man: The Wily Wars, Target Earth e Musha. São adições bem interessantes, junto aos jogos mais conhecidos do console e que repetem presença na lista.

Cadê meu Earthbound 64?

Ainda assim, 36 jogos por enquanto é bem pouco. Clássicos da Disney como QuackShot, Castle of Illusion, Aladdin e The Lion King seguem fora da lista, infelizmente. E é um crime Rocket Knight Adventures não ter entrado pro catálogo até agora. Oh Konami, faz a boa com a Nintendo aí, vai?

Já o Nintendo 64, adicionado recentemente, inclui 22 jogos muito bem escolhidos. Praticamente todos os títulos populares estão presentes, incluindo third parties incríveis como Sin & Punishment e Win Back: Covert Operations. Mas vamos falar do jogo mais comentado do momento?

Precisamos conversar sobre GoldenEye 007

Lançado para o Xbox (via Game Pass) com multiplayer local e para o Switch com multiplayer local e online, GoldenEye 007 era o jogo que eu mais queria do Pacote de Expansão. Sim, “era”, você não leu errado. E os motivos são dois, dando um banho de água fria no hype.

Primeiro que o mapeamento do controle do Nintendo 64 para os joy-cons ficou uma porcaria. É preciso remapear tudo manualmente pra conseguir jogar direito, enquanto que no controle do Xbox funciona perfeito por padrão. Segundo que jogar GoldenEye 007 online no Switch só é possível com amigos. Nada de interface adaptada com lobby e matchmaking dentro do próprio game. Você precisa criar um lobby no app do emulador e chamar amigo(s) antes de entrar de fato no jogo. Ou ingressar o lobby de um amigo, aceitando convite ou inserindo senha. Nintendo, como sempre, complicando as coisas.

Hora do almoço!

Eu achei, na inocência pura, que seria possível jogar com desconhecidos online. Entrar rapidinho em uma partida aberta e curtir casualmente. Mas não, eu preciso ao menos chamar um amigo pra conseguir jogar online, e com tela dividida. Local eu entendo perfeitamente, pois é como jogávamos na época, com tela dividida para quatro jogadores em uma tv de tubo. Mas para o online eu esperava algo mais prático.

De qualquer forma, é maravilhoso poder rejogar a excelente campanha de GoldenEye 007 depois de tanto tempo. E do melhor jeito possível, sem sofrer com as limitações dos emuladores não-oficiais.

Biblioteca mixuruca do Game Boy (Color e Advance)

Difícil não ficar desanimado com a recente adição dos emuladores de Game Boy (Color junto) e Game Boy Advance. Na verdade, com a seleção de jogos para cada geração de portátil. São 5 de Game Boy tijolão (Tetris, Gargoyles, Kirby’s Dream Land, Super Mario Land 2: 6 Golden Coins e Metroid II: Return of Samus) e 4 do Color (Alone in the Dark: The New Nightmare, The Legend of Zelda: Link’s Awakening DX, Game & Watch Gallery 3 e Wario Land 3). Uma seleção pra lá de estranha, com apenas 9 jogos no lançamento.

E não fica melhor pro lado do Game Boy Advance não. Sua biblioteca conta só com 6 jogos: Kuru Kuru Kururin, The Legend of Zelda: The Minish Cap, Mario & Luigi Superstar Saga, Mario Kart Super Circuit, Super Mario Advance 4: Super Mario Bros. 3 e WarioWare, Inc.: Mega Microgames! E por enquanto é isso aí. Metroid Fusion e Golden Sun pelo menos já foram anunciados pra entrar no catálogo.

De qualquer forma, é evidente que a Nintendo está escondendo o ouro, disponibilizando os jogos em doses homeopáticas. Os ansiosos terão que se contentar com a estratégia da Big N, que na minha opinião não faz sentido e só irrita os assinantes. Não que eu prefira quantidade, mas nesse ritmo vai demorar muito para termos uma boa seleção.

E aí, vai assinar?

Deu pra ter uma ideia de como está o Nintendo Switch Online + Pacote de Expansão, né? Eu espero que sim. Na dúvida, faça o teste gratuito de 7 dias. A assinatura individual do Nintendo Switch Online está saindo por R$100/ano, enquanto o Pacote adicional aumenta a conta para R$ 262,99/ano.

Como alternativa, o plano família do Nintendo Switch Online + Pacote Adicional custa R$ 421,99, ficando em R$52,75 se dividir em 8 pessoas. Quanto aos jogos, diria que a seleção do SNES e Nintendo 64 já valem o investimento. De quebra você também terá acesso aos DLCs do Mario Kart 8 Deluxe, Animal Crossing: New Horizons e Splatoon 2. Se você joga bastante ao menos um destes três games, com certeza será um bom negócio.