Há exatamente um ano eu jogava pela primeira vez o standalone do Gwent na barracona da CD Projekt Red na BGS 2016. Desde lá tive a oportunidade de acompanhar o jogo passando por todas as atualizações recebidas (até ao mais atual Beta Aberto), e por isso estava empolgado para ver em primeira mão algumas features prometidas desde o início – que até agora não desceram pra mesa. Pois, a portas fechadas, os sortudos que conseguiram entrar na lista fomos recepcionados por Paweł Burza (o cara dos streamings oficiais) e Lorenzo Mastroianni – um dos artistas do jogo, responsável por várias “cartinhas” (entre elas Eredin, Cleaver e Vicovaro Medic) e recebemos uma hora de atualizações, novidades, bate-papo legal e o melhor loot da feira toda.
Campeonato E-Sports
Em nenhum momento a campanha de lançamento do Gwent deu indícios de que eles estão pra brincadeira. A CD Projekt quer entrar pesado no cenário competitivo e deu todas as indicações de como serão as etapas e as modalidades de seu torneio oficial que se chamará “Gwent Masters “. Ele contará com prêmios que somarão ora 25, ora 100 mil dólares pra cada uma das 12 etapas até a final – que distribuirá US$ 250 mil. Num cálculo rápido: 8 etapas de 25k + 4 de 100k + 1 de 250 = US$ 850 mil no total.
Além dos campeonatos oficiais da CD Projekt, outros campeonatos licenciados também distribuirão “Crown Points”, o tipo de pontuação que garante vagas nos torneios oficiais. Há muitos detalhes específicos sobre cada fase que podem ser conferidos na página oficial. Só em inglês, por enquanto.
Finalmente a Campanha solo!
Pra início de conversa eis o vídeo do trailer da primeira campanha solo do jogo: Thronebreaker, prometida ainda para este ano.
Infelizmente não pude gravar as imagens que nos foram mostradas, mas você pode conferir ao menos a navegação geral na aba “A Aventura” da sessão Thronebreaker no site oficial.
Usando uma estética inteirinha 2D, com um estilo de arte que se assemelha à pintura do tabuleiro do jogo (e que às vezes me lembra tinta óleo sobre vidro, mantendo as bordas pretas delimitadoras), o jogador poderá controlar livremente uma personagem por um mundo vasto de perspectiva “tipo isométrica”, cheio de objetos e personagens para interagir. A história da campanha se passa antes dos eventos da série The Witcher, e acompanharemos a história do reinado da rainha Meve, dos Reinos do Norte, cheia ramificações que estarão ao encargo do jogador.
Pude sentir que o ritmo do jogo está bem lento e as conversas estão muito longas (ao menos no exemplo mostrado). Tudo é contado por meio de diálogos dublados sobre animações repetitivas que seguem o mesmo estilo 2D. Nestas interações em texto você terá que lidar com escolhas que alterarão seu destino e o das outras personagens, de forma bastante semelhante a The Witcher 3.
Falando um pouco mais da navegação pelo mapa, a estrada pela qual você anda também tem suas bifurcações, e dispõe de baús e itens em determinados lugares – às vezes – distantes de seu caminho principal. O loot é bem chato e bobo: depois andar um tanto pra pegar um baú, por exemplo, para abrí-lo você tem que segurar o botão de abrir até encher uma barra de abrir! Em seguida você tem que voltar todo o caminho pra retomar o rumo da quest principal.
Perguntei se haverão outros tipos de ação ou objetos durante essa navegação pelo mapa e eles disseram que talvez haja alguns acontecimentos dinâmicos ( como um desmoronamento que bloqueie o caminho por exemplo), obrigando o jogador a apertar o mesmo botão de ação para liberar a estrada… ou seja, toda a dinâmica de navegação parece ser: andar, segurar um botão, continuar andando… sem nenhum tipo de desafio. Por outro lado eles comentaram que haverá puzzles que darão acesso a áreas específicas – todos eles montados num tabuleiro de Gwent. Infelizmente não tinham nenhum exemplo disso na manga pra nos mostrar, mas melhorou minhas expectativas.
O ritmo dessa campanha solo realmente é mais lento, nos moldes de RPGs que envolvem mais leitura e cuidado com cada escolha. Pareceu ser um The Witcher 3, mas sem a ação do combate. Apesar da navegação chata, a beleza da arte me empolgou bastante, além de querer ver de fato como será essa história bifurcada – porque eu gosto de aventuras de texto dinâmico.
Perguntei se a campanha será gratuita, e a resposta é que ainda estão decidindo sobre isso, mas provavelmente será paga. Ora, para além da experiência em si, uma das justificativas de ser paga é que ao longo da campanha você poderá conquistar 20 novas cartas que poderão ser somadas ao seu deck multiplayer. O deck multiplayer não funciona nessa campanha: ela usa cartas e mecânicas completamente novas e que atenderão apenas à lógica específica da aventura – com exceção das tais 20 cartas. Aliás, mesmo estas 20 poderão ter mecânicas diferentes entre os modos single e multi, para garantir um balanceamento favorável a cada uma das experiências.
Mais novidades do Multi?
Sim. Estão preparando mais líderes de facção e…
uma nova facção. Mistério.
Final do turno
Eu esperava ver um pouco mais das features da campanha single, mas os organizadores optaram por apresentá-la com o que pareceu ser um pedaço real sem cortes. Usaram um bom tempo para apresentá-la, mas não deu pra chegar na parte do tabuleiro em si. Ficou aquela curiosidade… de qualquer forma este tipo de apresentação é muito honesta e permite que a gente entenda realmente qual o ritmo e o estilo da experiência do jogo.
Em relação ao balanceamento, as novidades me deixaram feliz. Está sendo muito legal acompanhar o desenvolvimento de tudo e perceber como os devs têm ouvido a comunidade e feito várias alterações para deixar tudo melhor. De todo o diferencial que o Gwent tem proposto como jogo e campanha de lançamento, essa proximidade com a comunidade é o que eu mais gosto. Certamente não será diferente com as campanhas solo.