Oito meses. Este foi o tempo total que levou para que pudesse terminar completamente Song of Horror. Foi uma obra extremamente trabalhada em cima de Resident Evil, Silent Hill, Obscure e Amnesia. Estas foram as inspirações para os quatro capítulos anteriores do jogo. Agora, com The Horror and The Song, finalmente chegamos ao fim da jornada de Daniel e seus colegas de jornada, em busca de finalmente dar um fim à caixa e aos pesadelos que a acompanham.
Para este texto em particular, resolvi não adicionar vídeo de gameplay, uma vez que este capítulo foca fortemente em “spoilers”, uma vez que estamos sempre indo e vindo em acontecimentos passados já vistos e alguns totalmente inéditos.
Hora dos remédios
Uma vez que você tenha ouvido os sons saídos daquela pequena caixa de madeira, seus sonhos e sua alma já estão condenados. A Presença é um ser etéreo que se manifesta para aqueles amaldiçoados pelos tons, notas e melodias lá confinados. Após o quarto episódio, onde por pouco escapamos dos Requiens, espíritos que só podiam ser vistos através de espelhos, no monastério de Santa Cecilia, Daniel descobriu que as respostas devem estar no Hospital Psiquiátrico Eremy Hartwood.
Lá, a filha mais nova de Argos LeGrant fora internada após a família da jovem ser brutalmente assassinada pelo pai. O homem levará os acontecimentos ocorridos no monastério de forma leviana e conseguiu a partitura da maldita música. Agora uma pessoa e Daniel devem ir até o local e colocar uma pedra sobre a maldição da caixa de música e selar de uma vez por todas A Presença. Mas será que o jogador estará apto para guiá-los pelos corredores escuros deste local?
Song Of Horror – Episode 5: The Horror and The Song é definitivamente o mais difícil dos episódios. Diferentemente da seleção padrão de personagens, onde víamos um por um, agora temos acesso apenas à agenda de contatos de Daniel, onde ele deve escolher um para investigar o local. Caso este falhe, Daniel irá ao local tentar resgatar o colega, o que sabemos ser impossível. Foi difícil, mas consegui chegar até o último episódio com o elenco quase intacto.
Perdido nos abismos insondáveis
Com a maior diferença sendo a de um número menor de chances para falhar, o sistema de jogo continua o mesmo. Devemos explorar o manicômio Eremy Hartwood em busca dos arquivos pertinentes à jovem Ariadne LeGrant, que foi examinada e estudada pela doutora Prestegard. Com isso era de se esperar que A Presença aqui fosse ainda mais brutal, e ainda assim não é o caso. No entanto, mesmo com menos ataques, é possível morrer facilmente pelas armadilhas espalhadas pelas salas.
Com puzzles em maior número, aqui o jogador deverá ser ainda mais ousado que nos capítulos anteriores. Afinal, muitos dos itens estão em lugares que podem ser armadilhas, prontas para levá-lo para o esquecimento caso não preste atenção. Em comparação com os capítulos anteriores, The Song and The Horror também deixa a desejar com seus puzzles. Sendo um capítulo com um foco bem maior em backtracking e interações com possíveis armadilhas.
Com uma atmosfera bem mais opressiva, já que o local aqui é de longe o mais opressivo de todos explorados até o momento, já é de se esperar que a sonoplastia também ajude bastante, o que sempre foi um ponto alto em todos os episódios da série até então. Song of Horror sempre foi ímpar na qualidade gráfica, atmosférica e sonora, e mesmo neste último capítulo estes elementos se mostram consistentes e muito bem executados.
O réquiem do Rei Carmesim
Em minha opinião como fã de jogos de horror, a falta de interação e agressividade da Aparição foi a grande derrocada do capítulo. Mesmo com o grande senso de emergência de apenas duas chances para se resolver o mistério, o episódio é bem mais tranquilo em relação aos anteriores. Aqui a grande sacada foi a exploração do passado, em cenas onde podemos jogar com a doutora Prestegard.
Enquanto jogamos com ela, vemos suas interações passadas com Ariadne e mais à frente temos acesso a gravações da mesma. Feitas em antigos rolos de pianola, essas gravações contam sobre os sonhos que a doutora teve, enquanto explorava a mansão LeGrant, a mesma mansão onde deixamos a caixa ao final do primeiro episódio. Nestes cenários que vão evoluindo cada vez mais, temos uma visão maior das inspirações do horror cósmico na obra.
Song Of Horror – Episode 5: The Horror and The Song é um fechamento um tanto quanto fraco no quesito horror para uma obra que se mostrava estelar até o momento. Pouco desafiador é o que posso dizer deste último capítulo. Mas ainda assim, a obra como um todo é um ótimo e desafiador espetáculo que conta a história de uma entidade tão antiga quanto o próprio medo humano.