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Patapon já pode ser considerado um clássico da família PlayStation, assim como outros exclusivos esquecidos como Ape Escape, Sly Cooper e Twisted Metal. Foi um dos principais exclusivos do PSP e ouso até dizer que foi o mais icônico do portátil, afinal é impossível pensar em PSP sem lembrar de Patapon ou vice-versa.

O primeiro jogo, lançado originalmente em 2008, recebeu um remaster para PS4 em 2017 e só agora sua sequência, que foi lançada em 2009, está recebendo sua remasterização. Assim como no primeiro, esse remaster é puramente cosmético, rodando em 4K nativo no PS4 Pro e adicionando troféus para a galera platinar. Não existe mais nenhum adendo além disso, então esse é mais um daqueles títulos perfeitos para jogar pela primeira vez ou simplesmente rejogar.

Copia mas não faz igual

Para quem nunca ouviu falar desses bichinhos olhudos e sua empreitada em busca de um novo lar, aqui vai um resumo: neste jogo você é literalmente um deus, o deus dos Patapons – que por sinal é o nome das criaturinhas de um olho só. Os Patapons vivem como uma tribo selvagem e, assim como no primeiro jogo, estão em busca de uma terra próspera para chamarem de lar, porém é claro que nada é tão simples assim e existem vários perigos espreitando as redondezas como tribos rivais e monstros devoradores de Patapons.

Ritmo de festa!

Este é um jogo rítmico, então tudo gira em torno de batidas e da sua sincronia com elas. Os Patapons respondem a qualquer ordem sua, porém você só é capaz de fazer isso através da música. A terra emite uma batida constante e você conta com vários instrumentos, cada um assimilado a um botão. O restante do jogo é apenas usar cada sequência de botões no momento certo para vencer os desafios das fases.

Cada sequência gera uma reação diferente. Você usa uma para fazer seus bichinhos andar, outra para fazê-los atacar, outra para fazê-los se defender e por aí vai. No começo você conta com poucos guerreiros, mas conforme avança vai encontrando novos seres semelhantes que vão se juntando a sua tribo e agregando seu exército. Com o tempo você também pode criar novos guerreirinhos com os itens que encontra pelas fases, então não demora muito para você ter um bocado de Patapons na palma da sua mão.

Quem jogou o primeiro com certeza vai notar uma semelhança muito grande entre os dois jogos, principalmente no começo. Não nego que a impressão inicial é de que realmente é quase o mesmo jogo, mas você nem precisa avançar tanto para ver que Patapon 2 tem muito mais conteúdo que seu antecessor. Ele é consideravelmente maior, tem mais itens, mais tipos de criaturas, novos inimigos, novas músicas – enfim, é uma experiência muito mais completa que a do primeiro título.

Você pode chocar os ovos das feras que derrotou para ganhar itens.

O herói misterioso

 

Assim como o primeiro, Patapon 2 pode ser um jogo um pouco cruel com novatos. Ele inclusive deixa isso bem claro ao sugerir que os aventureiros de primeira viagem mudem a dificuldade para o Fácil. O jogo não facilita nem no tutorial, pois levei quase 30 minutos para vencer um único trecho em que simplesmente eles não explicaram direito o que precisava ser feito e ficavam repetindo a mesma cena toda vez que eu errava (sim, foi horrível). No geral, pode demorar um pouco para você se acostumar com as mecânicas e realmente pegar o ritmo da coisa (segura esse trocadilho), mas a prática leva à perfeição e aqui as coisas fluem muito naturalmente.

Uma das novidades dessa sequência é um Patapon conhecido apenas como “O Herói”. Nós o encontramos nas missões iniciais do jogo e ele vira um membro fixo do seu grupo, tendo o diferencial de que nós podemos alterar a classe dele quando bem entendermos, além dele ter alguns ataques especiais exclusivos que podem mudar o rumo de uma batalha facilmente. Nós podemos equipar nossos Patapons livremente com o equipamento que quisermos, mas esse é o cara que você precisa manter sempre bem equipado.

Na Tree of Life você pode criar novos Patapons para seu exército.

Agora os Patapons também possuem mais singularidade que no primeiro. A criação de bichinhos recebeu mais atenção neste título, pois não dependemos mais de sorte como no primeiro – aqui temos total noção de que tipo de Patapon estamos criando e quais serão suas especialidades e fraquezas. A cada nova criatura criada, você libera novos tipos que podem ser forjados utilizando materiais diferentes. É muito legal!

O visual do jogo é bem simples, mesmo que continue sendo cativante. Achei até engraçado o fato de estarem vendendo este remaster como um título que roda em 4K nativo, pois Patapon nunca foi referência de beleza visual. Além disso, algumas cenas como a introdução não foram remasterizadas e ficaram com um visual bem bizarro, principalmente em televisores modernos.

Mais um monstro caído sob as nossas batucadas.

Já se tratando da trilha sonora, as músicas são todas compostas por diferentes tipos de batidas (o que faz sentido, afinal é a premissa do game), sendo divertidas e até empolgantes em diversos momentos – mas creio que isso se deve ao fato de estarmos participando das melodias o tempo inteiro.

Patapon 2 Remastered não é nada além do que já era. É um jogo divertido e desafiador na medida certa, que agora pode ser jogado em um console de mesa no conforto do seu sofá e sua TV gigante. Não tenho dúvidas de que quem jogou na época do PSP vai amar revisitar esse clássico, mas quem não jogou tem um prato cheio em mãos. Você é o deus dos Patapons, então é melhor não deixá-los esperando!