Quando vi os trailers de Darksiders Genesis, eu fiquei bem animado. Parecia um jogo estilo Diablo no mundo de Darksiders. Mas nos primeiros minutos de jogo essa suposição foi por terra. Sim, o jogo tem uma visão isométrica parecida com um RPG de ação, mas a coisa toda ainda é muito parecida com os jogos anteriores.
Darksiders Genesis segue mesma fórmula dos jogos anteriores, misturando um pouco de God of War com The Legend of Zelda. Você anda pelos cenários esmagando deliciosamente capetas de todos os tipos e eventualmente tem que resolver um quebra-cabeça que não é lá muito complicado. No final da fase, temos um chefe enorme com uma barra de vida ainda maior para enfrentar.
A parte “estilo Zelda” fica uma pouco mais aparente por conta da visão isométrica e pelo reforço nos quebra-cabeças. Mas, infelizmente, não passa disso. Já na primeira tela o jogo aconselha a usar um controle, o que pode cortar a imersão daqueles que preferem o estilo old-school do Diablo.
Um mundo infernal
Dentro do universo de Darksiders, o jogo parece se situar no começo da história toda. Conflito, o novo cavaleiro apresentado, e seu irmão Guerra, têm que investigar um plano de Lúcifer que iria destruir a humanidade. Uma desculpinha para os dois viajarem pelo inferno enfrentando demônios de todos os tamanhos.
O gameplay, com foi dito acima, é bem parecido com os jogos anteriores. Você ataca sem dó os inimigos que, ao morrerem, deixam cair esferas que podem conter mais vida, almas para se comprar melhorias ou pontos para gastar na árvore de talentos.
A grande novidade aqui é que você pode jogar agora com os dois cavaleiros, Conflito e Guerra, apenas com um toque de botão. Conflito usa mais ataques baseados nas suas armas de fogo enquanto Guerra continua a ser um brutamontes com uma espada enorme. Por ser o meu estilo favorito, joguei mais com o Guerra deixando Conflito só para os inimigos que não podiam ser atacados de perto sem perder muita vida.
Evolução simplificada
A medida que você estraçalha demônios pelo caminho, eles deixam cair orbes roxos que servem para completar uma árvore de talentos. Há também os orbes dourados, que caem dos chefes ou de inimigos muito fortes. Estes dão novas habilidades passivas para os personagens, como deixar um rastro de lava ao se esquivar.
Devo dizer que achei esse sistema um tanto simplório, pois ele não parece alterar muito os poderes dos personagens. Claro, deixar uma trilha de lava que dá dano nos inimigos é legal, mas não é de grande ajuda. Mas uma coisa que ajuda mesmo são as melhorias nas armas dos personagens.
Conflito pode usar vários tipos de munição. Ele começa com um tiro simples infinito, mas não demora para conseguir outros modos como um tiro elétrico que se espalha pelos inimigos ou mesmo um tiro concentrado que gera um belo dano nos chefes. Guerra ganha outras armas como uma estrela que ele pode atirar nos inimigos e uma garra que os traz para perto deles. Essas habilidades sim têm um grande peso no jogo, além de serem divertidas de usar.
Capítulos repetidos
Ao contrário dos jogos anteriores, onde o jogador segue por uma caminho linear, Darksiders Genesis é dividido em capítulos separados. Isso significa que você pode fazer o mesmo capítulo indefinidamente a procura de mais almas para poder comprar melhorias ou mais orbes para a árvore de habilidades.
No fim acaba sendo um jogo de “farmar” as coisas para ficar mais forte. Uma pena que não dê para mudar e melhorar os equipamentos, como um RPG de ação estilo Diablo. Às vezes você acaba ficando preso a um capítulo porque não tem poder ainda para seguir para o próximo, obrigando a refazê-lo em busca de melhorias.
Darksiders Genesis é um jogo que aparenta ser diferente da franquia, mas acaba entregando mais do mesmo com apenas uma mudança de câmera. Não que isso seja ruim, o jogo é excepcionalmente divertido, eu só esperava um pouco mais depois de três jogos. Talvez uma mudança de gameplay, indo bem além da troca instantânea de personagem com um botão. Quem sabe na próxima!