Review – Night Slashers: Remake

Após o sucesso do excelente Streets of Rage 4, que tive o prazer de analisar pro Gamerview, fique órfão de um beat ‘em up com esse estilo visual, desenhado à mão. Cairia muito bem em vários jogos clássicos dos fliperamas dos anos 90, convenhamos. Eis que em 2021 foi anunciado o remake de Night Slashers, um dos games mais populares da Data East. E sim, seria neste mesmo estilo cartunesco. Eu estava bastante animado pra experiência, mas a desenvolvedora polonesa Storm Trident preferiu jogar no seguro, com medo de arriscar qualquer novidade.

Night Slashers faz homenagem ao gênero do horror, colocando três personagens pra descer o cacete em tudo quanto é monstro. Mas, diferente de suas inspirações (como Final Fight, da Capcom), aqui não temos cenários extensos para percorrer, enfrentando hordas de inimigos até chegar no chefão. O caminho é muito mais curto, com chefões apelões pra roubar fichas. O diferencial está mesmo na violência, com muito sangue jorrando e monstros despedaçados.

Remake que não se arrisca

Neste remake de Night Slashers temos, além do visual repaginado, uma “nova” personagem chamada Liu Feilin. Os outros três lutadores do game original (Jake Hunter, Christopher Smith e Hong Hua Zhao) seguem iguais, com os mesmos combos e especiais elementais. Liu Feilin vem de outro jogo de luta da Data East, lançado no mesmo ano de Night Slashers (1993), chamado Fighter’s History. Uma cópia descarada e sem vergonha de Street Fighter II, só pra constar.

O que tornava Night Slashers especial era justamente sua temática de horror, com zumbis e outras criaturas manjadas do gênero, como Frankenstein e o próprio Drácula em pessoa. Era besta, mas bem divertido pra época. Só não necessariamente criativo, ainda mais se pegarmos outros beat ‘em up mais antigos, como Alien Storm (1990) e Altered Beast (1988).

O maior problema do game original é sua duração, com fases curtas que te jogam contra o chefão muito cedo, trazendo uma dificuldade desbalanceada. Este mesmo erro é cometido no remake, cujo a duração poderia ser solucionada expandindo o cenário horizontalmente. Infelizmente, é tudo igual: você anda um pouco, mata uns inimigos, enfrenta um sub-chefe em alguns dos estágios e depois já encara o chefão.

São apenas 7 fases ao total, com 2 desafios bônus, totalizando cerca de 1 hora de duração. Replay? Só se for pra jogar com a Liu Feilin, que é desbloqueada após terminar uma vez. Pelo menos o gameplay dela, um kung-fu estilo louva-a-deus, é bem maneiro. Só o especial que nem tanto, com dano de área (não acertando todos os inimigos em tela). Enfim, não custava arriscar adições como novos combos para as personagens.

Nostalgia que dura pouco

Night Slashers: Remake acerta em cheio em seu visual. Está tudo muito bem feito, com traços bonitos de ver e com animações caprichadas nas personagens e monstros. Em especial as animações de morte dos inimigos, grotescas como eram no fliperama. A nova trilha sonora também ficou legal, ainda que não seja marcante. Aliás, o jogo conta com menus e legendas em PT-BR, o que é sempre bem vindo.

É uma pena que este remake entregue o mesmo jogo de outrora. Tá mais para um remaster, uma vez que apenas embelezaram o game e mantiveram o restante intacto. Também faltou inspiração (ou verba) para expandir a experiência, o que me faz acreditar que somente os jogadores mais velhos terão interesse na compra.