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Concord é o mais novo hero shooter que chega ao mercado, desenvolvido pela Firewalk Studios em parceria com a Playstation Studios para PS5 e PC. Depois de um beta lançado em julho, tivemos a oportunidade de jogar o preview e conferir a busca da Sony pelo seu sonhado game as a service no cenário multiplayer competitivo.

Antes de começarmos a análise do jogo, vale deixar claro dois pontos importantes: Concord é divertido e mostrou muito pontecial, porém ele chega em meio à saturação de títulos do gênero e com o imenso desfavorecimento por não ser um jogo free to play, com o valor de R$ 199,50 para pré-venda. Enquanto Call of Duty: Warzone, Valorant, Apex Legend, Free Fire e outros vários títulos oferecem jogatinas gratuitas, Concord precisará justificar muito o seu valor de investimento para ganhar o destaque que precisa.

Concord

Seguindo para os principais motivos que fazem de Concord um bom título, imagine o fruto da mistura entre Overwatch e Guardiões da Galáxia. Essa é a fórmula encontrada pela Firewalk Studios para criar esse novo hero shooter, que sustenta partidas PvP com times de até cinco jogadores e apresenta um elenco de 16 personagens diferentes. Mesmo com muitos tiros, poderes e habilidades, num show de cores pelos cenários, até o momento não descobrimos o real motivo desses personagens lutarem uns contra os outros, até por alguns aparecerem como aliados durante as cenas de abertura do jogo, passando longe do background e carisma que a Blizzard conseguiu desenvolver em Overwatch.

Muito para jogar e mais do mesmo para se divertir

Com quatro modos de jogo, Concord infelizmente peca por não inovar ao trazer uma opção de team deathmatch padrão e um caça ao troféu no modo Pancadaria, e o Rivalidade, com partidas sem ressurgimento em variações para captura de zona e extração de carga, exigindo mais estratégia e balanceamento no time. Outros dois modos estão presentes no menu, mas indisponíveis para teste, com o Dominação, prometendo o famoso capturar e defender, e um último ainda sem nome. Talvez esses também sejam os motivos pela baixa adesão durante o período de teste, com menos de três mil jogadores simultâneos, por conta de um estilo de jogo muito batido, repleto de estereótipos e sem novidades.

Concord

Por quatro mapas disponíveis inicialmente, com um quinto prometido para a primeira temporada logo no lançamento do jogo, nós conseguimos testar todo o elenco de personagens, conhecidos como Freegunners. Mesmo sem oferecer a possibilidade de escolha para o armamento, estabelecido em duas armas para cada um, o estilo de gameplay e a função no squad foi bem equilibrada com funções que não são equivalentes.

Um elenco misto e bem equilibrado

Temos opções bem claras de tanques, com Emari, UN1QU0, Astérion e Daveers, que além de armamento pesado (canhões, lança-granadas, aspirador e escopeta), também oferecem bombas, barreiras, escudo e armadura, além de personagens mais ágeis como, por exemplo, Bazz com suas facas de arremesso, IT-Z com seu deslizamento e salto duplo, Lennox e sua pistola pesada, ou combatentes que conseguem se manter no ar, com Roka mesclando alto poder de fogo de um lança-míssil e propulsores de pairar, e para tiros à distância em Vale e seu rifle longo.

Concord

Interessante reparar que os desenvolvedores conseguiram mesclar algumas classes, criando opções híbridas para quem gosta de suporte e arrisca no ataque. Duquesa, Daw e Lark são bons exemplos, com armas boas para combate e habilidades que protegem o time, seja criando barreiras, buff em status e cura. No entanto, Haymar, Kyps, Teo e Jabali são os personagens mais complexos, com armamento e poderes que podem contribuir muito para uma virada de jogo, pois oferecem uma mistura ofensiva e defensiva em suas habilidades.

Os mapas são muito horizontais e com poucas rotas para você fazer com que o combate se espalhe ou até mesmo seja usado favoravelmente para o estilo do seu Freegunner. Colocar armadilhas exige atenção, além de poucos pontos cegos para serem usados como esconderijos. Mesmo com a existência de pulos duplos, triplos e pairar, os desenvolvedores não exploraram as arenas com locais mais verticais ou amplos, tudo parecendo sempre muito claustrofóbico. Pior ainda se o seu time estiver perdendo, pois a Firewalk Studio “esqueceu” de implementar alguma trava ou punição para quem deixe a partida, fazendo com que muitas vezes você jogue contra times com apenas dois ou três jogadores.

Concord

Para o restante, Concord segue a fórmula padrão dos jogos que se baseiam na venda de itens cosméticos, com a possibilidade de customização dos personagens e variação do visual para as partidas. Seja pela busca de XP ao longo de muita jogatina ou muito provavelmente utilizando dinheiro real para a compra desses itens para personalização. Infelizmente todo o progresso obtido ao longo do beta não será carregado para a versão do jogo, fazendo com que você inicie sua jornada do zero após o lançamento.

No fim, o trabalho da Sony parece ter deixado aquele gostinho de “quero mais”, pois Concord mostrou ter boas ideias, um elenco de personagens muito bem trabalhado com foco no gameplay e promessas de conteúdo semanal. No entanto, enquanto temos um Fortnite que já mostra um novo direcionamento, com diversas modalidades dentro da sua base, a Firewalk ainda engatinha com um título que peca por não arriscar, sem inovar ou trazer sua própria personalidade.

Concord

Por enquanto, podemos resumir Concord como um jogo familiar e divertido, mas ainda assim sem fortes motivações para o investimento.