O episódio 3 de The Expanse: A Telltale Series marca a metade do conteúdo preparado pela Deck Nine, trazendo uma luz maior na história de Camina Drummer e sua tripulação. Se antes o foco era na exploração de naves e obter recursos, assim como circular pela ameaça dos piratas espaciais – agora temos um aprofundamento maior na trama.
Admito que comecei o capítulo já esperando uma queda na hype. Imaginei que não trouxessem novidade alguma na experiência, em comparação ao conteúdo que lançou anteriormente, assim como não nos oferecesse decisões mais impactantes para a história. Para a minha sorte, eu estava completamente enganado sobre tudo isso.
Tanto a Telltale quanto a Deck Nine ousaram e pegaram tudo o que aprendemos para dar uma mudança brusca de ritmo. Agora que sabemos como funciona os comandos e a posição de cada personagem dentro deste enredo, chegou a vez de mergulhar na loucura que a franquia já nos mostrou dentro da série e trazer mais da boa e velha ficção-científica – com toques de religião e embates ideológicos.
Uma virada honesta em The Expanse
O que mais me cativou neste episódio 3 de The Expanse: A Telltale Series foi a mudança abrupta de tom que foi adotada para compor a trama. Depois de ficar flutuando de uma nave para outra, solucionando puzzles e seguir atrás de pistas sobre o local que estão buscando, chegou a hora de seguir uma linha para ditar o que acontecerá até o final.
Se a exploração espacial ditava os capítulos anteriores, chegou a vez de uma ambientação mais voltada ao terror. Camina Drummer está em uma nave repleta de caixões, cujos tripulantes acreditavam na vida eterna via estase. Se você está habituado com Dead Space, imagine o mesmo cenário. No meu caso, estava aguardando ansiosamente para pular em algum momento de tanta tensão que a caminhada levou.
Junto à Maya, você tentará descobrir o que aconteceu no passado e como essas pessoas acabaram em uma situação “curiosa”. No entanto, tudo remete aos jogos de terror, como uma grande homenagem ao gênero. A análise de documentos, descobrir a trama pelo que vejo em meio à escuridão, os áudios interrompidos com a sua parceira de equipe e os caixões espalhados em todos os lugares não te permitem respirar tranquilamente – trazendo uma vibe diferente, mas completamente bem-vinda.
Se eu posso usar este espaço para ser bem honesto com vocês, The Expanse: A Telltale Series – Episódio 3 não traz muitas novidades no gameplay de fato. Nem te espantará, já que a história é muito bem-contada e te guia exatamente para onde deve seguir. Porém, o clima foi acertado tão em cheio que não consegui passar um instante sem incômodos e isso foi excelente. Sabe aquela rua vazia em Resident Evil? Ou aquela névoa de Silent Hill, onde você apenas aguarda por aquele chiado horrível do rádio? É a mesma coisa.
Desenhando o fim
Ainda assim, todo o capítulo parece formado por decisões que não serão relevantes ou que pesarão na trama geral – até porque são limitadas ao seu relacionamento com Maya, dependendo das escolhas que fez no capítulo anterior. No grande fim, pelo menos, eles te trazem um desenvolvimento amplo e que pode ditar o que rolará nos próximos.
Esta em particular foi uma das únicas que eu refleti dentro da experiência de The Expanse: A Telltale Series – e continuo pensando – se devo jogar o conteúdo novamente para mudar os impactos causados pelo final. Porém, vou continuar sendo sincero e manterei a responsabilidade pelas minhas ações. Por mais que elas representem escolhas de caminhos que não deveria ter tomado.
Os eventos provocados me deixa ansioso para saber o seu fim e como isso será conectado com o seriado exibido na Prime Video. Alguns dos elementos mais importantes começaram a dar as caras, então é possível que os próximos episódios tenham ligações maiores com o conteúdo apresentado na plataforma de streaming.
Ainda que a Telltale e a Deck Nine não estejam revolucionando os games de escolha, The Expanse consegue manter o público encantado – seja pela temática espacial, por estas mudanças de ritmo ou pelos personagens interessantes. Não consigo ver como a trama encerrará ainda, mas o caminho parece vale a pena – ao menos até aqui.