2022 é o ano do retorno de franquias clássicas. Mount and Blade é, definitivamente, um dos RPGs mais inovadores e viciantes do PC. Na pele de um personagem totalmente customizável, o jogador entra de cabeça em um mundo dinâmico, com guerras constantes entre os reinos que os dominam, começando de baixo, com pouquíssimas tropas e realizando missões pequenas, até se tornar um nobre, adquirindo o direito de gerenciar castelos, cidades e até mesmo comandar exércitos.
Mount and Blade: Bannerlord representa o retorno ao mundo idealizado pela TaleWorlds. Como era de se esperar, as expectativas dos fãs estavam altíssimas para o novo título da franquia, e, durante muito tempo, o jogo passou por um período de acesso antecipado, onde os interessados puderam analisar o que estava por vir. Agora, com o lançamento oficial de Mount and Blade II: Bannerlord, temos finalmente o produto que fora objeto de desejo durante vários anos, mas será que ele atende às expectativas?
O retorno de um clássico
Mount and Blade é icônico por algumas características: a liberdade proporcionada pelo mundo aberto, as batalhas gigantescas e as interações dos reinos. Mais do que apenas uma atualização gráfica e técnica, os fãs desejavam que Mount and Blade II: Bannerlord inovasse em cada um desses aspectos. Ao final do dia, algumas mudanças foram, sim, implementadas, mas a jogabilidade se mantém fiel àquela que encantou a fanbase.
Mount and Blade II: Bannerlord te coloca no mundo aberto do mesmo jeito que os jogos anteriores da franquia faziam. A partir do momento que seu personagem pode vagar pelas cidades, vilarejos e castelos, você pode escolher qual caminho tomar. Pode, por exemplo, caçar pequenos grupos de bandidos, a fim de obter os itens que eles carregavam e fazê-los prisioneiros. Pode, também, investir no comércio, comprando produtos baratos em uma cidade a fim de enviá-los para outros locais. As escolhas não diferem muito do que é o comum, mas a progressão conta agora com uma campanha que, além das missões proporcionadas por NPCs aleatórios, dão um norte ao jogador.
O mundo continua dinâmico, onde você, na pele de um comandante, pode mudá-lo ativamente – caso esteja forte o suficiente – ou pode apenas se tornar um espectador passivo, agindo conforme o clima político muda. Caso esteja dentro de um reino, as opções para adquirir influência e agir no ambiente interno e externo também foram expandidas. Há sistemas de leis, clãs e todos os aparatos para que um nobre possa exercer toda a sua influência política. É uma opção nova, mas que ainda carece de profundidade. Não espere a mesma profundidade estratégica de franquias que exploram o mesmo gênero, como Crusader Kings e Total War.
Mais polido, mas menos inovador
As batalhas em Mount & Blade compõem uma parte primordial da franquia. Após lutar para ser reconhecido, você pode criar um exército massivo, organizando os arqueiros, guerreiros e cavaleiros a fim de criar uma máquina de guerra invencível. Para Mount and Blade II: Bannerlord, os desenvolvedores deram uma atenção especial a esse aspecto, adicionando mecânicas que melhoram o controle das tropas e permitem uma melhor abordagem estratégica.
As tropas agora são organizadas na fase inicial do combate. O sistema se assemelha ao utilizado na franquia Total War, onde a disposição inicial das tropas é controlada livremente pelo jogador – desde que ele respeite os limites impostos pelo jogo. Agora, no início da batalha, é possível posicionar os arqueiros, por exemplo, em um ponto alto, em vez de mandá-los para lá assim que a batalha começa, perdendo valiosos segundos de vantagem.
Uma vez dentro da briga, as ferramentas referentes às ordens de batalha tornam a experiência de organizar o seu exército muito mais simples. Em Mount and Blade: Warband, você podia ordenar que suas tropas se movessem 10 passos para frente ou para trás, mas não tinha muito controle além disso. Agora, você pode colocar as tropas onde quiser através de um menu que, uma vez ativado, desacelera o tempo e te permite mexer em quaisquer tropas. Essa mudança foi claramente inspirada em alguns mods criados no título anterior da franquia.
As mudanças nas batalhas se encaixam no chamado “Quality of Life”. Dentro do jogo, toda a jogabilidade de combate não foi alterada. Você continuará sendo capaz de executar as mesmas estratégias de Warband, por exemplo, sem maiores dificuldades. Em meu jogo, consegui até mesmo ganhar uma arena mesmo estando bem atrás em questão de nível. Essa é uma boa notícia para quem gosta do combate original.
Conclusão e veredito
Como uma sequência tão aguardada, Mount and Blade II: Bannerlord joga seguro para agradar aos fãs de longa data. O grande destaque fica por conta das melhorias técnicas e gráficas, além da interface. Fora isso, as inovações não são suficientes para exceder as expectativas; elas existem, mas são poucas e, muitas vezes, não funcionam direito.
Os sistemas de gerenciamento, por exemplo, são legais no início, mas se tornam repetitivos até o final do jogo. Fora as novidades na parte de combate, Mount and Blade II: Bannerlord não supera o título anterior da franquia em questão de inovação. A notícia boa é que o suporte aos modders foi adicionado, então é esperado que a comunidade acabe consertando as falhas do jogo.
No mais, os fãs da franquia ficarão satisfeitos com a experiência muito mais por essa ser uma versão tecnicamente superior de Mount and Blade II: Warband do que pelas novidades. Na verdade, é possível dizer que há uma involução nas mecânicas do jogo citado previamente. Se esse é o seu primeiro jogo do gênero, a experiência vale a pena, mas saiba que há muito potencial para futuras atualizações.
Prós:
🔺 Melhorias gráficas
🔺 Batalhas mais intensas
🔺 Jogabilidade antiga, porém melhorada
Contras:
🔻 Personagens sem graça
🔻 Parte de gerenciamento poderia ser melhor
🔻 Menos recursos que o título anterior
Ficha Técnica:
Lançamento: 25/10/22
Desenvolvedora: TaleWorlds Entertainment
Distribuidora: TaleWorlds Entertainment
Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series
Testado no: PC