O gênero de estratégia RTS costuma trazer jogos similares. Basicamente, você comanda uma tropa que tem por objetivo eliminar as ameaças do mapa, sejam elas zumbis, exércitos medievais, soldados ou criaturas místicas. Fire Commander já começa invertendo essa lógica: em vez de eliminar vidas, que tal jogar um jogo de estratégia focado em salvá-las?
Em Fire Commander, o jogador comanda uma tropa do corpo de bombeiros. Seu objetivo será salvar vidas, utilizando todos os equipamentos disponibilizados pela estação para eliminar incêndios e, assim, salvar pessoas de situações de perigo. A ideia parece promissora, mas será que o jogo atende às expectativas da subversão de um gênero tão extenso?
Salvando vidas entre as chamas
A proposta de Fire Commander pode parecer pouco usual, mas, durante a campanha, ela se mostra bem simples. Combater incêndios não é um trabalho fácil, pois há diversas variáveis que precisam ser pensadas a fim de extinguir os mais diferentes tipos de fogo. Há uma diferença entre um fogo normal, queimando em um material como a madeira, por exemplo, e um fogo queimando sobre o óleo. Se você já teve algum tipo de treinamento de incêndio, provavelmente já deve saber o que deve ser feito para cada caso.
Em Fire Commander, mais do que apagar incêndios, o jogador deve ter a estratégia certa para cada caso. A sua abordagem irá mudar a depender do tamanho do foco, do material e do número de bombeiros disponíveis, bem como as suas especializações. De início, demorei bastante para entender que a melhor tática não é apagar um foco rapidamente, mas focar os esforços em diferentes áreas a fim de evitar a propagação do fogo.
Como os objetivos são, em sua maioria, os mesmos – resgatar pessoas e controlar o incêndio –, não é preciso muito tempo para entender a maneira mais efetiva de cumprir as missões. A melhor maneira é, geralmente, analisar os focos críticos e, depois, dividir os bombeiros em grupos de combate ao fogo. Caso você falhe nessa tarefa, o incêndio se espalha e toma proporções maiores do que o seu grupo de bombeiros é capaz de lidar.
Inovador, mas nem tanto
Jogos em estilo RTS costumam ter uma parte dedicada ao gerenciamento. Fire Commander, em sua tela de seleção, lembra bastante a franquia XCOM, onde você pode escolher qual será a equipe a ser designada para uma missão entre os vários membros disponíveis. Há, também, especializações, onde os bombeiros podem ser médicos, técnicos e outros tipos de especialidades, mas nada muito complexo ou diferente.
Os bombeiros avançam de nível, obtendo vantagens e, dependendo da sua especialização, conseguindo melhorar suas habilidades. Entretanto, dentro do jogo, não há nenhuma indicação sobre as habilidades melhoradas de um personagem. Tal característica é um problema, visto que alguns personagens podem ser especializados para, por exemplo, arrombar portas mais rapidamente, mas sem uma marcação visual que mostre tal habilidade fica difícil distinguir quem possui essa habilidade.
Fora as especializações individuais, Fire Commander é bem restrito nas melhorias de instalação. Você pode colocar seus bombeiros para realizar algumas atividades enquanto eles não participam de missões, regenerando as barras de vida e energia ou melhorando as habilidades. Contudo, tais instalações funcionam de maneira simples e não são muito variadas em utilidade.
Considerações finais
Por apresentar uma proposta fora da curva, Fire Commander se destaca no gênero. Vendo os comentários da Steam, pude notar que uma boa parte dos jogadores já esperavam por jogos que representam a profissão de bombeiro, mas, quando tais jogos existem no mercado, eles funcionam geralmente como jogos de ação convencionais, te colocando na pele de um bombeiro individual encarregado de apagar incêndios. Retratar a profissão em forma de jogo de estratégia RTS é algo que provavelmente os entusiastas do corpo de bombeiros não esperavam, mas é uma novidade bem vinda.
Deixando as especificidades de lado, Fire Commander não é necessariamente um jogo inovador no gênero. A sacada de combater incêndios e salvar pessoas é divertida, mas, além da inversão de expectativa, não traz nada de novo. As mecânicas, tanto de jogabilidade quanto de gerenciamento, são similares às contidas nos jogos de estratégia convencionais, funcionando, na maioria das vezes, como versões bem simplificadas das mesmas.
Caso você seja muito fã de jogos RTS, vale a pena experimentar Fire Commander pela quebra de expectativa. O jogo não é muito caro e, em promoção, a experiência vale a pena. Agora, se você é um fã de jogos de bombeiro e não se importa em se aventurar no reino dos jogos RTS, então esse título foi feito sob medida para você.